Até o final deste ano, quase a totalidade das obras da companhia serão executadas dentro dessa filosofia, que racionaliza os processos construtivos, reduzindo desperdícios de tempo e material; ação também é reforçada pelo uso da metodologia BIM
A MRV – maior empresa de construção da América Latina – investe cada vez mais em soluções tecnológicas em busca de eficiência e melhores resultados operacionais. O objetivo para este ano de 2022 é aprimorar a linha de produção, agregando mais qualidade aos métodos construtivos e segurança aos operários.
Para tanto, a companhia expande a aplicação da filosofia Lean Construction (Construção Enxuta) em seus canteiros de obras. Até o final deste ano, quase a totalidade de seus empreendimentos serão concebidos a partir dessa filosofia, que racionaliza os processos construtivos de modo a evitar desperdícios, como o retrabalho, a superprodução, o estoque, movimentações desnecessárias, esperas, transportes e processos que não agregam valor. Além disso a MRV tem como objetivo formar sua equipe com a visão da produção enxuta para solidificar esse modelo de produção.
Desta maneira, a construtora mira na sustentabilidade de seus empreendimentos, com foco na elevação do nível de eficiência e produtividade das operações, redução de prazos, melhor qualidade das moradias entregues e, também, do ambiente de trabalho em que os operários atuam (detalhes abaixo).
Linha Verde
“Atualmente já temos 90 obras sendo executadas dentro desse novo conceito, que batizamos de ‘Linha Verde’, e tem trazido resultados bastante positivos. Em termos de eficiência, notamos um ganho de 15%. E em termos de prazos, verificamos uma redução de 5% a 10%. São dados preliminares e que certamente ficarão mais significativos, com quocientes ainda maiores, conforme ampliarmos adoção desse modelo”, destaca Maria Gabriela Guimaraes, coordenadora de planejamento estratégico de obras da MRV.
Na prática, segundo ela, essa mudança se dá a partir do dito ‘chão de fábrica’, onde ocorre um processo de especialização de operários e, também, de habilitação para atividades multifuncionais. “O objetivo é garantir flexibilidade na operação. Atualmente, nossas esteiras de trabalho são divididas por pacotes, e as equipes trabalham com suas atividades já padronizadas e no ritmo adequado para a produção diária. Dessa forma, com o sequenciamento de obras, elas vão ficando mais produtivas, oferecendo mais qualidade, segurança, gerando menos desperdícios e agregando mais valor ao produto final”, explica a coordenadora.
Metodologia BIM
Outra frente de atuação que corrobora para a expansão desse processo é o uso da metodologia BIM (Building Information Modeling), que garante maior agilidade, eficiência e, sobretudo, qualidade na aplicação dos materiais e dos métodos construtivos adotados.
Desde janeiro de 2021, 100% dos projetos que estão em andamento na MRV já nascem dentro desse novo conceito de metodologia em 3D, que substitui as tradicionais plantas de construção e reúne todas as informações de uma obra em uma única base de dados, totalmente digital.
“Todos os lançamentos que estão em execução foram criados a partir do BIM. Nenhum projeto nasce mais sem o uso dessa tecnologia”, destaca André Jorge de Souza e Souza, gestor executivo de projetos da MRV.
Dentre as principais vantagens observadas, ele cita a facilidade de compatibilização das estruturas das edificações projetadas com sistemas de hidráulica e elétrica.
“Antigamente isso era feito a partir da sobreposição de plantas e havia muitos conflitos. Alguns, inclusive, só eram identificados durante a execução das obras ou até mesmo depois. Ao mudar o processo de modelagem, com a construção virtual, a assertividade passou a ser muito grande. O projeto nasce praticamente compatível entre si. Tudo é testado ainda na fase de planejamento”, enfatiza Souza.
Ele também menciona a possibilidade de melhor aproveitamento e ocupação de terrenos. “O BIM ajuda muito nesse sentido. A topografia dos terrenos é captada por drones, e o conteúdo já é imediatamente traduzido para o software de modelagem. Dessa forma, fica muito mais fácil buscar soluções em cima de um modelo 3D”.
Outra vantagem é a possibilidade de rastrear eventuais problemas futuros. “Por reunir todas as informações que envolvem a construção, o BIM funciona como um data-base para a toda cadeia. É um banco de dados que fica guardado para a eternidade e pode ser acionado a qualquer momento. Tudo isso se reflete em qualidade e segurança”.