Observando a dificuldade dos hospitais com a falta de equipamentos – principalmente de proteção respiratória – para tratar os casos graves da Covid-19, o engenheiro Marco Aurélio Fernandes, de Campinas, decidiu adaptar para a área hospitalar máscaras comumente utilizadas na indústria para manipulação de produtos químicos e por bombeiros no controle de emergências com produtos químicos perigosos. Os resultados foram positivos e ele aguarda liberação da Anvisa para que elas possam ser utilizadas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs)
Engenheiro responsável por uma empresa especializada na manutenção de Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs), ele decidiu adaptar, para aplicação hospitalar, três tipos de máscaras utilizadas por bombeiros/ brigadistas no controle de emergências, quando ocorrem vazamentos com produtos químicos perigosos.
Uma delas já foi aprovada em sofisticado equipamento nos testes respiratório e de vedação/estanqueidade (vazamento). O equipamento, chamado de “bancada PosiChek3”, conta com um pulmão mecânico que respira (inalando e exalando) na máscara, simulando o uso por um usuário.
“É um dos equipamentos que tenho em minha oficina para testar os EPRs de bombeiros, que precisam estar 100% seguros e prontos para o uso. Este teste está em conformidade com a exigente norma americana da National Fire Protection Association (NFPA)”, garante. Essa máscara já foi encaminhada para aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Marco Aurélio explica que em todas as montagens foram integrados à máscara equipamentos de uso médico-hospitalar adquiridos no mercado, como traqueias, conectores para fornecimento de oxigênio, filtros HMEF – que filtram até 99,99% de vírus e bactérias – e a Válvula de Ajuste de Pressão (PEEP), responsável em manter a pressão positiva dentro da peça facial.