O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil brasileira crescerá cerca de 4% em 2012 e voltará a crescer, entre 3,5% e 4%, em 2013. Estas foram as projeções que o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), Sergio Watanabe, anunciou em entrevista coletiva à imprensa, em 28 de novembro, na sede da entidade. A coletiva também contou com as participações do vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, e da economista Ana Maria Castelo, da FGV (Fundação Getulio Vargas).
A avaliação do SindusCon-SP é de que a construção civil cresça 4% em 2012, portanto, em um ritmo menor – o crescimento em 2011 havia sido de 4,8%. A estimativa para o PIB do país em 2012 é de alta de 1,6%. Já a taxa de investimento deverá ficar em 17,5% do PIB e o emprego formal na construção deverá aumentar 5,9% em relação a 2011.
Em 2013, poderá haver uma recuperação da taxa de investimento, que deverá ficar em 19% do PIB. Conjugado a isto, o SindusCon-SP estima que o PIB brasileiro evoluirá na mesma medida que o produto interno bruto da construção: entre 3,5% e 4%.
Para 2012, o SindusCon-SP e a FGV previam crescimento bem acima do PIB do país, com base no ritmo de obras tanto do programa Minha Casa, Minha Vida quanto de infraestrutura. No entanto, o desempenho setorial foi um pouco afetado por dificuldades, tais como:
• redução dos investimentos das empresas;
• queda dos investimentos do setor público para a infraestrutura;
• baixo ritmo de contratação de moradias para a faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida (para uma meta de 1,2 milhão de moradias nesta faixa, apenas 340 mil haviam sido contratadas até 31 de outubro);
• paralisação durante alguns meses dos serviços rodoviários do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes);
• morosidade na concessão de licenciamentos imobiliários, que afetou negativamente o início de obras.
No entanto, as construtoras continuaram contratando, o que sustenta os prognósticos de crescimento do setor acima do PIB nacional. As vendas de cimento registram alta expressiva no ano.
Apesar de o nível de emprego formal da construção brasileira ter caído 0,22% em outubro, ainda assim acumulava crescimento de 6,57% no ano, comparado ao mesmo período de 2011. Em outubro, o setor empregava 3 milhões 415 mil trabalhadores. O Estado de São Paulo tinha naquele mês 859 mil trabalhadores com carteira, alta acumulada de 4,6%.
Eduardo Zaidan chamou a atenção para o fato de que começam a aparecer os resultados do esforço das empresas no aumento da produtividade nos canteiros de obra. “A produtividade dos trabalhadores da construção tem aumentado graças ao esforço do setor e ao investimento das construtoras em treinamento, requalificação e reciclagem”, disse.
No segmento imobiliário, a queda do emprego em outubro, em relação ao mês anterior, foi de 0,39%, enquanto no setor de infraestrutura esta taxa caiu 0,67%. “É preocupante a forte desaceleração nas contratações dos segmentos típicos do início de novos empreendimentos, como os de engenharia e arquitetura e de preparação de terrenos”, afirmou Ana Maria Castelo.
Fonte: Padrão