O FDOT começou a avaliar objetivamente uma PPP para o projeto em 2006, disse Phil Schwab, diretor da RS&H-Reynolds, Smith & Hills, empresa gerenciadora do projeto pelo FDOT. Nos 18 meses subsequentes, a consultoria realizou reuniões, fóruns e contatos pessoais. A licitação final de propostas ocorreu somente em 2008. Foi um período aproveitado para planejar e tornar a PPP apropriada para o projeto. Mesmo com todo esse planejamento, o processo da PPP enfrentou dificuldades. O´Neill lembra que não havia um processo adequado de revisão, gerando conflitos. Dois meses após o início da construção, foi decidido mudar o processo. RS&H reuniu uma equipe de engenheiros experientes para montar um manual e definir com clareza as metas, objetivos, funções e responsabilidades dentro da estrutura, diz Sweeney. As revisões foram então consolidadas por um engenheiro líder, que analisou comentários conflitantes entre as disciplinas envolvidas nas obras, bem como eliminou os comentários supérfluos. Os engenheiros revisores e o líder também identificaram comentários que se encaixavam nas cláusulas contratuais, diferenciando-os dos dados para mera informação. À medida que o projeto progrediu, FDOT e RS&H ajustaram seus papéis para atuar mais como um auditor de garantia de qualidade, organizando detalhadamente o processo de revisão de modo que este se reduziu de 28 para 21 dias. Uma lição apreendida com o processo foi a necessidade de se resistir a acrescentar tarefas, disse Ashwab. “Se a equipe sente as melhorias, há uma tentação de se adicionar algo aqui e ali, para tornar o projeto ainda melhor. Mas se você criar novas tarefas, impacta o cronograma, e então afeta como cada empreiteira está executando suas tarefas e a estrutura de pagamentos atrelados à conclusão das diversas etapas”. Foi crucial para o sucesso da PPP a concessionária, liderada pela ACS, poder escolher de um menu de marcos predeterminados da obra e colocá-los dentro de certos períodos de tempo, diz Sweeney. Quando a concessionária cumpre um marco no prazo, ela ganha o bônus total e vai recebê-lo junto com o 1º pagamento da aceitação final da obra. Se a concessionária não cumpre o prazo acordado, o bônus é reduzido em 1% ao dia – até o limite de 100 dias. Finalizar o plano geral do empreendimento PPP foi complexo, diz Marc Hackbarth, gerente de projeto da AECOM, projetista subcontratado pela empreiteira Dragados. Além do FDOT e da concessionária, diz Marc, é preciso negociar com diversas municipalidades e a agência controladora da Florida Turnpike. Então o projeto tem vários donos, cada um com ideias próprias. O mais complicado são os detalhes da obra. Por exemplo, o comprimento das rampas, o raio das curvas etc. São aspectos específicos que nem sempre combinam com as metas gerais do empreendimento. E aí existe a cultura da Dragados, da Espanha, que nem sempre bate com as práticas locais e dos EUA. Marc reconhece que essas interfaces atrasaram o início das obras a plena velocidade até meados de 2010 — mas a equipe multilateral conseguiu alcançar a sintonia. “Cada um aprendeu a trabalhar junto dos outros. As reuniões de revisão se tornaram produtivas, bem como as medidas daí decorrentes. Uma vez que o processo ficou alinhado, foi possível recuperar o atraso nesta gigantesca obra”. O FDOT contratou ainda como gerente de construção do projeto I-595 a Corradino Group. Fonte: Revista O Empreiteiro