A Liebherr informa que a empresa no Brasil observou ocorrer dois aspectos, no momento difícil em que vive o mercado: aumento da procura pela manutenção e reparo de equipamentos, sinalizando que, embora os clientes não estivessem propensos a investir na aquisição de novas máquinas no momento, precisaram manter a frota operando; e no caso do segmento de movimentação de terra, foi possível perceber um aumento na procura por avaliações técnicas gerais de equipamentos, ou seja, uma avaliação completa sobre as necessidades de manutenção que permite um planejamento das ações, para deixa-los operacionais com a maior disponibilidade possível. Ainda sobre o enfrentamento da crise, segundo a Liebherr, o fato de contar com um portfólio de atuação bem diversificado no País, também ajudou.
A marca alemã afirma ainda que, nas áreas de negócios no Brasil as quais a empresa atua com exportação, verificou-se que na de tecnologia de concreto se manteve o ritmo de vendas.
Para o mercado externo, as exportações das centrais dosadoras de concreto fabricadas no País são destaque. As centrais foram vendidas na América Latina para o Chile e para a Colômbia. De modo geral, esses equipamentos são feitos para atender a rede de concreteiras.
As centrais dosadoras de concreto Liebherr produzidas no País, a TDA 60 e a TDA 100, com capacidades de produção de 60m³/hora e 100m³/hora, respectivamente, possibilitam um carregamento mais rápido e eficiente dos caminhões betoneiras. As centrais dosadoras de concreto da Liebherr contam com controle de pó na carga e no silo de cimento, estrutura robusta e desenhos flexíveis para a pesagem de agregados, podendo ser com duas balanças ou esteira pesadora, sistema de automação completo de alta precisão e de controle de umidade da areia.
O controle de pó por exaustão, uma exclusividade da Liebherr, de acordo com a empresa, permite uma operação muito mais limpa da central, reduzindo a dispersão das partículas dos agregados e evitando, também, a sujeira causada no caso de utilização de spray de água. Os sistemas de automação (MPS III) e o de controle de umidade (o FMS II) permitem a dosagem dos agregados com alta precisão, tanto na pesagem como no controle da umidade da mistura da areia. A grande vantagem desse sistema é o caminhão betoneira não precisar ficar um tempo no ponto de redosagem de água. Com isso, é possível reduzir quase pela metade o tempo gasto pela frota de betoneiras dentro da concreteira.
Cenário macroeconômico desafiador
Para Gilvan Medeiros Pereira, CEO da Ammann Latin America, o cenário macroeconômico brasileiro apresenta-se extremamente desafiador, mas a marca acredita que o mercado esteja vivendo o chamado “fundo do poço”, e que nos próximos meses possa ser iniciada uma fase de retomada das demandas. “Sem otimismo exagerado, pois há fragilidade da máquina pública, mas existem algumas iniciativas, tais como privatizações e investimentos em infraestrutura, que têm o potencial de melhorar o ambiente de negócios do setor e do País”, afirma.
“As necessidades de investimentos em infraestrutura são reais e este é um investimento que tem o poder de alavancar o crescimento dos demais setores, pois impacta positivamente a produtividade e ajuda a aumentar a competitividade do País”, ressalta.
A estratégia da Ammann Latin America incluiu uma forte atuação fora do Brasil, não havendo, portanto, para a marca, a necessidade de adequação ou revisão das estratégias para a manutenção da estrutura e da qualidade dos negócios no País, mesmo diante de um cenário de queda de 60% no mercado de máquinas. “Obviamente, as ações, como um forte controle de custos e a busca por qualquer oportunidade de aumento de produtividade, foram determinantes para manter os custos operacionais baixos e, desta forma, conservar o capital intelectual”, diz.
Segundo o executivo, houve aumento da rede de distribuição, o que permitiu melhorar a cobertura de mercado, e ampliar investimentos em pós-vendas. “Neste momento, aproveitamos também para reafirmar nossa posição como empresa líder em termos de tecnologia e inovação, e buscamos, junto com nossa rede de distribuidores, reforçar junto aos nossos clientes a análise de quais produtos e soluções poderiam melhor servir suas necessidades e aumentar sua produtividade, pois também eles vivem um momento onde aumento de produtividade e reduções de custos operacionais são fundamentais”, conta.
A empresa lançou em 2016 o Ammann Asphalt Forum. Segundo Gilvan, este foi um evento focado na troca de informação e da divulgação de novas tecnologias e de soluções que aumentem a produtividade, reduzam custos operacionais e/ou introduzam novas tecnologias, permitindo, desta maneira, ganhos de competitividade importantes. O evento, idealizado pela Ammann Suíça, já teve a realização de duas edições, sendo uma no Brasil e outra no Paraguai.
