Kit desenvolvido para construção de pontes padronizadas

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A newsletter eletrônica quinzenal ENR Global Insider OE, que as revistas ENR-Engineering News Record, da McGraw Hill, de Nova York, e O Empreiteiro lançaram este ano, chega a sua quarta edição, trazendo temas como o projeto do maior reator nuclear do mundo, as influências do desastre da usina de Fukushima, as medidas contra as cheias nos Estados Unidos, dentre outros. Veja a seguir a edição 4 da Newsletter ENR Global Insider OE.

MAIOR REATOR DE FUSÃO NUCLEAR DO MUNDO DEVE OPERAR EM 2018

O maior reator de fusão nuclear do mundo começa a ganhar forma. Diversas equipes do programa International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER) trabalham no projeto para colocar em funcionamento o chamado Tokomak, aparelho de campo magnético de confinamento de plasma em formato de uma rosca para geração da fusão nuclear, considera a mais eficiente fonte de energia do futuro.

A área de 42 ha onde será instalado o reator, em Cadarache, a 40 km de Marseille, no sul da França, está em obras desde abril de 2010. De acordo com o consórcio gestor do projeto, o Engage (composto pela inglesa WS Atkins, a espanhola Empresarios Agrupados e as francesas Assystem e Iosis/Egis), estão quase concluídas as fundações da edificação onde será instalado o Tokomak.

O contrato principal de construção civil das dezenas de instalações a serem feitas para o projeto, além da disponibilização da infraestrutura, deverá ser assinado no final deste ano ou no início de 2013. O programa ITER, que conta com a participação da União Europeia, China, Rússia, Coreia do Sul, Índia e Estados Unidos, tem um custo estimado em cerca de US$ 20 bilhões.
A energia de fusão nuclear envolve a liberação de energia atômica através da combinação de isótopos de hidrogênio em um plasma, em temperaturas em torno de 150 milhões graus Celsius. O plasma fica confinado em um campo magnético dentro de uma câmara circular chamada de Tokamak.
Com operação prevista para 2018, a instalação dos componentes mecânicos da usina deve começar em 2015.

O consórcio gestor tem um contrato de oito anos para realizar o trabalho. Com o custo de US$ 195 milhões, é o mais alto na Europa nesse tipo de iniciativa.

OBRAS CONTRA INUNDAÇÕES EM NEW ORLEANS QUASE NO FIM

Apenas 1 km de um anel de defesa contra tempestade de quase 200 km de extensão em torno de New Orleans, Estados Unidos, precisa sofrer intervenção para conclusão do projeto.
O novo sistema de redução de riscos, sob direção do corpo de engenheiros do exército americano, tem um custo de US$ 14,6 bilhões e foi implementado pós-furacão Katrina, que devastou a região em agosto de 2005.
O projeto foi feito baseado em modelagem computacional com múltiplos critérios e abordagens, para identificar vulnerabilidades em distintos cenários em caso de furacão e fenômenos climáticos extremos.
“New Orleans tem agora proteção como nunca visto”, afirma o coronel Edward Fleming. Mas faz uma advertência: “Se existe risco de um furacão de força extrema, haverá sempre o risco residual”. Assim, evacuação, resiliência e proteção costeira são outras ferramentas de redução de risco que também devem ser usados, explica Flemming.

A construtora Alberici acaba de instalar uma comporta de 230 t e pouco mais de 30 m de largura no complexo de obras contra inundações no lado nordeste da cidade. O coronel do exército comemorou, pois se trata de um componente crítico do sistema, que atua ainda na drenagem do interior, estações de bombeamento e diques.

Tudo o que resta agora na construção pesada no sistema é a substituição de três estações temporárias de bombeamento por estruturas permanentes.
As comportas instaladas no sistema servem para bloquear as inundações que tenham até 1% de chance de ocorrer em uma determinada época do ano.

EXÉRCITO TENTA RESGATAR IMAGEM DEPOIS DAS INUNDAÇÕES DE 2011

O chamado Corps of Engineers (corpo de engenheiros) do exército dos Estados Unidos – devem dar mais atenção ao controle de enchentes este ano, atualizando dados e procedimentos, e melhorando os esforços de comunicação e colaboração junto à população.

