Foram três dias de evento, onde visitantes e expositores puderam interagir, trocar ideias, conhecimento e experiências sobre o mercado energético, evidenciando as mais recentes novidades e tecnologias do setor. Em sua 2ª edição, a Powergrid Brasil – Feira e Congresso de Energia debateu as tendências do segmento e apresentou alternativas para melhorar a performance energética dos grandes consumidores de energia.
O alto nível dos produtos e das tecnologias, expostas pelas 45 empresas participantes, mostraram o potencial da feira, que buscou oferecer soluções para melhorar o sistema de gestão das empresas e reduzir seus custos com eletricidade. Entre os dias 27 e 29 de novembro, cerca de 3 mil pessoas passaram pelo pavilhão do Expocentro Edmundo Doubrawa, em Joinville/SC. O público qualificado, formado especialmente por empresários e gestores de indústrias dos mais variados segmentos, energia, óleo e gás, portos, construtoras, grandes redes de varejo, shopping centers, serviços, entre outros setores, veio de oito estados – DF, MG, MS, PR, RJ, RS, SC e SP.
O congresso foi um dos pontos altos do evento, abrangendo discussões sobre temas atuais e do futuro da energia no país, como a implementação das redes inteligentes, projetos de energia solar, integração de outras infraestruturas como petróleo e gás, investimentos e projetos de energia sustentável, impactos da medida provisória 579, eficiência energética e segurança, e as vantagens e riscos de apostar no mercado livre de energia.
Para Luiz Felipe Lepeltier, diretor da Messe Brasil, organizadora do evento, a Powergrid Brasil cumpriu seu papel de levar aos empresários e gestores de empresas que tem um alto consumo de energia oportunidades de otimizar o uso desse recurso. “A proposta do evento era, justamente, entender o que o mercado precisa e, a partir daí, apontar caminhos para tornar a performance das indústrias, no que diz respeito ao consumo de energia elétrica, mais eficiente e competitiva. Acredito que alcançamos este objetivo”, afirma Lepeltier.
“A Powergrid Brasil traz inovações e incentivos para redução do consumo de energia, exatamente um dos pontos que mais impactam os custos da produção industrial.
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Nossa ideia é fortalecer esse evento a cada edição, pois está alinhado ao nosso objetivo de buscar alternativas para melhorar a competitividade da indústria catarinense”, comentou o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, ao participar das atividades do último dia da Powergrid Brasil.
A Powergrid Brasil é uma realização da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e faz parte do plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, e conta com a organização da Messe Brasil. Neste ano, o evento teve o patrocínio do Senai e da Cemig.
Repercussão do congresso
Smart Grid: tendência para energia no Brasil
“As redes inteligentes de energia, Smart Grid, são mais que uma nova tecnologia, são um novo conceito”. A afirmação foi feita pelo diretor da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), Marco Delgado, na abertura do congresso Powergrid Brasil.
Novidade no Brasil, mas amplamente utilizado em países como Alemanha, EUA e Japão, as redes inteligentes, em fase de testes-pilotos no país, prometem a integração de tecnologias e fontes existentes. “Será possível monitorar operações por meio de dados digitais, ampliar a interação com o consumidor por meio de serviços, como religamento de rede, que dispensam a presença física das distribuidoras, reduzindo custos, e inserir na mesma rede de energia diversificadas fontes, como hidrelétrica, solar e eólica”, explica Delgado.
Entre os desafios para a estruturação das redes inteligentes no Brasil estão a capacitação da mão de obra, investimentos da ordem de 45 a 90 bilhões de reais e mudanças na regulamentação para o setor. “Em redes de alta tensão já é possível transmitir dados e voz. O desafio tecnológico é utilizar isso em redes de menor tensão para chegar às residências”, comenta Delgado.
Boas perspectivas para a expansão da energia solar no Brasil
A energia do futuro, totalmente limpa e sem ônus para o meio ambiente, começa a dar os primeiros passos no país. Os projetos de maior impacto deverão ter grande repercussão no mundial de futebol em 2014, pois, boa parte dos estádios de futebol conta com o uso de energia solar em suas coberturas, gerando a própria eletricidade. A iniciativa partiu de ideia sugerida pelo Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), cooperado do Instituto Ideal, de Florianópolis/SC, ao comitê da copa, responsável pela reforma dos estádios de futebol. “É um projeto ousado que dará visibilidade ao uso da fonte solar e certamente estimulará o uso dessa tecnologia no Brasil”, comentou Paula Scheidt Manoel, gerente de projetos de energias renováveis e eficiência energética da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), em sua apresentação Projetos de energia solar para a indústria, no congresso Powergrid Brasil.
A especialista ressaltou vantagens do uso da fonte solar fotovoltaica que exige alta tecnologia aliado a forma simples de uso, ausência de ruído e baixa manutenção.
