Construção mantém previsão de crescimento de 2,3% em 2025

Construção mantém previsão de crescimento de 2,3% em 2025

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Mesmo diante do cenário de juros elevados, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revelou que está mantida a projeção de expansão de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor neste ano. A expectativa positiva é gerada especialmente pela criação da faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Em maio, entrou em vigor a faixa 4 do programa de moradia do governo federal, destinada a famílias com renda mensal de até R$ 12 mil. A nova faixa oferece financiamento para a compra da casa própria com juro abaixo do praticado no mercado, dando um respiro às vendas. A expectativa com a criação da nova faixa do MCMV elevou o otimismo do setor, segundo a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos.

“Esse é um sopro de esperança diante de um cenário tão desgastante com a taxa de juros num patamar tão alto”, ressaltou Vasconcelos, durante coletiva de imprensa realizada nesta semana. “Espera-se que já nos últimos meses do ano o setor sinta os reflexos positivos da medida”, prevê a economista. A taxa de juros elevada é a principal preocupação da construção civil, em um cenário em que os custos do setor voltaram a subir acima da inflação. A taxa Selic de 14,75%, divulgada nesta semana, atingiu o maior patamar em quase 20 anos. 

Nos primeiros meses de 2025, o nível de atividade da construção civil se manteve em alta. Segundo o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a construção civil encerrou o trimestre com saldo positivo de 100 mil novas vagas com carteira assinada. Esse montante equivale a 15,34% do total das novas vagas do País. Todos os segmentos tiveram aumento nas contratações: construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados.

O setor somava, em março, 2,958 milhões de trabalhadores formais – alta de 3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Além disso, de acordo com a CBIC, em março, a construção foi o setor com o maior salário médio de admissão do País: R$ 2.420,97, acima da média nacional de R$ 2.225,17. Já o Índice Nacional da Construção (INCC) subiu 7,54% nos últimos 12 meses encerrados em março, puxado principalmente pelo aumento nos salários. O custo com materiais e equipamentos cresceu 6,09%, enquanto o custo com a mão de obra aumentou 9,96%.

No primeiro bimestre de 2025, a produção de insumos típicos da construção cresceu 4,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do IBGE. O resultado reflete o forte aumento nos lançamentos imobiliários em 2024, que avançaram 18,6%. No mesmo período, o comércio varejista de materiais de construção aumentou 6,7%. Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) analisados pela CBIC, as vendas acumuladas de cimento no primeiro trimestre de 2025 totalizaram 15,6 milhões de toneladas, alta de 5,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

“A manutenção do mercado de trabalho aquecido e o incremento dos lançamentos imobiliários no ano passado ajudam a sustentar a demanda por insumos, ainda que os custos da construção sigam acima da inflação oficial do País”, avaliou Ieda Vasconcelos.


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