As obras de construção da Linha 4 - Amarela do Metrô de São Paulo já foram retomadas em 15 frentes, depois que o consórcio Via Amarela, composto pelas empresas Norberto Odebrech-CBPO, OAS, Queiroz Galvão e Alstom, cumpriu as exigências feitas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A liberação ocorre nos canteiros de obras das estações Fradique Couti nho, Faria Lima, República, Butantã, Três Poderes-Caxingui, Morumbi-Caxingui, Três Poderes-Butantã, Rua Cunha Gago e acesso da estação Higienópolis. Também foram retomadas as atividades nas estações Paulista e Mackenzie-Higienópolis, e no trecho entre essas duas estações. Outras sete frentes ainda aguardam laudos do IPT. Os trabalhos de construção na Estação Pinheiros deverão ser retomados apenas em outubro. No local, são executados apenas os trabalhos de retirada de escombros e de perícia para descobrir as causas da tragédia do desabamento ocorrido. As obras estavam suspensas desde 14 de fevereiro, a pedido do Ministério Público, preocupado com a possibilidade de novos acidentes, depois do desabamento na futura Estação Pinheiros, em 12 de janeiro deste ano, que deixou sete mortos. Ao todo, 23 frentes de trabalho foram interditadas. Antes do reinicio das atividades, o IPT exigiu que três providências fossem tomadas pelo consórcio: a execução de furos de sondagens (coleta de amostras do solo) horizontais na área de escavação dos túneis; um plano completo de instrumentação (medidas da movimentação do terreno), estabelecendo níveis de atenção - intermediário e crítico -; e sua associação ao plano de gerenciamento de riscos. Em todos os casos, a documentação apresentada pelo Via Amarela foi julgada adequada pelo IPT. Identificada como uma linha integradora, a Linha 4 deverá melhorar a qualidade e a sustentabilidade do transporte urbano na Região Metropolitana de São Paulo. Ela promoverá a interconexão das redes existentes de metrô com os trens metropolitanos e os ônibus. Sua conclusão permitirá maior acesso da população de baixa renda a um transporte urbano com mais segurança, rapidez e confiabilidade. Com extensão de 12,8 km e 11 estações, a Linha-4, quando pronta, ligará o bairro da Luz, no centro antigo de São Paulo, ao município de Taboão da Serra (Grande São Paulo). O projeto compreende duas fases. A primeira refere-se à ligação da estação da Luz ao pátio Vila Sônia (Zona Oeste), cujas obras foram iniciadas em maio de 2004. A segunda fase, que prevê a extensão até Taboão da Serra, está em projeto. Inicialmente, a conclusão era prevista para dezembro de 2008. A Linha 4-Amarela deverá atender a uma demanda de cerca de 900 mil passageiros/dia e o custo total do projeto é de US$ 933,9 milhões. Devido ao seu alto custo, o governo do Estado de São Paulo decidiu transformar a Linha 4 no primeiro empreendimento do País a contar com uma Parceria Público-Privada (PPP). O novo mecanismo de participação do setor privado em projetos públicos tem o objetivo de complementar os grandes investimentos governamentais na expansão e melhoria de serviços de grande importância social. No caso da Linha 4-Amarela, a PPP transfere para a iniciativa privada a responsabilidade de arcar com parte dos custos das obras civis, e no fornecimento da frota de trens e de outros sistemas operacionais, como sinalização e controle, telecomunicações móveis e supervisão. Em troca, o agente privado fica com o direito à operação comercial por um período de 30 anos, sob a forma de concessão. Caso a arrecadação tarifária não atinja a meta estabelecida no contrato de concessão, o governo do Estado, através da Companhia do Metropolitano de São Paulo, compromete-se a pagar o lucro prometido. No dia 16 de maio de 2007, os deputados estaduais de São Paulo aprovaram, projeto de lei que autoriza o governo do Estado a contrair empréstimo de US$ 450 milhões para a continuidade das obras. Agora a proposta segue para apreciação do governador José Serra, que deverá sancionar o texto. O empréstimo será adquirido junto a bancos internacionais. Dos US$ 450 milhões, US$ 225 milhões devem ser captados junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e a um consórcio de bancos japoneses, liderados pelo Sumitomo Mitsui Banking, com garantia do Japan Bank for International Cooperation (J-BIC). A aprovação do financiamento era considerada prioritária pelo governo Serra. Além das empresas que compõem o consórcio Via Amarela, estão envolvidas no projeto Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens, encarregadas da construção do pátio de estacionamento e oficinas de trens de Vila Sônia. A LINHA 2 PROSSEGUE Além da Linha 4-Amarela, está em curso, no metrô de São Paulo, o projeto de expansão da Linha 2-Verde. O escopo prevê a construção de 6,5 km em duas etapas. A primeira compreende a implantação de três estações em 3 Km de linha: Chácara Klabin, Imigrantes e Alto do Ipiranga. A demanda prevista para a Linha 2, com a conclusão das obras primeira fase, é de 370 mil passageiros/dia. A segunda etapa do projeto terá 3,5 km e mais duas novas estações: Sacomâ e Tamanduateí, fazendo a integração física com a linha D da CPTM, próximo ao município de São Caetano do Sul. R$ 954 milhões é quanto se espera gastar na primeira fase desse projeto, com recursos do governo estadual. Para a implantação do trecho até a Estação Tamanduateí, serão necessários mais R$ 1,344 bilhão, incluindo a aquisição de 11 trens. Atualmente, o Metrô tem 117 trens. No dia 30 de junho foi inaugurada a Estação Alto do Ipiranga, que deverá agregar 40 mil passageiros ao sistema. As estações Imigrantes e Chácara Klabin ficaram prontas no primeiro semestre de 2006. A segunda etapa do projeto encontra-se em fase de desapropriação de imóveis e a previsão do Metrô de São Paulo é de que as obras civis para construção das estações Sacomã e Tamanduateí tenham início após a conclusão da Estação Alto do Ipiranga. Dois decretos do Governo do Estado de maio de 2007 autorizaram o Metrô a desapropriar 231 imóveis nos bairros Vila Carioca e Vila Prudente, onde serão construídas as futuras estações Tamanduateí e Vila Prudente, além das estruturas elevadas do novo trecho da Linha 2-Verde e o pátio de estacionamento e manobras de trens, em um trecho da Avenida Presidente Wilson, na Vila Carioca. Outra obra a ser executada na área desapropriada de 190 mil m² será a interligação entre a futura Estação Sacomã e o futuro Terminal Sacomã do Expresso Tiradentes da SPTrans. Estão envolvidas nesse estágio do projeto as construtor as Andrade Gutierrez e CBPO. Após a conclusão da segunda fase, prevista para 2010, a Linha 2 terá 14 km de extensão e 13 estações. Isso porque as cinco novas estações irão se somar às oito existentes, do traçado original da linha. Futuramente, a pretensão da companhia é interligar a Estação Chácara Klabin à Linha 5 (Capão Redondo-Chácara Klabin), passando pela Estação Santa Cruz, da Linha l-Azul (Jabaquara-Tucuruvi).(P.E.S) Fonte: Estadão