A duplicação da BR-101 e outras obras prioritárias

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DNIT manda restaurar trechos da BR-101 Nordeste destruídos pelas chuvas
e dá prioridade às obras na BR-163 (Cuiabá-Santarém)
e à recuperação da BR-425, na região de Guajará-Mirim

ODepartamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informa que, além das obras de duplicação da BR-101, onde alguns dos trechos, em especial na região de Pernambuco, precisam ser restaurados, uma vez que foram destruídos pelas recentes inundações, outras obras prosseguem e são igualmente consideradas prioritárias.

No conjunto, segundo o departamento, são 2.989 km de rodovias com obras de construção e pavimentação em andamento e 53.585 km com a manutenção assegurada por contratos firmados pelo órgão.

"O que nós podemos constatar é um movimento claro em direção à conclusão das obras", observou o ministro Paulo Sérgio Passos, dos Transportes. Somente em obras de duplicação em andamento, o DNIT contabiliza 1.926 km, destacando a BR-101 Nordeste, com 92% realizados na Paraíba (correspondendo a 129 km), a BR-101 Sul, com 74% realizados (249 km) e a BR-040/MG, com 90% realizados entre Curvelo e Sete Lagoas (correspondendo a 48 km).

Entre estas obras de construção e pavimentação de rodovias executadas de 2007 a 2010 destacam-se a BR-319/AM, com 93% realizados de Humaitá ao km 877, e a BR-135/PI, com 95% realizados entre Jerumenha e Bertolínia. Foram iniciadas, de janeiro a abril de 2010, obras em 631 km de rodovias, a exemplo da construção da ponte sobre o rio Madeira (BR-319/AM/RO), a pavimentação da BR-163/PA entre Santarém e Rurópolis, totalizando 84 km, e a construção do trecho Manilha-Santa Guilhermina, no Arco Rodoviário do Rio de Janeiro, num total de 26 km.

Na região de Madeira-Mamoré

O governo começou a fase de abertura dos envelopes com documentação e propostas das empresas que disputam a licitação dos dois lotes das obras de recuperação da BR-425, que liga Abunã a Guajará-Mirim. A rodovia vai ganhar uma pista de rolamento totalmente nova, com alargamento para atingir os padrões das rodovias federais, construção de acostamentos, sarjetas, bueiros – que já começaram a ser totalmente reconstruídos – e pontes de concreto nas localidades de Ribeirão e Araras, em substituição às históricas pontes de ferro da Madeira-Mamoré.

José Ribamar da Cruz Oliveira, superintendente do DNIT, diz que os municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré terão muito o que festejar com a construção daquela estrada, já que o projeto prevê a implantação de travessia urbana nos dois municípios, com a construção de vias marginais para o tráfego urbano, canteiros centrais, trevos de acesso de moderna concepção e até mesmo ciclovias e passeios para caminhada. A nova BR-425 passará a integrar a Categoria IV, classificação integrada pelas melhores rodovias do país, como a BR-101, que liga o sul aos estados do nordeste.

Ele ressaltou que esta conquista deve ser creditada ao ex-diretor do Departamento de Planejamento e Pesquisa do DNIT, Miguel de Souza que se comprometeu com a viabilização das obras da nova rodovia e da ponte binacional Brasil-Bolívia, destinada a "tirar definitivamente Guajará-Mirim da condição de fim de linha do Estado de Rondônia para colocá-la em posição de destaque na economia da região, como ponto brasileiro mais avançado da saída para a costa do Pacífico e até mesmo o mercado asiático. O superintendente do DNIT acrescentou que estão adiantados os estudos para o possibilitar o processo licitatório para a elaboração do projeto de engenharia da BR-421, que vai ligar a BR-634 em Ariquemes a Guajará-Mirim.

O projeto da nova BR-425, um total de 125 km, foi dividido em dois lotes nos quais os trabalhos serão iniciados ao mesmo tempo. O lote 1 compreende o trecho de 59,40 quilômetros, do km 17,7 até o km 77,10. O lote 2 vai do km 77,10 até o km 142,70. Para o superintendente regional do DNIT, a nova rodovia vai exigir uma intervenção tão significativa em função de ter sido construída em uma conjuntura totalmente diversa. É preciso, segundo ele, acabar de uma vez com a verdadeira colcha de retalhos em que a BR-425 foi transformada, com remendos em cima de remendos. A rodovia não suporta o volume de carretas que por ela trafega, razão pela qual, além de uma camada mais resistente de asfalto, será necessária a construção de nova base em longos trechos.

