A Rudloff, criada em março de 1960, tem a memória no Brasil da aplicação do concreto protendido. Desde sua fundação a empresa trabalha com essa tecnologia no país, lembra Thomas Toutin, diretor de desenvolvimento de negócios da empresa.
“Foi uma inovação que ela trouxe ao mercado na época. Após seis décadas o concreto protendido continuar ainda como técnica essencial é algo relevante”, diz. “Mas a evolução foi constante”.
A evolução que Thomas aponta é apoiada principalmente no desafio da engenharia em sempre vencer grandes vãos, seja em construções prediais ou em viadutos e pontes: “E continua surgindo cada vez mais projetos com vãos e pilares maiores, que fazem uso da tecnologia de protensão”.
Segundo o executivo, a adoção de tecnologias mais leves agregadas ao concreto protendido é o caminho da engenharia para manter a evolução nessa área. “Esse método construtivo exige acompanhamento incluir no exterior para entender como ele evolui e pode ser utilizado aqui”, afirma.
Atuando não só em concreto protendido, mas também com emendas mecânicas, barras de alta resistência e usinagem, a Rudloff cresceu oferecendo soluções construtivas aos seus clientes dentro de seu campo de atuação.
“A gente tenta oferecer a maior gama possível de produtos às obras, como tirantes para solo, luvas, aparelhos de apoio para construção, emendas mecânicas – tudo isso aliado à nossa tecnologia para protensão. A gente visa a facilitar a construção, seja qual tipo de obra for”, diz Thomas Toutin.
A energia eólica é um segmento que cresceu muito nos últimos anos no país e as torres que suportam turbinas e pás já atingem 130 m. A Rudloff, nesse mercado, oferece sistema de protensão das torres de concreto. “Oferecemos todo tipo de componente metálico que vai na torre, além da tecnologia de protensão”, conta o diretor da empresa.
Aliás, esse ano foi importante para o crescimento da Rudloff nesse mercado. A empresa participou do maior projeto eólico da América Latina, o parque Lagoa dos Ventos, no Piauí. São 230 torres de 120 m de altura cada, que foram erguidas esse ano com a tecnologia Rudloff.
Para atuar nesse segmento, Thomas explica que primeiro a empresa teve que passar por longo processo de certificação, pois esse mercado exige rigorosos padrões de qualidade e segurança aplicados à torre. “Após a certificação, tivemos que desenvolver um produto que chegasse pronto à obra”, envolvendo inclusive o içamento dos cabos de protensão e o tensionamento.
“Nosso método permite uma aplicação rápida que esse tipo de obra exige, onde 4 a 5 torres são levantadas por semana. É um ritmo alucinante de execução “, destaca. Parte do fornecimento foi feita durante a pandemia, onde cuidados sanitários tiveram que ser redobrados nos canteiros.
Nos parques eólicos, é fundamental a questão logística. “No início de nosso fornecimento, fabricávamos tudo em São Paulo. As obras estão no Nordeste e esse custo logístico que temos no Brasil é um empecilho. Por isso, inauguramos no início do ano uma fábrica no Nordeste. Agora fazemos lá o nosso cabo de protensão, ao lado de nossos clientes”, ressalta.
Na questão de logística dentro da obra, ele destaca que equipes de aplicação treinadas da Rudloff dão o ritmo necessário à execução. Thomas Toutin vê muitas construtoras capacitadas no Brasil e acrescenta que a parceria é o ponto forte da Rudloff no mercado. “Queremos entregar produtos e soluções que possam agilizar o trabalho no canteiro de obras. Então, entregamos produtos com o máximo de detalhes resolvido, como tirante completo, cabos de protensão prontos, para serem aplicados e minimizar os serviços do cliente”, conta.
A crise ofereceu ensinamentos a Rudloff. A atuação no segmento eólico foi uma diversificação buscada a partir de um momento difícil do mercado. “Junto com nossa tecnologia, incorporamos a rapidez e vontade de criar laços e parcerias de longo prazo. É um tipo de visão que o mercado de construção precisa ter. O conceito de parcerias de longo prazo precisa ser estabelecido”, conclui Thomas.