Mesmo em um ano difícil para a América Latina, em especial para o Brasil, a Ammann manteve seus investimentos em novos produtos, com destaque para o lançamento, realizado na Bauma 2016 da usina de asfalto ACM 100 Prime. Equipamento que reúne os mesmos conceitos tecnológicos e de qualidade de produto da Prime 140, ou seja, todos os core components (incluindo controles, tambor-secador, queimador, misturador e filtro) do sistema, são desenvolvidos e produzidos pela própria Ammann Suíça. “Isso nos permite oferecer aos nossos clientes uma solução completa e otimizada, com todos os elementos da usina coordenados de forma ideal, desde a análise do processo de criação dos componentes até a garantia de qualidade para todos estes componentes”, destaca Gilvan.
Estruturação dos planos de manutenção
A exemplo do que vem ocorrendo na maioria dos setores, desde 2015 a Case Construction Equipment tem feito contenção de custos além de concentrar os investimentos nos projetos mais relevantes.
“Um dos principais projetos foi a estruturação dos planos de manutenção preventiva. Em momentos de incerteza econômica e diminuição de investimentos em infraestrutura, os clientes tendem a adiar a renovação ou ampliação de sua frota de equipamentos, o que torna ainda mais importante oferecermos um serviço de pós-vendas de qualidade”, expõe Roque Reis, vice-presidente da Case Construction Equipment para a América Latina.
O executivo explica que o fato de a Case fazer parte da CNH Industrial, um dos maiores grupos de bens de capital do mundo e que fabrica, além de máquinas de construção, equipamentos agrícolas, veículos comerciais e motores, cria mais possibilidades comerciais e sinergia entre as marcas. “Vários produtores rurais também precisam de equipamentos de construção, assim como transportadoras e prestadores de serviços logísticos. Poder oferecer uma solução completa a esses clientes é sem dúvida um diferencial competitivo”, afirma.
Ele ressalta ainda que a marca segue investindo na padronização dos concessionários, seja em termos de identificação visual quanto em definição de estruturas e processos. “Intensificamos as pesquisas de satisfação dos clientes, de modo a tornar o contato do cliente com a concessionária uma experiência agradável e com soluções eficazes”, diz.
Em 2015, a Case lançou no Brasil a escavadeira de 20 t CX220 série C, e a pá-carregadeira com braço de longo alcance 721E XR (Extra Reach), e introduziu uma linha completa de tratores de esteiras, com três modelos (1150L, 1650L e 2050M).
“Por acreditar que os clientes estão cada vez mais em busca de produtividade e soluções que atendam às suas necessidades específicas, a Case ampliou seu portfólio de produtos em 170% desde 2002, passando de 12 modelos para 33”, lembra Roque Reis.
O vice-presidente diz acreditar numa retomada econômica e do mercado, paulatinamente, na virada de 2016 para 2017. De acordo com Roque, com relação à movimentação nas exportações, até abril deste ano a marca já exportou 38% a mais que no mesmo período do ano passado, especialmente para Índia, Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos e México. “Também abrimos novos mercados, como Malásia e Paquistão”, cita.
As motoniveladoras, produzidas na fábrica de Contagem (MG), a plataforma mundial da Case para o modelo, são os produtos com maior índice de exportação, seguidos das pás-carregadeiras, retroescavadeiras, a escavadeira hidráulica CX220 e os tratores de esteiras.
Regularizações necessárias
O enfrentamento do cenário desafiador a que a economia se deparou no último ano necessitou de ajuste em todos os setores. Com a New Holland não foi diferente. “Porém, é necessário lembrar que somos uma companhia presente há mais de 65 anos no Brasil, com tradição no mercado, e a empresa seguiu administrando constantemente seus estoques e realizando as regularizações necessárias”, ressalta Paula Araújo, gerente de Marketing de Produto da New Holland Construction para a América Latina.
A marca, que possui rede de concessionárias com mais de 110 pontos em toda América Latina, afirma ter ampliado o atendimento à manutenção. “É natural que, em um momento onde a ocupação de máquinas no mercado diminui, a manutenção aumente. Não foi diferente em nosso segmento, onde a prestação de serviços sempre teve um peso muito importante na satisfação de nossos clientes”, diz a executiva.