Para desenvolver um projeto é necessário considerar alguns pontos.
Se o objetivo é voltado para alta eficiência, estética ou aplicação em área grande que não exige tanta eficiência. “A resposta a essas questões será um ponto de partida para definir os materiais que serão utilizados, o posicionamento mais adequado das placas ou o cuidado com a estética da obra”, exemplificou Paula.
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Estudos e regulamentaçõesO especialista de planejamento do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), José Mauro de Morais, em sua palestra Impactos econômicos e tecnológicos no setor de óleo e gás, apresentou estudos sobre os impactos que as compras da Petrobras podem repercutir em sua rede de fornecedores. Os resultados apontam um aumento de produtividade e de geração de emprego e renda, investimentos na qualificação dos profissionais e estruturação de programas de garantia da qualidade. “Com esse estudo conseguimos perceber que uma empresa do porte da Petrobras influencia diretamente no desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva, por exigir da rede de fornecedores os mesmos níveis de qualidade e competitividade que mantém em sua estrutura direta”, comentou.
O case Mercado Livre de Energia apresentado por Jorge Tadeu Caliari – Engenheiro Eletricista da Tradener, enfatizou a importância do planejamento, estudos de risco e avaliação adequada para a empresa comprar energia no mercado liv
re a preços competitivos. “Mesmo com a MP 579 anunciada pelo governo federal, ainda é vantagem comprar energia no mercado livre, por os encargos estão reduzidos para toda a cadeia e a modalidade ainda se manteve competitiva”, reforçou.
José Raimundo Dias Fonseca, diretor comercial da Cemig, encerrou as apresentações do segundo dia do congresso Powergrid Brasil com o tema Medida Provisória 579 – O mercado livre de energia pós 11 de setembro. Fez uma avaliação dos impactos da medida partindo do princípio que toda a redução de carga tributária é bem vinda para ampliar a competitividade do setor produtivo brasileiro. Em relação à manutenção da competitividade do mercado livre de energia, compartilhou da mesma opinião do palestrante anterior. “A redução dos encargos abrange toda a cadeia do setor energético e a compra no mercado livre se manterá com uma opção competitiva para o setor industrial por ser uma opção de menor risco. O cliente consegue prever o que vai pagar, diferente das modalidades tradicionais que sofrem a maior oscilação nas tarifas”, afirmou.
Michel Becker, diretor de geração e transmissão da Celesc, com o tema Renovação das Concessões e Impacto nas Tarifas. Becker analisou os possíveis reflexos da Medida Provisória 579 no cenário brasileiro e a questão da redução das tarifas, ponderando se elas vão ocorrer de fato, conforme anunciado pelo governo federal.
Soluções e alternativas para competitividade da indústria
Beatriz Pedrosa Salvini, arquiteta da Furnas, abriu o último dia do congresso, com a palestra Eficiência energética e conforto ambiental na área industrial energizada. O foco foi mostrar o que pode ser feito em uma instalação industrial de transmissão de energia para reduzir o desperdício e aumentar a eficiência elétrica e a vida útil dos equipamentos. Durante sua fala, Beatriz citou como exemplo o caso da Subestação de São José, de Duque de Caxias/RJ. “A subestação inovou no tratamento de sua área externa para proporcionar a seus empregados um ambiente de trabalho mais confortável, agradável e seguro”, comentou.
Ela enfatizou que a eficiência energética da energia consumida pode ser de 30 a 40% superior, pois desse consumo entre 25 e 45% são considerado desperdício em função da má implantação das edificações ou por projetos inadequados de fachadas.
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“A eficiência energética é mais que uma redução de consumo, deve ser uma mudança de atitude”, afirmou.
O tema Plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense foi abordado pelo presidente da Câmara de Qualidade Ambiental da FIESC, José Lourival Magri. O plano é uma iniciativa da Fiesc e busca contribuir para o desenvolvimento sustentável das indústrias catarinenses. Além de citar as ações concretas do programa, Magri abordou casos reais de indústrias que são referência na adoção de práticas socioambientais.
“O objetivo é destacar a importância da sustentabilidade para a promoção da competitividade do setor industrial”, afirmou.
O engenheiro Ronaldo Scoz Duarte, consultor do SENAI/SC, falou sobre as Tecnologias aplicadas na segurança dos serviços com eletricidade.
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O consultor destacou que a crescente preocupação das empresas com a eficiência energética de seus processos não as exime da responsabilidade de implementar sistemas que garantam segurança e saúde no trabalho em instalações e serviços em eletricidade. “Em se tratando de geração, transmissão e distribuição, tais sistemas devem ser eficientes e operados e mantidos de tal forma que o trabalhador tenha condições de controlar os riscos em qualquer serviço realizado”, explicou Duarte.
Fonte: Padrão