Secretaria de Desenvolvimento cria comissão, coordenada pelo governador José Serra, para analisar impactos do pré-sal.
São Paulo decidiu criar uma comissão voltada exclusivamente para analisar os impactos da exploração da camada pré-sal na costa litorânea do Estado pela Petrobrás.
A decisão foi regulamentada num decreto assinado pelo governador José Serra, publicado na edição desta terça-feira, 9, no Diário Oficial. Com isso, a idéia é que uma frente com técnicos de várias secretarias, coordenada pelo próprio Serra, avalie em cinco meses os caminhos que o Estado deverá seguir para conciliar desenvolvimento sem provocar danos ao meio ambiente.
Além disso, a comissão apontará os rumos para fortalecer o parque industrial paulista com a identificação das novas demandas do setor, ao mesmo tempo em que incentivará o debate com pesquisadores para atender as necessidades da atividade em águas ultra-profundas. Com os estudos levantados pela comissão, a meta é tornar São Paulo uma referência mundial em bioenergia, petróleo e gás natural.
“Temos um volume de exploração na costa, que pode provocar uma infinidade de impactos sociais, ambientais e econômicos que essa produção pode acarretar. Daí a importância dessa comissão”, defende o vice-governador Alberto Goldman. “Forma-se uma cadeia produtiva por trás do petróleo e do gás de equipamentos e mesmo de máquinas. Serão novas chances para instalação de industriais. O nosso interesse é que transformemos o produto em valor agregado para toda a cadeia”, reforça Goldman.
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A comissão terá representantes das secretarias de Desenvolvimento, Economia e Planejamento, Fazenda, Casa Civil, Transportes, Meio Ambiente, Ensino Superior e Saneamento e Energia. Ao menos nove grupos de trabalhos foram divididos por temas como qualificação de mão de obra, análise econômica-fiscal, infra-estrutura para o escoamento da produção, construção naval, desenvolvimento regional, marcos regulatórios, entre outros.
Os grupos serão formados por especialistas das três universidades estaduais – Unicamp, USP e Unesp – e da sociedade civil como Fiesp (Federação das Industria do Estado de São Paulo), Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).
Números
Na área de pesquisa, os primeiros indícios das novas descobertas refletem nos valores dos contratos entre o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e a Petrobrás. Em 2007, atingiram R$ 44 milhões. Ao longo de 2008, chegaram a R$ 60 milhões. Para se ter uma idéia desse volume, em 2005 os contratos firmados não ultrapassaram a casa dos R$ 2 milhões. Um ano mais tarde, chegaram a R$ 24 milhões. “Grande parte da pesquisa feita pela Petrobrás para perfuração é feita pelo IPT.
As pesquisas crescem não só no IPT, mas mobilizam também as nossas universidades”, frisa Goldman.
Segundo o diretor-presidente do Instituto, João Fernando Gomes de Oliveira, 25% de toda pesquisa feita pelo IPT hoje é ligada a área de petróleo em parcerias com a Petrobras. “O volume de negócios sempre foi vertiginoso e cresceu fabulosamente nos últimos anos”, ilustra.
Um dos experimentos tem sido feito no laboratório de navegabilidade do Instituto na zona Oeste da Capital, onde os técnicos avaliam nos tanques navais a pressão exercida pelo vento nas plataformas e embarcações, bem como da temperatura em alto mar. “Numa piscina com quatro metros de profundidade e 280 metros comprimento, simulamos a força exercida pelos ventos laterais”, exemplifica o responsável do IPT.
No laboratório de fluídos, os especialistas do IPT medem a vazão do petróleo nos dutos esticados até seis mil metros abaixo do nível do mar. “Temos experimentos nessa parceria com a Petrobrás para diminuir os efeitos da corrosão nos tubos e mesmo para auxiliar as brocas na perfuração das rochas salinas”, explica Oliveira.
Fonte: Estadão