Contra as protelações das obras rodoviárias

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O governo já esgotou todo o estoque de argumentos que vinha apresentando na tentativa de justificar as protelações das obras de ampliação, conservação, manutenção e abertura de novas estradas no conjunto da malha rodoviária federal. Daqui para frente toda desculpa não terá outro ponto de apoio, senão as medidas que ele próprio vem tomando (zerou a Cide-Combustível) e que estão resultando em mais atrasos no cronograma de obras prioritárias para movimentar a economia.
Já pertencem ao passado, e às providências administrativas ou de outra natureza, os casos ocorridos no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que provocaram a queda do ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes, o que ocasionou outras defenestrações. E não se pode acreditar que a faxina geral, anunciada na oportunidade daqueles fatos (a queda ocorreu no dia 6 de julho de 2011), ainda não tenha sido concluída.
O general Jorge Fraxe, que assumiu a direção-geral do Dnit em setembro daquele ano, teve tempo suficiente, de lá para cá, para colocar a casa em ordem e bloquear um dos piores efeitos das mudanças no ministério: a paralisação das obras. As despesas do Dnit, que somaram R$ 45,4 milhões em 2011, caíram para 31,6 milhões, no primeiro quadriênio deste ano.
Fica difícil de acreditar que, num país onde mais de 60% das cargas são transportados via terrestre, eventualmente por estradas impraticáveis, como ocorre no Centro-Oeste, as obras não sejam retomadas sob o argumento de que “todos os 104 projetos que havia ali, quando eu assumi o Dnit, tinham problemas” [palavras do general Fraxe]. O País dispõe de grandes escritórios de projetos e consultoria e a Engenharia brasileira tem se revelado capacitada, ao longo de sua história, para resolver com competência problemas da ordem daqueles referidos pelo general.
Acreditamos que está na hora de um choque de gestão para normalizar os contratos atuais e resolver outras pendências do mercado de obras rodoviárias federais. Se isso ocorrer, os reflexos positivos de imediato aparecerão e se estenderão à indústria de equipamentos, materiais e serviços de construção, cujos estoques estão repletos para atender à expansão econômica que a sociedade esperava e que não aconteceu.
O governo federal precisa atuar no atacado para reavivar a economia. A maioria dos economistas afirma que os estímulos ao consumidor de varejo já se esgotaram. (NCO)

Fonte: Padrão


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