O metrô de Fortaleza, um dos principais projetos de mobilidade urbana do Nordeste, deu mais um passo para retomar as obras da Linha Leste, que estão paralisadas desde 2015. O consórcio formado pelas construtoras Ferreira Guedes, de São Paulo, e a espanhola Sacyr foi o único a apresentar proposta na licitação realizada nesta quinta-feira (10/5).
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A obra, estimada em R$ 1,7 bilhão, é considerada essencial para ampliar a capacidade do sistema metroviário da capital cearense, ligando importantes regiões urbanas e contribuindo para a integração de modais de transporte.
Licitação enfrentou disputas judiciais
A licitação para as obras do metrô de Fortaleza não aconteceu sem controvérsias. O processo vinha sendo contestado na Justiça pelas construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que questionaram aspectos do projeto básico e da forma como o certame foi estruturado pelo Governo do Ceará.
A Camargo Corrêa, por exemplo, sustentou em suas contestações que havia inconsistências técnicas no projeto apresentado, o que poderia gerar dificuldades na execução da obra e riscos de aditivos. Já a Ferreira Guedes, integrante do consórcio vencedor, rebateu afirmando que o cenário econômico mudou nos últimos anos, o que justificaria ajustes e a viabilidade de seguir com a proposta.
Apesar das contestações, a Justiça liberou a continuidade do certame, e o Governo do Ceará conseguiu realizar a sessão para abertura das propostas, culminando na apresentação de oferta única pelo consórcio Ferreira Guedes e Sacyr.
Linha Leste: obra estratégica para a mobilidade de Fortaleza
A Linha Leste do metrô de Fortaleza é uma obra aguardada há quase uma década. Paralisada desde 2015 por questões de contrato e falta de recursos, a retomada das obras é considerada estratégica para o desenvolvimento urbano da cidade.
O projeto prevê a construção de 7,3 km de linha subterrânea, ligando o Centro de Fortaleza ao bairro Papicu, passando por regiões com grande fluxo de passageiros. A estimativa é que a Linha Leste beneficie milhares de usuários diariamente, melhorando a integração com outras linhas e com o sistema de ônibus.
Além do impacto na mobilidade, a obra também deve gerar empregos diretos e indiretos durante sua execução, contribuindo para a economia local.
Desafios e expectativa para a retomada
Um dos principais desafios apontados por especialistas é o atual cenário econômico, que afeta os custos de insumos e serviços. Por isso, há grande expectativa de que o novo contrato contemple condições realistas, que permitam o avanço das obras dentro do cronograma e sem paralisações adicionais.
O metrô de Fortaleza faz parte de um conjunto de investimentos em infraestrutura de transporte que o Governo do Ceará vem estruturando para atender a crescente demanda da capital e da região metropolitana. A Linha Leste é considerada peça-chave nesse plano de expansão.
Projeções para a conclusão
Com a retomada, o objetivo do governo estadual é finalizar as obras em etapas, destravando trechos prioritários da Linha Leste para entregas parciais e posterior integração plena com as demais linhas do sistema. O investimento estimado de R$ 1,7 bilhão cobre obras civis, sistemas de sinalização, túneis, estações e complementos operacionais.
A meta é ampliar significativamente a capacidade de transporte público sobre trilhos, contribuindo para a redução de congestionamentos, poluição e melhorando a qualidade de vida da população.
Próximos passos do projeto
Agora, com a fase de recebimento de propostas encerrada, o próximo passo será a análise documental e técnica da proposta apresentada pelo consórcio Ferreira Guedes e Sacyr. Se todas as condições forem atendidas, o contrato deve ser assinado nos próximos meses, permitindo o reinício das obras ainda neste ano.
Enquanto isso, o metrô de Fortaleza segue sendo prioridade na agenda de mobilidade urbana do Ceará, que também investe em projetos complementares como terminais de integração, corredores de ônibus e expansão de vias estratégicas.