A construção civil brasileira perdeu 483 mil postos de trabalho em 2015, de acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego. O setor encerrou o mês de dezembro com 2,835 milhões de trabalhadores formais, retornando ao nível registrado de maio de 2010.
Em dezembro, na comparação com o mês anterior, foi apurada queda de 3,98% no nível de emprego, com o fechamento de 117,6 mil postos de trabalho, considerando os fatores sazonais**. Desconsiderando efeitos sazonais, o número de vagas fechadas em dezembro foi de 10,5 mil (-0,36%).
O vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP, Eduardo Zaidan, avalia que esta queda livre do emprego é o resultado mais eloquente da falta de confiança mínima para que os agentes econômicos retomem suas decisões de investimento. “Somente um esforço do Executivo e do Legislativo, com sinais inequívocos de seriedade fiscal e comprometimento com reformas, poderia começar a reverter este cenário, junto com medidas que estimulem o capital privado a investir na ampliação da infraestrutura”, afirma.
Por segmento, a preparação de terrenos teve a maior retração (5,41%) em dezembro em comparação a novembro, seguido de imobiliário (4,53%) e pelo segmento infraestrutura (4,47%). No acumulado do ano, contra o mesmo período do ano anterior, o segmento de infraestrutura apresentou a maior queda (14,52%), seguido pelo segmento imobiliário (13,38%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Norte (-6,45%), e no Centro-Oeste (-5,40%).
Emprego por regiões do Brasil | ||
Região | Variação mensal (%) | Número de novas vagas |
Norte | -6,45 | -10.971 |
Nordeste | -3,98 | -24.706 |
Sudeste | -3,54 | -52.700 |
Sul | -3,81 | -17.220 |
Centro-Oeste | -5,40 | -12.032 |
Brasil (Total) | -3,98 | -117.629 |
**Os dados da tabela consideram os fatores sazonais
Estado de São Paulo
Em dezembro o emprego registrou queda de 3,08% em relação a novembro, considerando efeitos sazonais, com o corte de 23,9 mil vagas. Desconsiderando a sazonalidade, o declínio no período foi de 0,50% (-3.907 vagas).
Em 2015, a redução do número de empregados no estado foi de 7,97% em relação ao mesmo período de 2014, sendo que o segmento imobiliário respondeu pelo pior desempenho (-10,32%). O estoque de trabalhadores caiu para 752,4 mil.
Em 12 meses, entre as regionais, Presidente Prudente apresentou a maior queda, de 23,93%. Na capital, que responde por 46% do total de empregos no setor, a retração no mesmo comparativo foi de 11,73%.
Emprego por regiões do Estado de São Paulo (Dezembro de 2015) | ||
Região | Variação mensal (%) | Número de novas vagas |
Sede (capital) | -2,82 | -10.055 |
Santo André | -2,50 | -1.077 |
Campinas | -3,67 | -3.013 |
Ribeirão Preto | -2,64 | -1.293 |
Santos | -3,35 | – 931 |
Sorocaba | -3,08 | -2.565 |
São José dos Campos | -3,37 | -2.421 |
Bauru | -3,86 | -929 |
São José do Rio Preto | -4,24 | -1.256 |
Presidente Prudente | -4,26 | -383 |
*A dessazonalização é um tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que tipicamente acontecem em um mesmo período do ano.
Fonte: Sinduscon-SP
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