O cimento, feito para reagir com a água, é extremamente difícil de trabalhar devido a sua textura em pó, que absorve a menor umidade presente no ar. Além da umidade, outra grande preocupação no ambiente industrial crítico e hostil de produção do cimento é garantir que não haja a contaminação por óleo. Mesmo em quantidades mínimas, concentrações em partes por milhão ou bilhão podem resultar em altos custos de produção devido a períodos de parada e perda da qualidade dos produtos finais.
Esse é um dos motivos pelos quais se utiliza o ar comprimido de alta qualidade, a baixa pressão, para fazer o transporte pneumático do cimento, assim como em outros processos essenciais. Com a escolha do equipamento certo para gerá-lo, é possível garantir um meio de transporte muito eficiente do ponto de vista energético, e isento de contaminações.
“Nós dependemos do tempo imposto pelas estradas de ferro francesas [para o transporte do cimento] e trabalhamos com rígidas diretrizes ambientais para assegurar que não haja escape de poeiras e que o cimento não se degrade”, afirma Jérôme Lestringant, gerente do Centro de Distribuição da Ciments Calcia, que produz cerca de 400 mil t de cimento por ano.
Já para a suíça Holcim, a confiabilidade do sistema de ar comprimido é de importância vital. “No caso do desligamento dos compressores, 80% da nossa produção iria parar”, completa Gino Deschamps, gerente de operações da Holcim na Bélgica.
A Ciments Calcia utiliza compressores de parafuso de baixa pressão Atlas Copco, modelo ZE 5, cada um com uma vazão de 3.350 m³/h e uma potência de 250 kW. Já a suíça Holcim optou por utilizar compressores de parafuso rotativo livre de óleo Atlas Copco ZE 4 com vazão de 3.000 m³/h.
A tecnologia empregada nas indústrias de cimento suíça e francesa citadas anteriormente utiliza ar comprimido de baixa pressão gerado por compressores de parafuso isentos de óleo do tipo VSD, certificados Classe Zero. O compressor VSD (Variable Speed Drive ou acionamento de velocidade variável), proporciona um consumo de energia restrito à demanda efetiva ao passo que a certificação Classe Zero garante um ar realmente 100% isento de óleo.
Dentro da mesma planta industrial do cimento, outros tipos de compressores e sopradores podem ser utilizados para variados fins. “O centro de distribuição da Ciments Calcia utiliza o ar comprimido, em diversas pressões, de acordo com a função. A uma pressão de 7 bar, é realizado o transporte pneumático e a 2,5 bar, o ar comprimido é utilizado no descarregamento dos vagões. Esse é o passo mais crítico em todo o processo. A 300 mbar, o ar comprimido fluidiza o material dentro dos silos e a 20 mbar, o ar movimenta o cimento e ativa os alimentadores”, explica Jérôme Lestringant.
A Holcim aproveita, ainda, para utilizar a energia adicional obtida por meio da recuperação do calor dos compressores para fazer o pré-aquecimento dos locais de trabalho em sua planta.
Fonte: Redação OE