O último vão da ponte

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O título acima chamava para a matéria, na edição bilíngue
(português/espanhol), em que a revista, em janeiro de 1974, anunciava a conclusão da Ponte Rio-Niterói. Uma estrutura metálica de 848 m fechava o último vão, estabelecendo a ligação entre as duas cidade

Para a construção dessa obra fora constituída, originalmente, a Ecex. Como, ainda em janeiro de 1971, a ponte estava atrasada, a Ecex resolveu contratar o Consórcio Guanabara para resolver questões que retardavam o cronograma e assegurar o prazo que fora fixado. O consórcio, formado pelas empresas Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Rabelo e pelo escritório do engenheiro calculista Sérgio Marques de Souza, tocou os serviços em regime de administração.

Um conjunto de providências, que incluiu o acionamento de equipamentos Bade-Wirth, importados da Alemanha, destinados a acelerar as fundações nos sítios mais profundos da baía de Guanabara, superou algumas das dificuldades mais complexas. Daí se avançou para a execução das estruturas de concreto e, depois, para a conclusão: a colocação do vão metálico, pelo consórcio Montreal-Dorman Long-Cleveland Bridge.

A Ponte Rio-Niterói, hoje operada pela iniciativa privada, continua a ser uma das realizações mais extraordinárias da engenharia brasileira em todos os tempos.

Ao longo de 1974, uma edição enfocou a tecnologia na escavação de túneis, dando ênfase ao túnel do metrô paulistano perfurado na área central de São Paulo; outra edição tratou, em matéria especial, da construção do primeiro emissário submarino de Salvador-BA; e, em abril daquele ano, outra matéria considerada notável: a história da Chesf, divulgando, em primeiro plano, a Usina de Paulo Afonso III, com a qual a empresa alcançava o índice de 1.600 MW. Ela consolidava, assim, o sonho do aproveitamento e da regulação das águas do rio São Francisco. São histórias que fazem a história dos 50 anos da revista O Empreiteiro.

Testemunha da evolução de O Empreiteiro

"Nasci na Estância Hidromineral de Socorro em 23 de Maio de 1934 e formei-me em Engenharia Civil na Escola de Engenharia Mackenzie em 1956, tendo como professores de pontes e concreto protendido os engenheiros Roberto Rossi Zuccollo e Augusto Carlos de Vasconcelos. Fiz estágio de concreto armado no escritório do professor Arthur Luiz Pitta. Em maio de 1957 fui admitido no DER, na Regional de Itapetininga, ocupando o cargo de engenheiro responsável pela fiscalização de obras de arte.

Em outubro de 1960 licenciei-me no DER, indo trabalhar na construção de trecho da rodovia Belém-Brasília, contratado pela empresa Viatécnica S.A. Aquela rodovia era administratada pela Rodobrás, do antigo DNER. Em janeiro de 1963 fundei a Construtora J. C. Tardelli, que depois passou a denominar-se Construtora Tardelli.

Assinante da revista O Empreiteiro desde 1970, a Tardelli foi incluída nas relações das `100 Grandes da Construção` a partir do ano de 1974. Desde os anos 1970, portanto, temos acompanhado as atividades e a evolução da revista como veículo especializado na área da engenharia. Simultaneamente ao desenvolvimento da revista, nós, Construtora Tardelli, também fomos crescendo. Hoje, estamos com mais de 1000 obras construídas: pontes, viadutos, galerias, edificações, sendo que entre Pontes e Viadutos, sua maior especialidade, já executamos o equivalente a mais de 32.000 m lineares de extensão.

Um destaque dentre as nossas obras é a Ponte sobre o Mar Pequeno, com comprimento de 520 m ligando Iguape à Ilha Comprida, trajeto anteriormente feito por balsas, com demoras imprevisíveis. Sobre o rio Tietê, a Tardelli executou as seguintes obras de arte:

Outras de nossas obras são as seguintes: na Rodovia do Açúcar (SP 075), comprimento 266 m; ponte ferroviária da Fepasa (Vila Jaguará- SP), com 504 m de comprimento; na rodovia Castello Branco (SP 280), recuperação da Ponte Guilherme de Almeida, com 876 m; na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros ( SP 225), recuperação – obra com 500 m de extensa; Tietê, praça Cornélio Pires com a avenida Fernando Costa – 101 m; Rodovia do Açúcar ( SP 075), duas pontes – 2 x 145 m = 290 m.

É com esse histórico de obras que eu quero parabenizar a revista O Empreiteiro pelo que tem feito do ponto de vista de registro e acompanhamento das atividades de nossa construtora, em particular, e da engenharia brasileira, de modo geral."

Engenheiro José Carlos Tardelli, presidente da Construtora Tardelli

A saga da família Cifali

A saga da família Cifali começou em 1958 ás margens da BR2 atual BR116, quando o Comendador Clemente Cifali fabricou a primeira usina de asfalto gravimétrica do Brasil e da América Latina. Em 1964, já em Porto Alegre, iniciou a fabricação de acabadoras de asfalto, distribuidores de agregado, usinas de solos e mais uma variada gama de máquinas rodoviárias. A empresa se desenvolveu, mas precisava de mais clientes. Foi aí que surgiu a revista O Empreiteiro. Daquela época para cá nunca mais deixamos de anunciar nessa publicação. Crescemos juntos expandindo fronteiras, exportando máquinas e, a revista, publicandoem espanhol para toda a América do Sul. OEmpreiteiro sempre esteve presente nos grandes eventos- Bauma, Conexpo,Intermat etc. -, levando a mensagem brasileira dos seus anunciantes para o mundo.Depois de 50 anos, continuamos anunciando as novidades na revista. Hoje estamos fabricando fresadora de 1m de largura e recicladoras de asfalto com 1,5 m de largura,adaptáveis a pá carregadeira.

Continuem assim, por mais 50 anos

Ao saber que a revista está se aproximando de meio século de funcionamento fui a minha coleção e vi algumas das matérias redigidas na década de 1970 e, depois, na década de 1980. Em todas elas, uma diretriz: a fidelidade no registro das informações técnicas, sempre marcadas pelo cuidado para não haver distorções. Uma das reportagens que mais me chamou a atenção foi a que retratou todas as fases da construção da primeira fase da rodovia dos Imigrantes. O trabalho foi completo, com o registro dos serviços de engenharia no planalto, na Serra do Mar e, depois, no mangue. Passados esses 50 anos, continuem assim, por mais 50.

Adauto de Salvador Primo (Salvador-BA)

O EMPREITEIRO: 50 ANOS

A diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo (Sinicesp) parabeniza a revista O Empreiteiro pelos 50 anos de atividades. Chegar ao cinquentenário é para poucos veículos de comunicação, principalmente em publicação dirigida para um público específico. Votos de mais sucesso nos próximos anos.

Marlus Renato Dall’Stella é presidente do SINICESP – Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo


Fonte: Estadão


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