Acaracterística do semiárido foi um dos motivos que manteve o constante fluxo migratório de sua população. Mas esse cenário apresenta grandes transformações. Novos investimentos destinados ao interior do país expandiram o ensino técnico e universitário. O fator educação foi determinante para o salto qualitativo do Nordeste. Diante desta nova perspectiva, o Ministro da Educação Fernando Haddad destacou em palestra que proferiu no seminário Motores do Desenvolvimento, no início de abril, em Natal, “que as universidades federais potiguares estão conectadas e que o desenvolvimento da região passa pela geração de mão de obra qualificada e pelo desenvolvimento de projetos de resgate da enorme dívida que o país tem com a região”. |
Investimentos regionais
No início do mês de maio a consultoria pernambucana Datamétrica, especializada em economia nordestina, divulgou estimativas dos investimentos na região. A expansão é de 5,06% no Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2011, contra 4% esperados para o Brasil como um todo. Para 2012, a projeção é de alta de 5,03% no Nordeste, ante uma média nacional de 4,3%.
Este crescimento econômico e a concentração de potenciais consumidores estão chamando a atenção de grandes companhias estrangeiras. A maior indústria de alimentos dos Estados Unidos, a Kraft Food, que tem uma receita anual de US$ 50 bilhões, acaba de inaugurar sua primeira fábrica, de chocolate e suco em pó no Nordeste. O grupo afirmou estar investindo na região que mais cresce no país.
O Banco Nordeste do Brasil (BNB) divulgou em maio deste ano, que a região é a mais beneficiada do país com os investimentos do Governo Federal, sem contar os investimentos de cunho nacional. Avaliado em R$ 9,9 bilhões pelo último informe realizado pelo Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), o valor tende a aumentar, considerando os projetos de mais duas novas refinarias da Petrobrás na região, nos estados do Ceará (Premium II) e Maranhão (Premium I). Segundo o superintendente do Etene, José Narciso Sobrinho, estes investimentos, destinados em grande parte às obras de infraestrutura e de atendimento social, pode contribuir para a consolidação do crescimento econômico nordestino acima do crescimento nacional.
Investimentos de empreendimentos no Nordeste
Empresas | Investimento |
O Grupo EBX, do empresário Eike Batista; 2 usinas termelétricas: Energia Pecém e MPX Pecém II | R$ 2,6 bilhões |
Estaleiro Atlântico Sul (EAS) | R$ 690 milhões na ampliação de seu parque naval no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco, com o objetivo reforçar suas operações off-shore (produção de equipamentos para a exploração de petróleo no mar), dado que a empresa venceu l icitação da Petrobras para a construção de sete sondas de perfuração, as quais serão usadas na exploração do petróleo do pré-sal. |
Selmi (dona das marcas Renata e Galo). Construção de nova unidade para 2012. Adquiriu um terreno de 73 mil m² no Porto de Suape onde vai construir uma fábrica de massas tradicionais e instantâneas. No futuro, a de biscoitos. | R$ 20 milhões, gerando 150 empregos diretos. A unidade será a plataforma para atender todo o Norte/Nordeste, além de exportar para a Venezuela e a África. |
Pepsico – Já tem uma fábrica de salgadinhos em Recife (PE), onde produz Fandangos, Cheetos, além do Toddynho. | Pretende inaugurar uma planta em Feira de Santana (BA), ainda em 2011. A unidade terá uma linha de produção de achocolatados em pó e, em uma segunda fase, de achocolatados líquidos. |
Schincariol (refrigerantes e cerveja) | R$400 milhões destinados à modernização e ampliação de sua unidade produtiva de Alagoinhas – 800 novos empregos. |
Ajegroup (sucos) | R$ 25 milhões em uma fábrica em Alagoinhas – mil empregos. |
Trifil (setor têxtil) | R$ 23 milhões na ampliação da fábrica em Itabuna – 3 mil empregos. |
Grupo Dass, (calçados e roupas esportivas) | R$ 30 milhões, para gerar 2.100 empregos em Vitória da Conquista(BA). |
Ford (setor automobilístico) | deve injetar, entre 2011 e 2015, R$ 2,8 bilhões na sua planta industrial de Camaçari (BA), gerando mil novos empregos diretos e permitindo o aumento da capacidade de produção da fábrica de 250 mil para 300 mil veículos/ano. |
Gamesa (líder mundial na produção e instalação de turbinas eólicas) | R$ 100 milhões em uma unidade no Polo de Camaçari. A fábrica vai empregar 100 pessoas na produção de hubs e montagem de nacelles para geradores eólicos. |
Alstom (fabricante de aerogeradores) | R$ 50 milhões na unidade industrial de Camaçari. |
Grupo Dass (fabricante de calçados esportivos, solados de borracha e roupas esportivas de marcas como Nike, Adidas, Oakley e Kappa). | R$ 30 milhões nas unidades da Bahia, que vão gerar 2.100 empregos diretos em Vitória da Conquista. |
Dax Oil (primeira refinaria de petróleo privada na Bahia e a terceira do país) | R$ 20 milhões que vão gerar, em plena operação, 100 empregos diretos e processar 2.500 barris de petróleo/dia no Polo Industrial de Camaçari. |
Kroma Investimentos e Participação Ltda. (segmento de energia alternativa) | R$ 380 milhões na sua instalação em São Gonçalo do Amarante, gerando 160 empregos. |
Aeris Energy (fábrica de pás para geradores eólicos). | R$ 80 milhões – criando 340 novas vagas. |
Melbros Indústria e Comércio de Calçados Ltda. | R$ 40,9 milhões na instalação de sua fábrica em Tauá – 950 postos de emprego. |
Coopershoes Cooperativa de Calçados e Componentes Joanetense Ltda. | R$ 28,6 milhões na sua futura unidade em Morada Nova – 766 vagas. |
Fonte: Estadão