A declaração é do diretor de Planejamento e Pesquisa do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Denit), Miguel de Souza, durante a segunda audiência pública, de uma série de quatro, para liberação ambiental da obra.
O encontro foi realizado quinta-feira, no superlotado auditório da Ulbra, em Porto Velho . Miguel explicou que a efetiva intervenção na região foi feita no final década de 60 e começo da de 70, época da construção oficial da rodovia, “quando realmente a estrada foi aberta.”
O dirigente do Denit explicou que atualmente mudou completamente o conceito das construções de rodovias. “Os projetos, que mantêm e cuidam da biodiversidade das florestas e protegem os animais, consomem, “por justa causa”, cerca de 30% do dinheiro investido numa obra de tantos cuidados especiais de procedimentos”, disse, acrescentando que o maior contigente de trabalhadores envolvidos na construção também é da área de preservação ambiental.
Indagado, nas discussões finais, sobre uma possível paralisação da obra por falta de recursos financeiros, Miguel lembrou que toda a verba de cerca de R$ 1 bilhão já está assegurada e disponibilizada pelo governo federal no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Estão previstos, inclusive, gastos adicionais ou emergenciais para possíveis reajustes de custos.
O importante é ressaltar que está se cumprindo todas as etapas, obedecendo a todas as exigências legais para que não ocorram falta de esclarecimentos à comunidade e indefinições executivas”, disse. A previsão de Miguel é que até o final do próximo ano toda a rodovia esteja concluída.
Oliveira destaca importância da rodovia O superintendente regional do Denit para Rondônia e Acre, engenheiro José Ribamar de Oliveira, destacou que a obra, quando finalizada, vai tirar 20% do território nacional do isolamento, mas obedecendo todos os parâmetros de preservação ambiental. Segundo ele, será construído e mantido com a reconstrução do quilômetro 250 ao 655,7, um grande cinturão verde ao longo do percurso, o que evitará danos ambientais durante e depois da execução do trabalho.
A obra no “trecho do meio”, como é chamada essa parte da estrada que motiva os debates para liberação ambiental, será construída com os mínimos detalhes de respeito à natureza, com serviços além do que determina a legislação ambiental, visando também o crescimento econômico sustentável de todos os povos que habitam a região.”
Profundo conhecedor da região ao longo da BR-319, José Ribamar Oliveira enumera outros fatores importantes que advirão com a recuperação da pista. “A qualidade de vida das pessoas vai melhorar porque o Estado vai estar mais presente com ações essenciais, como nas áreas da saúde e da educação .”
Ele cita ainda o fortalecimento dos setores econômicos e turísticos. “De Rondônia, por exemplo, poderá se chegar com facilidade ao Peru e em várias regiões do Brasil, ainda isoladas por via terrestre, mesmo tão próximas geograficamente.” Outra vantagem, segundo ele, é o escoamento da produção agrícola.
Fonte: Estadão