Espero que ele não entre. E que não continue a bater à porta. Mas a incompetência federal parece até incentivá-lo nesse sentido, ajudada pelas condições hidrológicas do período de janeiro a março, acentuadas nesse começo de 2013. Com efeito, as chuvas não têm sido generosas naqueles locais que poderiam favorecer a acumulação de água nos represamentos das usinas hidrelétricas. Nesses dias tive a oportunidade de espiar trechos do rio São Francisco. E notei como suas águas se afastaram das margens naturais.
Artigo do professor Ildo Sauer na FSP de hoje trata do assunto energético. Ele diz que os níveis dos reservatórios se assemelham, na atualidade, àqueles do início de 2001, época em que o apagão não apenas bateu à porta. Ele derrubou a porta. E o governo FHC teve de correr com toda a força que tinha, criando até uma espécie de “gabinete de emergência”, para evitar o pior. Dentre as medidas então adotadas cuidou de apressar a conclusão da segunda fase da usina de Tucuruí, no Tocantins, cujas obras estavam paradas há duas décadas e meia.
O professor Sauer afirma – e as evidências estão por todo canto – que se o Brasil tivesse, no ano passado, superado a linha medíocre do pibinho para um crescimento industrial maior, certamente estaria em maus lençóis.
O que salta aos olhos de todos nós é que o País tem uma ampla possibilidade de recursos para blindar a porta e evitar que o apagão entre em nossa casa e se sinta ali confortável. Lastimavelmente tem faltado planejamento para aumentar a atração de investimentos privados e a aplicação dos recursos públicos necessários.
Em algumas áreas acha-se até (e o artigo do professor enfatiza esse aspecto), que há a necessidade de se repensar o setor energético. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) está com a palavra.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira