A França fez jus a sua tradição cultural e conseguiu surpreender o público global com a abertura das Olimpíadas, ao fazer do rio Sena o palco das delegações dos países participantes, com margens adornadas com dançarinas de can-can e as pontes serviram de passarela até para desfile de modelos ostentando a haute couture do país. Na sequência, a Torre Eiffel brilhou no fecho das festividades, com show de luzes que lembrou dado momento da sua história quando projetores instalados no alto da estrutura iluminavam os monumentos históricos de Paris.
Pasmem que quando o eng. Gustave Eiffel iniciou sua construção em janeiro de 1887, até artistas conhecidos subscreveram um manifesto contra “essa monstruosidade”. Ao ser inaugurado em 31 de março de 1889, como parte da Exposição Universal realizada na capital francesa, entretanto, tornou-se uma unanimidade instantânea. Esse sucesso salvou o engenheiro que emprestou seu nome, porque a subvenção do governo francês cobria apenas parte do seu custo de construção, sendo o restante de recursos dele próprio e empréstimo bancário. Em pouco mais de um ano, a bilheteria dos visitantes já havia superado o custo da torre – comprovando a visão empresarial do seu construtor.
Seu projeto foi vencedor de um concurso publico promovido pelo governo francês, concorrendo com centenas de participantes e muitas estruturas a serem construídas em pedra, atendendo a exigência de atingir 300 m de altura, como a mais alta do planeta na época. Como o eng. Eiffel era especialista em pontes, ele e sua equipe concebeu a torre como quatro pilares de pontes que se uniriam a uma certa altura, até alcançar o topo a 300 m. Essa estrutura original também acabou provando que ao ser construída com peças de aço fundido rebitadas, podia ser montada em menos tempo: apenas 2 anos e 2 meses e com uma equipe que variou de 150 a 300 trabalhadores., contando apenas com os parcos recursos de mecanização da época.
O eng. Eiffel também mostrou seu tirocínio como gerente de obra quando instalou uma cozinha no 1º andar da torre, então já concluído, para que os trabalhadores pudessem esquentar suas marmitas no almoço. Houve até greve reivindicando melhores salários, quando o engenheiro ofereceu ganhos adicionais se metas de produção forem superadas. Uma demonstração precoce de puro capitalismo! Mas o maior inimigo era o inverno parisiense, com as baixas temperaturas e o vento nas alturas.
Segundo a revista National Geographic, netapa inicial para erguer a torre até o chamado 1º piso, trabalhavam 40 equipes que instalavam por volta de 4 mil rebites por dia; a estrutura toda recebeu mais de 2 milhões de rebites.
Uma curiosidade: quando Hitler tomou Paris na 2ª Guerra, êle quis subir ao topo da torre. Mas os operadores sabotaram o elevador para deixá-lo inoperante—e êle teve que se contentar ao vê-la de baixo para cima.
Gustave Eiffel morreu em 1923. Alguns anos mais tarde, o torre perdeu a primazia de mais alta edificação construída pelo homem para dois arranha-céus nos EUA: o prédio da Chrysler, com 319 m, e o Empire State em Nova York, de 381 m.