Empresários brasileiros têm uma missão, dia 11 de abril, em Nova York. Refiro-me em especial aos engenheiros José Ayres Campos (ex-CNEC) e José Carlos de Mello (presidente da consultoria Andrade & Canellas). Ambos têm visão de mundo, com especificidades na área da infraestrutura brasileira. E, ambos, terão participação, naquele dia, no Global Construction Summit 2012. Trata-se de conferência onde fatos relacionados às questões da engenharia e dos problemas de infraestrutura, seja no Brasil, na Índia, nos Estados Unidos e na Europa, ganham importância necessariamente fundamental.
Imagino que a contribuição brasileira será oportuna para desenhar um pouco ou ao menos um fragmento do retrato do Brasil hoje. Temos históricas urgências impostas pela nossa necessidade de crescimento. Mas o cobertor – e sempre é bom recorrer a essa metáfora – tem sido extremamente curto. Se, acaso, conseguimos resolver, pontualmente, uma defasagem no segmento rodoviário, outras urgências aparecem, senão em São Paulo, pelo menos em outros estados. E, a mesma coisa continua a acontecer nos segmento ferroviário, hidroviário, aeroportuário, no saneamento básico e daí por diante.
No conjunto de nossa pobreza está a educação marcando passo. E, ao lado da educação que não recebe os investimentos satisfatórios para a melhoria da qualidade do ensino e do espaço construído para esse fim, está a saúde pública, permanentemente em frangalhos. De modo que, olhando para as nossas necessidades, a partir de qualquer patamar, torna-se muito difícil visualizar uma luzinha anêmica no final do túnel.
Mas, nesses eventos internacionais, é importante divulgar que, ao lado dessas urgências, temos um extraordinário potencial de reservas de toda ordem para crescer. E um passo nesse sentido é estancar o processo de desindustrialização. A indústria cria empregos e induz a solução dos gargalos críticos na infraestrutura, obrigando-nos a cuidar da educação e da qualificação da mão de obra.
Uma lição estamos aprendendo: Os países que levaram adiante a política da desindustrialização estão amargando o desemprego na própria casa. E se encontram na dependência do que é fabricado na casa dos outros.
Lembrança de Millôr
“Livre pensar é só pensar.” – Um pensamento dele na época da ditadura.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira