Reunidos na última sexta-feira no Rio, os presidentes da Petrobras e da Associação Brasileira das Indústrias de Base (Abdib) definiram uma agenda de trabalho que visa o fortalecimento das empresas nacionais fornecedoras de bens e serviços para a indústria do petróleo. De olho na suntuosa demanda que virá do pré-sal, os dirigentes trataram de temas como financiamento e infraestrutura, entre outros.
A ideia principal, compartilhada pelos dois dirigentes, é a importância de transformar o Brasil em um grande centro produtor de equipamentos e bens para óleo e gás, com escala e tecnologia suficientes para atender a demanda interna e, em um segundo momento, o mercado internacional.
“Houve um consenso de que esse modelo que pretendemos desenvolver para uma nova indústria de bens e serviços para o setor de óleo e gás terá ser baseado na alta produtividade, com mais escala e redução de custo.
Se tivermos esses ingredientes, a indústria brasileira conseguirá ser competitiva e terá bases para se desenvolver, com ampliação da capacidade produtiva e com custos e prazos adequados”, relatou por e-mail o presidente da Abdib, Paulo Godoy.
Segundo ele, o financiamento das empresas fornecedoras é um dos maiores desafios a serem enfrentados.
A seu ver, o ideal é que as fornecedoras façam uso do modelo de project finance, pelo qual poderão usar os contratos com a Petrobras como garantia para uma captação mais eficiente de recursos. “Isso é importante porque os investimentos serão muito grandes”, explicou Godoy.
Reportagem publicada hoje no Valor informa que a Petrobras já trabalha em um modelo financeiro para auxiliar os fornecedores no âmbito do pré-sal.
Seu diretor-financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa, revelou que a estatal quer intensificar a criação de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundos de Investimento em Participações (FIP) para que investidores possam aportar recursos tanto em ações como em dívidas das empresas fornecedoras.
Outro tema tratado no encontro foi a produção doméstica de sondas de perfuração, que ainda não está consolidada.
Diante disso, Godoy afirmou que as indústrias brasileiras terão que buscar o desenvolvimento tecnológico necessário ao atendimento da demanda.
Além disso, lembrou Godoy, outro problema a ser enfrentado por toda a cadeia é a questão da infraestrutura logística, em especial a necessidade de que portos e aeroportos eficientes deem suporte às operações de exploração e produção do petróleo do pré-sal.
Fonte: Estadão