Paula Araújo esclarece que com os lançamentos de produtos de 2015 – a escavadeira de rodas WE190B PRO, o trator de esteiras D180C e as escavadeiras hidráulicas E215C e E245C ME –, a linha da marca se consolidou como uma das mais amplas e completas do mercado. “Nossas máquinas podem também operar muito além de atividades de construção e infraestrutura, como na agricultura, obras urbanas e aterro sanitário. O mercado agrícola, por exemplo, vem se tornando uma importante parcela de nosso negócio”, conta.
Segundo a gerente, a taxa de câmbio trouxe vantagens competitivas para os produtos fabricados no Brasil. “Com uma ampla rede de concessionárias na América Latina foi possível explorar de forma eficiente a exportação de nossa linha de produtos”, explica.
Adequação à produção
O setor de equipamentos de construção foi atingido com uma queda expressiva nas vendas, assim como a maioria das demais áreas da economia brasileira. No caso da Volvo Construction Equipment, segundo Afrânio Chueire, presidente da empresa na América Latina, há sempre um monitoramento da empresa do mercado para adequar a produção aos volumes de vendas.
Compactador de solo da Volvo
“A nossa produção e a rede de distribuição estão adequadas à realidade brasileira e latino-americana. Mas não deixamos de trazer novidades e continuamos lançando novos produtos e serviços, porque acreditamos que a economia vai retomar o caminho do crescimento, mesmo que seja gradual, como hoje se espera que aconteça”, afirma o executivo.
Neste cenário, em que houve uma redução do volume de vendas de equipamentos novos, o pós-venda mostra claramente a sua relevância, de acordo com Afrânio. “O suporte do pós-venda à população dos equipamentos Volvo no mercado aumenta a sua importância no negócio”, diz.
As exportações não compensaram totalmente, mas contribuíram para amenizar a queda nas vendas no mercado doméstico, segundo a marca. “Nossa fábrica brasileira produz também para a região hispânica da América Latina”, explica o presidente da Volvo na América Latina.
Um dos exemplos mais recentes de atuação no exterior é a construção da Ciudades Inteligentes na região de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Nesta importante obra de infraestrutura urbana, conduzida pela Construtora ECCI, pertencente ao Grupo La Fuente, foram entregues recentemente mais de 60 equipamentos de construção da Volvo, que estão trabalhando com o suporte necessário para garantir o cronograma deste megaempreendimento, de mais de 5 mil ha.
Retomada é inevitável
“Acreditamos que a retomada dos investimentos é algo inevitável para o Brasil, dado que ainda temos gargalos a serem superados em infraestrutura e logística. Inevitável também porque conhecemos o potencial que o País possui e que passa pelas grandes obras de infraestrutura”. A afirmação é de Roberto Marques, diretor de Vendas da divisão de Construção e Florestal da John Deere.
Segundo ele, a melhor maneira de lidar com o atual cenário é reforçar a identidade da marca e utilizar o menor nível de atividade no mercado a seu favor, assegurando a estrutura necessária para o momento de retomada do ambiente de negócios.
A John Deere Construção segue com seu plano de consolidação no mercado nacional e na América Latina, onde aposta em uma estratégia de longo prazo. Em maio, a multinacional anunciou a nacionalização da produção de tratores de esteiras, representando um investimento de R$ 80 milhões. “Também temos que lembrar que investimos há dois anos US$ 180 milhões na implantação de duas unidades de construção em Indaiatuba (SP), uma da John Deere e uma em parceria com a Hitachi Machinery”, destaca o executivo.
Em relação à produção, Roberto Marques afirma estar adequando à atual demanda do mercado. Já sobre a área de peças e serviços, ele afirma ser de extrema importância para a empresa e para os clientes. Em 2015, a marca investiu na expansão do seu Centro de Distribuição de Peças (CDP), em Campinas (SP), de forma a aumentar a capacidade de armazenamento e rapidez de atendimento.
“A demanda por peças e serviços é oportunidade que deve ser explorada pelo mercado de equipamentos, assim como o aluguel e venda de equipamentos usados. A John Deere disponibiliza uma série de pacotes de soluções de pós-venda flexíveis e adaptáveis à necessidade de cada cliente. Estes pacotes atendem a qualquer necessidade, de contratos de manutenção plena até acordos de fornecimento de peças”, ressalta.
Com relação à rede de distribuição, não houve redimensionamento na empresa, mas adequação aos níveis atuais de negócio. Hoje, a rede conta com mais de 20 lojas.
Por fim, o diretor diz que iniciou recentemente exportações para o continente. “A América Latina como um todo tem potencial, sendo que os destaques são Argentina, Chile e Bolívia. Além de um portfólio reconhecido, a produção nas unidades em Indaiatuba é capaz de atender com agilidade os países vizinhos”, conclui.
Fonte: Redação OE