Manaus vai ganhar um novo porto para embarque e desembarque de passageiros e cargas. O governo federal planeja investir R$916 milhões na construção de novos píeres, berços de apoio, flutuantes, pontes de acesso e terminais na capital do Amazonas, que já possui o porto fluvial mais movimentado do mundo. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) abriu uma concorrência e já recebeu propostas para a elaboração do projeto básico e executivo da obra.
O órgão espera definir a empresa responsável pelas tarefas ainda este mês. O prazo para entrega dos projetos é de seis meses. Depois disso, começam as obras, cuja execução deve durar dois anos.
O novo porto deve ocupar cerca de 38 mil m2 e terá duas estruturas principais: uma em frente à Feira da Manaus Moderna e outra em frente à Feira da Banana, dois barracões de comércio popular localizados na região central. A estrutura está sendo projetada para receber embarcações de mais de 80 metros de comprimento. Já o terminal de passageiros terá capacidade para atender até 4 mil visitantes por dia.
Também estão previstos um edifício de fiscalização e controle, uma subestação elétrica, guaritas, áreas de convivência, playground e estacionamento para mais de 200 veículos com cobertura equipada com placas fotovoltaicas. O projeto prevê ainda uma estação de tratamento de esgoto para controle da poluição e manejo dos resíduos que o porto deve gerar, já com estudos de viabilidade autorizados pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
De acordo com o Dnit, o novo porto será estratégico para o abastecimento de Manaus, a integração regional e o turismo na Amazônia. “O novo porto da Manaus Moderna terá um impacto logístico e econômico significativo para a região Norte. A nova estrutura vai aprimorar e tornar mais eficiente o transporte hidroviário, facilitar o fluxo de mercadorias e o deslocamento de passageiros, reduzir custos logísticos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”,prevê o órgão.
O transporte fluvial de passageiros em Manaus ocorre principalmente na área conhecida como Manaus Moderna, no centro da cidade, às margens do rio Negro. O local funciona como principal ponto de embarque e desembarque para viagens ao interior do Amazonas e a outros Estados da Região Norte.

A operação é feita, em grande parte, por meio de estruturas improvisadas, como flutuantes, balsas e rampas provisórias. Não há um terminal de passageiros formal e integrado, o que obriga usuários a embarcar em áreas abertas, muitas vezes sem cobertura adequada, com circulação simultânea de pessoas, bagagens e cargas no mesmo espaço. Em períodos de cheia ou vazante, passarelas improvisadas são instaladas para permitir o acesso às embarcações, o que aumenta os riscos de acidentes e dificulta o embarque de idosos, pessoas com deficiência e passageiros com bagagem.
O vice-prefeito e secretário de Obras da cidade, Renato Junior, já disse que o atual porto opera em “condições desumanas” e que o novo trará “dignidade” a seus usuários. As embarcações que atracam em Manaus vindas de outros municípios trazem, além de passageiros, mercadorias que abastecem o comércio da cidade. Nos píeres atuais, é comum passageiros dividirem espaço com estivadores carregando cargas, inclusive nas escadarias que dão acesso às plataformas.
Só nesta temporada de férias, seis navios de cruzeiro vão atracar na cidade, trazendo 4 mil passageiros e 2,3 mil tripulantes. A Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) estima que US$260 mil (cerca de R$1,4 milhões), sejam gastos pelos visitantes no Estado. A receita indireta gerada pelo turismo deve alcançar R$6,9 milhões, totalizando movimentação prevista de R$8,3 milhões na economia estadual.
Quase 590 mil pessoas utilizaram, no ano passado, o transporte hidroviário intermunicipal saindo da capital, segundo contagem da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas (Arsepam) nos postos de fiscalização da autarquia estadual. O Porto de Manaus, no centro da cidade, foi o segundo que mais movimentou esse tipo de passageiros: 214 mil pessoas, ou seja, 36% do total.