Os governos de estados da bacia do rio Missouri, com 2.241 km, já declararam que o controle de inundação é a maior prioridade deles.
Neil Grigg, professor de Engenharia Civil da Universidade do Estado do Colorado, é um dos que faz coro que existe espaço para melhorias de manuais, previsões, dados e procedimentos pela engenharia do Exército para tomar decisões contra enchentes. A última vez que o manual foi atualizado ocorreu em 2006.

Em 2011, as enchentes do verão registrou destruição de centenas de casas no meio-oeste americano. A primeira ação do exército este ano será reparar diques danificados no rio Missouri antes do período das inundações, que começam já na primavera.

EM TESTE FINAL KIT PARA CONSTRUÇÃO DE PONTES PADRONIZADAS

Estados norte-americanos que desejarem substituir pontes mais rapidamente, poderão em breve usar kit de ferramentas de design padronizado como referência.

Desenvolvido como parte do 2º Programa de Pesquisa Estratégica de Estradas, administrado pelo Transportation Research Board (TRB), o kit de ferramentas contém projetos padronizados para componentes modulares, conceitos e especificações de construção e outros dados que podem ser aplicados a uma ampla gama de estruturas do gênero.

Monica Starnes, oficial sênior do Programa, diz que o objetivo é criar uma estratégia comum para substituição rápida de pontes. O kit foi desenvolvido a partir de conceitos já utilizados com sucesso nesse tipo de construção.
O primeiro grande teste de uso do kit acontece no estado de Vermont, Estados Unidos, onde existe um plano para substituição de 17 pontes danificadas em setembro passado por conta do furacão Irene.

O desenvolvimento do kit para construção de pontes contou com a consultoria da Structural Engineering Associates e Genesis Structures. A HNTB elaborou os conceitos do sistema e a Universidade do Estado de Iowa testou materiais recomendados pelo kit, como concreto de alta performance usado para unir elementos pré-fabricados.

UM ANO DEPOIS DE FUKUSHIMA, INDÚSTRIA NUCLEAR DOS EUA FAZ MUDANÇAS

Um ano depois da crise nuclear causada pelo vazamento na usina de Fukushima, Japão, atingida por um tsunami, reguladores dos Estados Unidos estão trabalhando para garantir segurança aos reatores nucleares do País por conta de possíveis desastres naturais.

Numerosos relatórios sobre as plantas nucleares dos Estados Unidos não indicam eminente ameaça à segurança. No entanto, em recente encontro da Nuclear Regulatory Commission (NRC), foi feita recomendações às usinas nucleares americanas – tanto em operação quanto em construção – baseadas nas lições tiradas com o acidente em Fukushima. Entre as medidas, recomenda-se que os reatores nucleares e os sistemas de ventilação recebam uma proteção mais resistente.

As plantas americanas deverão atender às novas orientações até dezembro de 2016.

JAPÃO INVESTE EM EÓLICA PARA COMPENSAR PERDAS NA ENERGIA NUCLEAR

Depois do incidente em Fukushima, há um ano, Japão passou a buscar de forma mais intensa fontes de energia renovável para suprir o País de eletricidade.

Um consórcio, formado pela Marubeni, Mitsubishi Heavy Industries, Mitsui Engineering & Shipbuilding e Shimizu, além da Universidade de Tokyo, venceu recentemente contrato do Ministério da Economia, Comércio e Indústria para implementar na baía de Fukushima um parque eólico off shore.

O grupo receberá US$ 154 milhões com a meta de construir três turbinas flutuantes, sendo uma com capacidade para 2 MW e duas de 7 MW. Também deverá ser construída uma subestação de transmissão flutuante de 6 kV.

Antes do terremoto e do tsunami que devastou a província onde fica Fukushima, cerca de 30% da eletricidade do Japão provinha da energia nuclear. O País, porém, já testava outras fontes de energia quando ocorreu a tragédia. Na costa da província de Ibaraki, por exemplo, sete geradores eólicos forneciam energia à região. Agora, mais de 100 estão previstas para serem implementadas na localidade.

PROJETO DE BIOMASSA DE US$ 500 MILHÕES QUEIMA MADEIRA RECICLADA

Uma empresa de energia de biomassa formada há quatro anos constrói uma das maiores plantas de geração na sua classe nos Estados Unidos, transformando madeira descartada em energia.