Santarém-Cuiabá

Técnicos do governo e empresários percorreram recentemente um trecho da BR-163 (Santarém-Cuiabá). Ali, em uma extensão de 1.287 km, o governo federal investe R$ 1,4 bilhão para pavimentar 1.055 km entre o município de Guarantã do Norte, no Mato Grosso, e Santarém, no Estado do Pará. Há também investimentos de R$ 71,9 milhões na recuperação do trecho de 119 km entre as cidades de Sinop e Santa Helena, ambas no Estado do Estado do Mato Grosso (MT).

A pavimentação dos 53 km entre Guarantã e a divisa MT/PA é realizada por meio de dois convênios. Um deles com o 9º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército e outro com a Prefeitura Municipal. O primeiro convênio é de R$ 49,2 milhões e abrange 49,6 km, dos quais 25 estão concluídos. O segundo se refere ao trecho urbano de Guarantã do Norte, onde a Prefeitura executa a obra, avaliada em R$ 10,9 milhões. Desse total, 97% são recursos do governo federal, e 3% são do município.

No lado paraense da BR-163, a comitiva visitou obras em vários estágios até Santarém, incluindo os 110 km já pavimentados entre o km 892 e o km 1.002, já no fim da jornada. No total, são nove lotes de serviços em andamento, abrangendo 471 km. Seis lotes são executados por dez empreiteiras e consórcios de empresas, e três são convênios com o Exército.

Outros quatro lotes, que totalizam 421 km de extensão, estão licitados. Neles, o DNIT aguarda apenas a licença de supressão vegetal já encaminhada junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para começar as obras, que serão executadas por mais 11 empresas. "Queremos garantir que até o final deste ano tenhamos toda a extensão da rodovia em Mato Grosso concluída e pelo menos a metade do trecho no Pará. Conforme programamos, fecharemos este primeiro semestre com todos os canteiros de obras de pavimentação da BR-163 funcionando", afirma Luiz Antônio Pagot, diretor-geral do DNIT..

BR-101 Nordeste

Obra de primeira prioridade na malha rodoviária
nacional, só recentemente, e com recursos iniciais da ordem de R$ 1,7 bilhão, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a BR-101 Nordeste começou a ser modernizada. É duplicada e pavimentada e, ao longo do trecho de 398,9 km, que vai do Rio Grande do Norte a Pernambuco, tem novos acessos, e obras de arte novas ou restauradas. Cerca de 60% dos trabalhos encontram-se concluídos.

Conforme projeto executivo elaborado para aquele trecho, houve recomendação para o emprego de pavimento de concreto – técnica aplicada há cerca de 40 anos no Contorno do Recife e que ainda apresenta boas condições de durabilidade.

A BR-101/Nordeste foi dividida em oito lotes para efeito das obras de duplicação e pavimentação. Desses lotes, três (1, 5 e 6) foram entregues aos Batalhões de Engenharia e Construção do Exército. Os demais lotes estão sendo tocados por consórcios privados. Embora as pistas estejam sendo executadas com pavimento rígido, os acostamentos e alguns acessos são executados com pavimento flexível.

Para as obras nos lotes 1, 5 e 6, o Exército fez parceria com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e vem atendendo aos requisitos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). São utilizadas usinas dosadoras-misturadoras com comandos eletrônicos para a produção de concreto, e pavimentadoras equipadas com fôrmas deslizantes para a aplicação do material.

Para a execução da sub-base, com concreto compactado com rolo CCR, tem sido recomendado que a camada seja feita com o emprego simultâneo de mais de uma pavimentadora, em trabalho paralelo. Isto tem proporcionado uma camada monolítica sem junta seca.

Para aquele trabalho, o Exército montou, em cada canteiro, uma pista-escola, onde são previstas todas as etapas construtivas. Somente depois do aval das superintendências regionais do DNIT e da supervisão de cada lote, é que têm sido executadas as obras efetivas. No geral, os BECs têm empregado, em média, 600 homens em cada lote, com um pormenor: eles encaram cada tarefa como uma missão.

Com a iniciativa privada

Os demais lotes, de responsabilidade da iniciativa privada, são: lote 2, de 35,2 km – a cargo do Consórcio Constran/Galvão Engenharia/Construcap; lote 3, com 40,4 km – Consórcio CR Almeida/Via Engenharia/Emsa; lote 4, de 33,7 km – Consórcio ARG/Egesa; lote 7, de 43,9 km – Consórcio Queiroz Galvão/Norberto Odebrecht/Andrade Gutierrez e Barbosa Melo; e lote 8, com 40 km de extensão – Consórcio OAS/Camargo Corrêa/Mendes Júnior.

Fonte: Estadão


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