Prioridades para o crescimento do Brasil

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O Brasil tem, nos próximos vinte anos, a oportunidade ímpar de legar às novas gerações, um país desenvolvido e justo. Tudo está ao alcance da mão.

A descoberta de gigantescas reservas de petróleo no pré-sal da plataforma continental, entre o Espírito Santo e Santa Catarina, permite vislumbrar que ele tornará um exportador, não só de petróleo, mas de tecnologia, equipamentos e plataformas de exploração de óleo e gás em águas profundas. Criará o seu Fundo Soberano com as reservas cambiais, e poderá buscar um novo patamar de desenvolvimento, apoiado na engenharia e na indústria brasileiras.

O maior desafio a enfrentar é o da educação. Nove anos de ensino de primeiro grau, em escolas públicas de qualidade, podem garantir esta virada. Em Pernambuco, uma aliança entre empresários e poder público, em apenas três anos, revolucionou o ensino público do Estado, o que foi comprovado pela avaliação do ENEM. Este modelo precisa ser expandido para todo o Brasil – educação em período integral, com bons professores, e boas instalações, garantem resultados em curto prazo, a custos muito inferiores aos da segurança pública e sistema carcerário.

O desafio energético pode ser vencido com inteligência e respeito ao meio ambiente, mediante a utilização racional do potencial de energia renovável brasileiro, em particular o potencial hidrelétrico e a energia eólica. A Amazônia busca o seu modelo de desenvolvimento, que não pode ser o do desmatamento. A preservação da floresta pode ser atingida com a inserção de parques nacionais geradores de energia hidrelétrica, conciliando a preservação com a utilização econômica do potencial hidráulico. A integração energética da América do Sul também contribuirá para vencer este desafio. E o investimento em pesquisas na Amazônia é imprescindível.

A agro-indústria brasileira, com a cana e o etanol, com a produçao de alimentos, e com as perspectivas do bio-diesel, garantirão a redução dos desequilíbrios regionais, com a vigorosa expansão da fronteira agrícola para o Centro Oeste.
A exploração mineral tem perspectivas enormes, assim como a produção siderúrgica, de papel e celulose e da petroquimica.

A infra-estrutura de transportes exige inversões de vulto, mas a inciativa privada já está apta a realiza-las, com mais eficiência e qualidade do que tem sido o exemplo do setor público.

A infra-estrutura urbana talvez seja o desafio que ainda não esteja equacionado. Sistemas de transportes públicos, saneamento básico universal e habitação digna ainda não econtraram um equacionamento institucional adequado, que permitisse à inciativa privada uma participação mais eficaz nestas áreas, que tem um impacto expressivo na saúde da população e na qualidade de vida.

Os pilares para a virada serão educação, energia e infra-estrutura. E estão todos ao alcance da mão

* O eng. Cristiano Kok é presidente da Engevix Engenharia S/A

Fonte: Estadão


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