Em artigo simples e confessionalmente didático, publicado na FSP de domingo (12), o advogado e professor emérito da Universidade Mackenzie, Ives Gandra da Silva Martins, expõe os motivos de suas “irritações” com a presidente do País. A matéria mostra o que, para ele, são equívocos da política de governo adotada nas diversas áreas da administração federal.
O professor constata o que, no cotidiano, a população sabe: não pode ir mesmo bem, uma economia que desliza escada abaixo, com o FMI prevendo para este ano PIB da ordem de 0,3%. É um número que desmonta e expõe as vulnerabilidades de prognósticos idealizados pelo ministro da Fazenda.
Contudo, Ives Gandra vai mais além e avança por um terreno que esta revista conhece de longa data: a situação da Petrobrás e da área energética. Sobre a Petrobrás, nada mais é necessário dizer, depois de anos de aparelhamento predatório. A empresa número 1 do Brasil e uma das primeiras na área de petróleo no mundo, está hoje exaurida, vítima das denúncias mais escabrosas. Mas, continuamos a apostar nela, convencidos de que ela sairá da crise e do aparelhamento e voltará a ser dirigida por mãos de técnicos respeitáveis e responsáveis.
E, quanto à área da energia elétrica, campo da antiga Eletrobrás, o professor tem carradas de razões ao sinalizar que ela, hoje, está fragilizada por causa da política do congelamento de tarifas.
São dois campos, dentre outros mais, em que a política de aparelhamento do Estado provocou devastações. Para sorte da responsável pela atual administração federal, ela ainda pode contar com a estrutura do Plano Real, do governo que vem combatendo, e sem o que não teria, ao alcance das mãos, uma tábua sequer de sustentação.
O professor Ives Gandra enumera outros vacilos da política presidencial. E assinala que sobre o famigerado “superávit primário” nem vale a pena falar, “pois os truques contábeis são tantos, que, se qualquer empresa privada os fizesse, teria autos de infração elevadíssimos”.
Um artigo simples, esclarecedor, nessa antevéspera de decisões. Um muito obrigado ao professor.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira