Nildo Carlos Oliveira
Uma feira de mil e um materiais, mil e uma marcas e, possivelmente, mil e uma soluções para muito mais de mil e um projetos de arquitetura e obras de engenharia. Organizada e ocupando os espaços do Pavilhão de Exposições do Anhembi, no período de 12 a 16 deste mês, é uma amostragem viva, múltipla, de quanto o País tem avançado na produção de novos materiais e na multiplicação de soluções para atendimento das mais diversas tendências da arquitetura e da fábrica de inventividade brasileira em favor da arte de construir.
Em todas as ruas por onde se passa é algo novo, uma surpresa. A tecnologia colocou em campo uma série de inovações no varejo e no atacado. E isso tem levado otimismo às diferentes manifestações sobre o crescimento da área de materiais de construção, que fechou 2012 com 3,5% de crescimento, em relação a 2011, e espera crescer 6,5% em 2013. Pelo menos, essa é a expectativa de Cláudio Conz (Anamaco), embora analistas setoriais, dentre os quais eventualmente eu me incluo, não vejam as coisas com olhos tão cor de rosa. É, contudo, incontestável o esforço daquele imenso contingente de empresários e de fabricantes para mostrar o que vêm realizando. E não é pouco.
Todos os segmentos estão ali representados. E a mensagem implícita dos fabricantes de ferramentas, de produtos de acabamento ou de elementos pré-moldados, dos materiais elétricos, acústicos ou os novos lançamentos de sistemas de coberturas metálicas e segurança e por aí afora, é uma só: o processo de industrialização no Brasil não pode ser relativizado e, sobretudo, brecado. O governo não pode apostar apenas na ponta do consumo; tem de apostar na base. Ou seja: na indústria.
É que, a continuar essa medíocre política oficial, que valoriza apenas o que vem de fora, em detrimentos de nossos produtos e da necessidade de dar ocupação à mão de obra desta e das próximas gerações de profissionais de todas as áreas afins, poderemos acabar assim: quando acaso precisarmos de um mísero parafuso, vamos ter de importá-lo das terras de Hu Jintao.
Fonte: Padrão