Prossegue a duplicação da BR-101 Nordeste e Sul

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Não é obra fácil. Avança em condições geológicas e topográficas diversas.
Às vezes é interrompida por causa de acessos ou interferências que deixaram de ser especificados no projeto. Mas há uma forte mobilização para entregá-la este ano

Obra de primeira prioridade na malha rodoviária nacional, só recentemente, e com recursos iniciais da ordem de R$ 1,7 bilhão, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a BR-101 Nordeste começou a ser modernizada. É duplicada e pavimentada e, ao longo do trecho de 398,9 km, que vai do Rio Grande do Norte a Pernambuco, tem novos acessos, e obras de arte novas ou restauradas. Cerca de 60% dos trabalhos encontram-se concluídos.

Conforme projeto executivo elaborado para aquele trecho, houve recomendação para o emprego de pavimento de concreto – técnica aplicada há cerca de 40 anos no Contorno do Recife e que ainda apresenta boas condições de durabilidade.

A BR-101/Nordeste foi dividida em oito lotes para efeito das obras de duplicação e pavimentação. Desses lotes, três (1, 5 e 6) foram entregues aos Batalhões de Engenharia e Construção do Exército. Os demais lotes estão sendo tocados por consórcios privados. Embora as pistas estejam sendo executadas com pavimento rígido, os acostamentos e alguns acessos são executados com pavimento flexível.

Para as obras nos lotes 1, 5 e 6, o Exército fez parceria com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e vem atendendo aos requisitos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). São utilizadas usinas dosadoras-misturadoras com comandos eletrônicos para a produção de concreto, e pavimentadoras equipadas com fôrmas deslizantes para a aplicação do material.

Para a execução da sub-base, com concreto compactado com rolo CCR, tem sido recomendado que a camada seja feita com o emprego simultâneo de mais de uma pavimentadora, em trabalho paralelo. Isto tem proporcionado uma camada monolítica sem junta seca.

Para aquele trabalho, o Exército montou, em cada canteiro, uma pista-escola, onde são previstas todas as etapas construtivas. Somente depois do aval das superintendências regionais do DNIT e da supervisão de cada lote, é que têm sido executadas as obras efetivas. No geral, os BECs têm empregado, em média, 600 homens em cada lote, com um pormenor: eles encaram cada tarefa como uma missão.

Com a iniciativa privada

Os demais lotes, de responsabilidade da iniciativa privada, são: lote 2, de 35,2 km – a cargo do Consórcio Constran/Galvão Engenharia/Construcap; lote 3, com 40,4 km – Consórcio CR Almeida/Via Engenharia/Emsa; lote 4, de 33,7 km – Consórcio ARG/Egesa; lote 7, de 43,9 km – Consórcio Queiroz Galvão/Norberto Odebrecht/Andrade Gutierrez e Barbosa Melo; e lote 8, com 40 km de extensão – Consórcio OAS/Camargo Corrêa/Mendes Júnior.

Na execução do lote 2, proximidades de Natal-RN, o consórcio Constran/Galvão/Construcap previu intervenções diretas no perímetro urbano dos municípios de Goianinha e Canguaretama, solucionando desapropriações e relocações que vinham dificultando o cumprimento do cronograma. Nessas duas cidades foram construídas as pistas marginais da BR-101, para permitir melhorias no fluxo do tráfego local, sem comprometimento no tráfego da rodovia. A pista duplicada tem pavimento de concreto, enquanto a já existente foi restaurada, recebendo pavimento flexível.

A obra progrediu pela várzea do rio Corimataú, onde há a presença de solo mole que, em alguns trechos, chega a ter 30 m de profundidade. Como a pista nova avança pela proximidade da pista existente, a remoção do solo tornou-se impossível. A solução consistiu na colocação de drenos verticais de alívio, com a instalação de geogrelha, execução de aterro controlado e monitorado por instrumentos e colocação de sobrecarga de 2 m de altura, por seis meses.

Nos trechos urbanos, as contenções dos viadutos têm sido feitas com o processo de terra armada, para que os aterros de cabeceiras não interfiram no tráfego local.

Lote 4 – Consórcio ARG/Egesa: execução da duplicação e restauro da pista existente e a construção e alargamento de obras de arte especiais no subtrecho entre o entroncamento da rodovia PB-041 (Mamanguape) ao entroncamento da rodovia PB-025 (trevo de Lucena). A previsão era de 1.500.000 m³ de terraplenagem, confecção e aplicação de 80 mil m³ de concreto; aplicação de 700 t de aço; confecção e aplicação de 84 mil t de concreto betuminoso usinado a quente; desmonte, escavação, carga, transporte, britagem, peneiramento e estocagem de 400 mil t de rocha; serviços de proteção ambiental e recuperação e alargamento de quatro pontes. Para o pavimento de concreto o consórcio utilizou uma pavimentadora Wirtgen SP 850 vário. Nessa obra, no ano passado, foi alcançado o recorde de produção diária de 600 m de pista.

