Engenharia e construção no Brasil em 2008: Setores batem recordes mesmo com crise global

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Apesar da crise financeira que eclodiu nos Estados Unidos em setembro de 2008, afetando a economia global, os setores de Construção e Engenharia no Brasil fecharam o ano com um desempenho histórico. O faturamento bruto conjunto das 190 maiores empresas do setor atingiu R$ 65,937 bilhões — o melhor resultado dos últimos 14 anos.

Demanda aquecida impulsiona crescimento dos setores

O crescimento se manteve graças à forte demanda nos três primeiros trimestres de 2008, especialmente em empreendimentos privados dos setores exportadores, como:

  • Mineração

  • Siderurgia

  • Papel e celulose

  • Agronegócio

  • Etanol

Somaram-se a isso os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mesmo com desafios de gestão, e os projetos estaduais e municipais em São Paulo, Minas Gerais e outras cidades-polo econômicas.

Copa de 2014 e PAC puxam novos investimentos em infraestrutura

Com a escolha das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, obras de infraestrutura urbana, mobilidade e estádios ganharam novo fôlego. Estão previstas melhorias em transporte público, acessos viários e terminais aeroportuários, abrindo espaço para parcerias público-privadas e revitalização urbana.

Além disso, o crescimento foi sustentado por:

  • Aumento de recursos e execução de obras do PAC

  • Expansão do plano de investimentos da Petrobras

  • Obras para o pré-sal

  • Construção de refinarias e modernização de plantas industriais

Mercado imobiliário dá sinais de recuperação em 2009

Já no primeiro semestre de 2009, o mercado imobiliário começou a se recuperar, impulsionado pelo anúncio do programa federal de 1 milhão de moradias para baixa renda. Esse plano exige das construtoras novas soluções tecnológicas e gerenciais para atender à demanda em larga escala.


Ranking da Engenharia Brasileira: Os Números de 2008

A revista O Empreiteiro publicou o levantamento exclusivo com base no faturamento bruto das empresas em 2008. O ranking abrange quatro segmentos principais:

SegmentoCrescimento (%)Receita Bruta (R$)
Construção49,59%R$ 45,303 bilhões
Montagem Industrial51,81%R$ 8,936 bilhões
Projeto & Consultoria39,86%R$ 6,012 bilhões
Serviços Especiais de Engenharia34,34%R$ 5,686 bilhões

As maiores construtoras de 2008

As 100 maiores construtoras responderam por 68,71% do total da receita das 190 empresas analisadas. Entre os destaques:

  • Norberto Odebrecht (1º lugar)

  • Camargo Corrêa (2º)

  • WTorre com crescimento de 164%

  • Galvão Engenharia, 80%

  • Carioca Christiani-Nielsen, 79%

  • Andrade Gutierrez, 70%

Montagem industrial impulsionada pela Petrobras

Com forte presença da Petrobras e da indústria pesada, o segmento teve alta expressiva. A UTC Engenharia liderou o ranking, seguida por Skanska, Enesa, Techint e MPE. Algumas empresas apresentaram crescimento acima de 150%, como:

  • Daltec (172%)

  • Isotec (164%)

  • Gemon (78%)

Projetos e consultoria seguem em expansão

As 40 maiores projetistas e gerenciadoras cresceram quase 40%, com destaque para:

  • Engevix (1º lugar)

  • Concremat (2º)

  • Promon (3º)

  • Technip Brasil (estreante no 4º lugar)

Entre as empresas com maior crescimento de receita:

  • Engevix (68%)

  • Cobrape (66%)

  • MHA Engenharia (60%)

Serviços especiais de engenharia também avançam

O setor registrou crescimento de 34,34%, com a Telemont, RipServiços e Medabil nas primeiras posições. As maiores variações de receita foram:

  • Termoeste (167%)

  • Roca Fundações (123%)

  • Novatecna (83%)


2008 foi o melhor ano da década para a engenharia brasileira

Mesmo diante de uma crise global, o setor de engenharia e construção brasileiro teve um crescimento recorde. O desempenho robusto foi impulsionado pela combinação de investimentos públicos e privados, além da expectativa de expansão gerada por eventos como a Copa de 2014 e o pré-sal.


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