Porém, o projeto de US$ 500 milhões teve que disputar espaço com outras fontes de energia mais competitivas e o ceticismo da população para se firmar. No entanto, o seu estabelecimento em uma das regiões com mais florestas do país e uma bem sucedida parceria com o governo local permitiram que o empreendimento prosperasse.

A American Renewables está construindo a unidade de biomassa em Gainesville, Flórida, considerada por analistas como a “Arábia Saudita da madeira”. Apesar dos recursos disponíveis, muitas empresas de energia renovável no passado tentaram atuar na região, sem sucesso.

Gainesville Regional Utilities (empresa pública de serviços essenciais) selecionou a American Renewables para construir a Gainesville Renewable Energy Center, depois de analisar várias propostas de planta de biomassa em 2007.

Bob Hunzinger, gerente geral da empresa pública de fornecimento de energia da cidade, afirma que “depois de seis anos de pesquisa e uma discussão vibrante com a comunidade, a comissão aprovou a planta de biomassa baseada na avaliação das alternativas, incluindo fontes renováveis e tradicionais. Investir em biomassa como fonte de energia tem a melhor relação custo-benefício a longo prazo da Flórida”.

American Renewables escolheu a Fagen como construtora da planta.  Fagen começou a construir a unidade ano passado e a expectativa é que o pico das obras ocorra no final deste ano, com 700 operários no canteiro. O empreendimento deve entrar em operação ainda em 2013.

Wood Resource Recovery, uma recicladora de madeira de Gainesville, proverá 40% da matéria-prima combustível à nova planta.

LEITORES DA ENR FALAM SOBRE TI NA CONSTRUÇÃO

O índice de satisfação em tecnologia entre os leitores da ENR (Engineering News Record) é alto, mas as expectativas deles para o futuro é também alta, principalmente com relação ao seu maior desejo: verdadeira interoperabilidade de todos os seus softwares e sistemas — o que a própria revista considera uma possibilidade remota.

Essa é a conclusão de estudo com 445 leitores, realizado no final de fevereiro pela ENR. Foi pedido aos leitores para informar sobre as melhores ferramentas de tecnologia que eles usam atualmente, bem como as ferramentas de tecnologia que eles gostariam de utilizar no futuro. A pesquisa colocou questões abertas, sem sugestão de produtos ou ferramentas.

Instado a citar uma ferramenta de TI que recentemente adotara no trabalho, descrevendo seus benefícios potenciais para a indústria, quase todos os entrevistados se entusiasmaram com uma variedade de ferramentas e produtos.

Porém, no consolidado da pesquisa, o Building Information Modeling (BIM) aparece no topo da lista. Depois, vem o uso de iPads e dispositivos móveis no campo. Em seguida, os ambientes colaborativos de projetos.

Na análise do entusiasmo dos leitores da ENR para as tecnologias que estão usando e gostariam de usar, os mashups (aplicação que usa e combina dados, apresentações e funcionalidades para criar novos serviços) surgem com frequência.

DIGITALIZAÇÃO ELETROMAGNÉTICA REVELA OS SEGREDOS DE UMA REDE DE ESGOTO

Normalmente, para avaliação da pressão de uma rede de água ou de esgoto, exige-se que a linha seja interrompida por um período de tempo. No entanto, a digitalização eletromagnética em banda larga tem tornado possível medir a pressão da rede sem paralisar a operação.

O sistema foi usado recentemente em um estudo para avaliar as condições de rede de esgoto construída na década de 1970, do Distrito de Saneamento Metropolitano da Grande Cincinnati, Estados Unidos.

A InfraMetrix, empresa contratada, usou a digitalização eletromagnética em banda larga para fazer varredura em locais selecionados na rede de Cincinnati. Os testes indicaram que a maior perda de pressão é provocada pela erosão e a corrosão interna.

A empresa é a única licenciada dos Estados Unidos para usar a tecnologia de digitalização eletromagnética. De acordo com o presidente da InfraMetrix, a tecnologia pode inspecionar toda a tubulação de ferro. O teste não requer  contato com a tubulação e pode ser utilizado a partir do seu interior ou, no caso exposto, a partir do exterior de uma rede operando sob pressão.


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