No lote 8, de responsabilidade do Consórcio OAS/Camargo Corrêa/ Mendes Júnior, ao longo de 40 km entre os municípios pernambucanos de Ribeirão e Catende, a área de abrangência é de 4.003,40 km². No trecho é usada pavimentadora de concreto modelo SF-3002 (CMI-Cifali) com potência de 223 cv, com 32 t, capaz de controlar com precisão o nivelamento e o acabamento dimensionados. Para aumentar a vida útil e a qualidade dos serviços nos trechos de restauração do pavimento asfáltico, é aplicada uma grelha flexível produzida com polímero, resistente a altas temperaturas e com capacidade para absorver cargas críticas sem tornar-se quebradiça.

As obras de melhoria da BR-101 vão desaguar no lote 9 – Contorno do Recife – para prosseguimento posterior até a Bahia e dali para os demais trechos, segundo os modelos concedidos ou não.

BR-101 Sul

Primeiro, foram as chuvas do final de 2008 e começo de 2009. Hoje, são as chuvas recentes. Elas têm dificultado muito o trabalho de máquinas e homens, no trecho de 348 que liga Santa Catarina (SC) a
Osório (RS), mas as obras não param.

Técnicos do DNIT informam que o trecho em duplicação é de grande importância histórica e cultural. Transpõe áreas de preservação ambiental e sítios arqueológicos e é imprescindível para o fluxo do tráfego comum, para a economia regional, uma vez que facilitará o transporte da produção agropecuária e industrial, e para dar velocidade na ligação intermodal dos pólos de produção, com os portos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

No lote 25, entre o km 319, em Laguna, e km 329, em Capivari de Baixo, no sul catarinense, os trabalhos têm se concentrando nos acessos. Até fins de janeiro eram dados como praticamente como concluídas a terraplenagem e execução da drenagem. Nesse lote, entre Itapirubá e Capivari de Baixo, o consórcio Blokos-Araguaia-Emparsanco abriu duas frentes de trabalho e, assim, acelerou as obras.

No lote 26, em Tubarão (SC), a Construtora Triunfo içou e colocou as vigas do viaduto do acesso principal à área central da cidade. Paralelamente, cuidou da terraplenagem e das adequações da pista antiga no km 336, proximidades do viaduto que dá acesso aos bairros Morrotes e São João. No lote 27, a ponte sobre o rio Sangão, no km 358, e o viaduto ferroviário, no km 362, são ampliados. E a ponte sobre o rio Urussanga, no Morro da Fumaça, no km 368, é objeto de obras de reforço estrutural.

No lote 28, km 391, prosseguem as obras do viaduto de acesso ao centro de Criciúma. Elas se estendem desta cidade até Araranguá. O viaduto tem 74 m de extensão e fará a ligação da cidade com a BR-101. O consórcio formado pelas construtoras Construcap, Modem e Ferreira Guedes executa o viaduto e a pista de desvio no sentido Sul-Norte, onde já aplicou a capa asfáltica e serviços complementares.

Em fins do ano passado, o DNIT e aquele consórcio, liberaram ao tráfego o elevado do km 408, em Maracajá (SC), obra com 388 m de extensão. Em conjunto com o elevado do km 404, que possui 1.736 m de extensão, ele é a alternativa para escoar o fluxo de veículos em caso de inundações naquele trecho da rodovia.

No lote 30, altura do km 442, o consórcio formado pelas empresas Constran e Mac Engenharia executa obras de terraplenagem e aterro. E no km 448, na passagem inferior de acesso ao município de Santa Rosa do Sul, a cabeceira, no sentido Norte/Sul, recebeu camada asfáltica.

Números das obras de duplicação da BR-101 Sul em Santa Catarina:

– Trecho: 238,5 km

– Lotes: nove de pista e cinco de obras de arte (pontes e viadutos)

– Obras de arte concluídas até começo de janeiro: 68

– Obras de arte que estavam em execução: 55

– Pista duplicada liberada: 141,1 km

– Custo: R$ 1,699 bilhão

– Volume de recursos aplicados: R$ 1,088 bilhão).

Fonte: Estadão


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