O Brasil real segue em frente

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Distantes dos holofotes e para além das crises, milhões de brasileiros trabalham todos os dias com honestidade, alento e disposição para produzir as riquezas de que precisamos.Como na nova fábrica da Fiat em Goiana, PE (foto acima); e em projetos importantes de infraestrutura, como a duplicação da BR-163, no Mato Grosso, e a construção do empreendimento multiúso Pedra Branca, SC (fotos abaixo)

 

 

 

 

Na enxurrada de notícias negativas da grande imprensa sobre investigações, política e macroeconomia, escondem-se preciosas informações sobre o cotidiano dos mais de 200 milhões de brasileiros. Trabalhadores que cortavam cana-de-açúcar foram treinados e hoje montam jipes na fábrica da Fiat em Goiana (PE). Isso nos faz lembrar trabalhadoras sem profissão que se tornaram motoristas de caminhões de 200 t na mina de Carajás, no Pará, treinadas pela Vale, há cerca de 30 anos, com desempenho até superior ao dos colegas homens.

 

O polo automotivo em Camaçari (BA) emprega hoje milhares de trabalhadores. Tudo começou com a chegada da Ford, no começo dos anos 2000, que atraiu seus fornecedores e sistemistas. A vocação petroquímica da região se ampliou e se tornou polivalente. Agora, se os preços de minério de ferro se recuperarem no médio prazo, como é previsto com a retomada mais acelerada da economia chinesa, um megadepósito desse mineral, controlado pela Bamin, poderá entrar em produção em Caetité (BA) — mas, aí, a ferrovia de integração Oeste-Leste, que depende do governo federal, precisa estar pronta para escoar devidamente a produção com destino à exportação.

 

No Mato Grosso, consórcios de fazendeiros costumam se juntar há décadas, com prefeituras e o Estado, para asfaltar estradas rurais, dividindo os custos. O governo Blairo Maggi (2003-2010) adotou o modelo para pavimentar as rodovias estaduais. Uma delas foi a MT-449, no trecho entre Lucas do Rio Verde e Tapurah, que possui sistema de pedágio e manutenção permanente, com equipe de apoio e ambulância.

 

Em Minas Gerais, onde o coração de ouro palpita no peito de ferro, opera a maior mina de nióbio do mundo – metal sem o qual nenhuma nave espacial alçaria voo. E a mineradora CBMM abriu mercado nas décadas passadas para o nióbio no mundo inteiro, inclusive na antiga União Soviética. Fora da indústria mineral, pouca gente conhece essa epopeia – digna de uma Embraer, em tempo mais recente.

 

Por falar na Embraer, que acaba de colocar no ar o cargueiro KC-390 – a maior aeronave já produzida no País –, consolida-se o polo aeronáutico da empresa em Gavião Peixoto (SP). Embora componentes dos aviões sejam fornecidos por uma cadeia global, o Brasil produz componentes importantes. Não é um falso orgulho que sentimos quando pegamos um avião mundo afora e descobrimos que é “made in Brazil”. Boeing e Airbus que se cuidem.

 

Na região metropolitana de Florianópolis (SC), constrói-se uma cidade planejada chamada Pedra Branca, com padrão de primeiro mundo, que ambiciona atrair uma população que quer morar e trabalhar na mesma localidade, perto da capital catarinense – em busca de melhor qualidade de vida. Uma nova cidade se consolida ao lado da capital catarinense.

 

No Rio Grande do Sul, o carvão experimenta um novo ciclo de rejuvenescimento como insumo energético, mas com as mais modernas tecnologias, que reduzem drasticamente a emissão de poluentes em forma de gases e material particulado. Por exemplo, a Tractebel está investindo R$ 1,8 bilhão numa planta termelétrica de última geração em Candiota (RS), com capacidade instalada de 340 MW.

 

A TAM estuda construir um novo hub de voos no Nordeste, que demandaria investimentos de até R$ 1,5 bilhão, para entrar em operação em fins de 2016. A escolha do local está entre Fortaleza, Natal e Recife. Esse hub deve expandir a atratividade do Nordeste como polo turístico e exportador, alavancando o potencial industrial dos portos de Suape (PE) e do Pecém (CE), entre outros.

 

Esse é o Brasil que funciona um dia após o outro, faça chuva ou faça sol, mobilizando empreendedores e trabalhadores, investimentos, gerando empregos, riqueza e impostos, que precisam contar com o suporte efetivo dos governos estaduais e das prefeituras. Quanto a Brasília, ao governo federal e ao Congresso Nacional, se não atrapalharem, já estará de bom tamanho. Tristes são os governantes, legisladores e partidos incapazes de gerar uma agenda positiva, perdidos em eternos embates de política de varejo – distantes como sempre estiveram do cotidiano do País.

Fonte: Revista O Empreiteiro


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