Ferrovia Norte-Sul avança no estado do Tocantins

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Com a inauguração do trecho Araguaína-Colinas do Tocantins, com 94 km, a ferrovia se converte na nova opção logística para o escoamento de grãos, álcool e fertilizantes, entre outros produtos, do interior do Tocantins, tornando-os mais competitivos
Projetada para interligar as regiões Norte e Nordeste ao Sul e Sudeste do País, e, ao mesmo tempo, minimizar custos de transporte de longa distância, a Ferrovia Norte-Sul cresceu mais 95 km, em dezembro do ano passado, avançando no o Estado do Tocantins.
O trecho inaugurado interliga o pátio multimodal de Araguaína ao de Colinas do Tocantins, que fica a 280 km de Palmas (TO) e custou R$ 300 milhões, com recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

As obras, iniciadas em março de 2007, foram executadas pela construtora Norberto Odebrecht, sob coordenação da Valec – Engenharia e Construção de ferrovias S.A., empresa federal subordinada ao Ministério dos Transportes. O trecho foi construído em bitola larga, com raios de curvas e rampas suaves e dormentes de concreto, o que permite uma velocidade comercial de 80 km/h.

Com o início da operação do novo trecho, a Norte-Sul passa a contar com um total de 462 km. O projeto original prevê a construção de uma ferrovia com 2.100 km de extensão, nascendo na cidade de Açailândia, no Maranhão, onde faz conexão com a Estrada de Ferro Carajás, estendendo-se até o município de Estreito, na divisa com o Tocantins.
Deste ponto, a ferrovia avançaria pelo Tocantins até alcançar o município de Uruaçu, divisa com Goiás, cortando, em seguida, boa parte de Goiás até chegar à cidade de Anápolis. Com essa configuração, atravessaria a região do cerrado, conectando-se ao Norte com a E.F. Carajás e ao Sul com a FCA.

Isso representaria uma alternativa mais econômica para os fluxos de longa distância hoje existentes, permitindo o escoamento de grãos, farelos, fertilizantes e adubos, óleo, soja, álcool, derivados de petróleo, açúcar, algodão e cimento, das regiões Centro-Oeste e Norte do país.

Uma vez concluído, o empreendimento se converterá em um forte indutor de ocupação econômica da região do Cerrado Setentrional Brasileiro, que compreende o sul dos estados do Maranhão e Piauí; sudeste do Pará, oeste do estado da Bahia; noroeste de Minas Gerais; norte de Goiás; nordeste do Mato Grosso e todo o estado do Tocantins.

Ferrovia intermodal
Com a inauguração do trecho Araguaína-Colinas do Tocantins, entra em operação o Terminal de Carregamento de Colinas do Tocantins, que permitirá a conexão da ferrovia com os mercados da região, servindo de base para o desenvolvimento de negócios na área de grãos, álcool, fertilizantes, entre outros produtos. Para o produtor da região, o custo de logística cai bastante e a competitividade aumenta. A composição inaugural partiu do terminal em direção a São Luiz (MA) carregando 900 t de soja, embarcadas em navio para o exterior.

O pátio multimodal de Colinas ocupa uma área de 400 mil m2, onde foram implantados 8,6 km de grade ferroviária (dormente, trilho e brita), distribuídos em seis linhas de tráfego: uma principal, uma de desvio e quatro de operação. A sua construção iniciada em setembro de 2008, exigiu investimentos de R$ 35 milhões.

A área destinada à comercialização tem 139 mil m2, dividida em seis lotes, dos quais cinco estão sendo arrendados à iniciativa privada, por meio de licitação pública. O sexto é operado pela Vale. A empresa foi a vencedora da licitação realizada em outubro de 2007, do trecho de 720 km da ferrovia, que compreende as cidades de Awçailândia (MA) e Palmas (TO). O investimento da empresa para operar a ferrovia foi de R$ 1,478 bilhão, que garante à empresa a exploração comercial durante um período de 30 anos.

De acordo com o gerente geral da Ferrovia Norte-Sul, Eduardo Caléia, o pátio de Colinas vai operar, a partir de março de 2009, com duas locomotivas e 80 vagões diários. "Ao todo, são 7.200 t de capacidade de transporte.

Sem parar
A próxima etapa prevista para a Ferrovia Norte-Sul é a conclusão do trecho até Palmas, com prazo previsto para dezembro de 2009. Com ele serão ao todo 720 km de extensão ligando as cidades de Açailândia, no Maranhão, a Palmas, no Tocantins.

Segundo o superintendente geral da Valec Engenharia, Luiz Carlos Machado, independente da crise financeira internacional, as obras da ferrovia irão continuar. "Os recursos estão garantidos", disse ele.

Fonte: Estadão


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