Dotar a ferrovia de infra-estrutura necessária para chegar a 2010 transportando 200 milhões t, atendendo, assim, à demanda do mercado internacional de minério de ferro. Isso é o que motiva a MRS Logística – concessionária que controla e opera a antiga Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal – a investir, nos próximos quatro anos, US$ 1 bilhão, com recursos próprios, em seu sistema. Metade dos recursos será aplicada na ampliação e modernização da frota, com a compra de cerca de mil vagões por ano e 200 novas locomotivas. Com essa aquisição, a empresa deverá, ao final dos próximos quatro anos, contar com 16 mil vagões e 500 locomotivas. Para 2007, quando a meta da MRS é transportar 130 milhões t de minério, a previsão de investimentos é de R$ 700 milhões para a compra de 850 vagões, 20 locomotivas novas e 38 usadas. Além dos investimentos em material rodante, a MRS deverá aplicar a outra metade dos recursos para adequar a via permanente ao aumento do fluxo de trens, com remoção de gargalos, duplicação de trechos e manutenção geral da via. Entre os projetos prioritários está a construção do terceiro trilho na entrada do Porto de Santos. As obras cuja conclusão está prevista para meados de agosto próximo, exigirão recursos da ordem de R$ 5 milhões. O projeto prevê a instalação de 14 km de trilhos na linha já existente, cuja bitola é de 1,60m, adequada à circulação dos trens de bitola larga da MRS. Com a construção do terceiro trilho, o trecho da ferrovia permitirá a entrada no porto de trens de bitola de 1 m, como os da ALL, que, atualmente, para terem acesso ao porto, utilizam uma linha da CPTM que os obriga a atravessar as cidades de São Vicente e Santos. Para utilizar o novo acesso ao porto, a ALL pagará direito de passagem à MRS. A ferrovia planeja ainda construir no Porto de Santos um terminal multiuso, destinado à concentração de contêineres e armazenagem de grãos. O terminal ocupará uma área de 300 mil m² no Valongo, na margem direita do porto. Este empreendimento exigirá investimentos totais da ordem de R$ 400 milhões, em duas etapas. A primeira, e mais simples, seria a da área destinada ao armazenamento de contêineres. Este terminal, quando em plena operação, terá capacidade para movimentar até 600 mil TEUs (unidade de medida que equivale a um contêiner de 20 pés ) por ano. A MRS já entrou com o pedido de licença ambiental para instalação da área de contêineres, que ocupará 140 mil m², quase metade do terreno. Numa segunda etapa, a ferrovia iniciará a construção da parte destinada à captação e movimentação de grãos: três armazéns com capacidade de 130 mil t cada um. Essa etapa deverá levar mais dois ou três anos. Também são prioritários para a MRS a duplicação de 100 km de linha entre a cidade de Barra Mansa e o Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, e a construção de um sistema de correia transportadora de minério, ligando o pátio de Campo Grande, na cidade de Santo André, região do ABC paulista, ao terminal da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), em Cubatão. A licença ambiental para a execução do projeto já foi concedida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Em julho, a MRS deverá definir que empresas serão contratadas para a construção da esteira. Há cinco consórcios interessados no projeto, que deverá entrar em operação 22 meses após o início das obras, a um custo estimado em US$ 80 milhões. A meta da MRS é passar a transportar 70% do minério destinado à Cosipa pela correia transportadora, liberando seus trens para a movimentação de outras cargas. Hoje, o minério de ferro sai do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais pela Ferrovia do Aço, e segue até o terminal da MRS em Barra do Piraí (RJ). Nesse ponto a carga é transbordada para outra composição que segue para São Paulo, por meio do ramal ferroviário do Vale do Paraíba, até chegar ao terminal no pátio da Cosipa. Em 2006, a MRS deu andamento ao programa de reativação e ampliação de vários pátios e terminais, ao longo da malha e recuperação de alguns trechos da via, entre Itaquaquecetuba e Cruzeiro, em São Paulo. O programa foi iniciado em 2005 e exigiu investimentos de R$ 82 milhões (PES). Fonte: Estadão