Abdib: Investimentos têm de crescer 51%

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O Brasil terá de investir R$ 160,9 bilhões por ano para melhorar os serviços de infraestrutura e garantir um crescimento econômico sustentável nos próximos cinco anos. O valor é 51% superior aos R$ 106,8 bilhões aplicados em 2008, segundo cálculos da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) – foi a primeira vez, desde o milagre econômico, que o País conseguiu atingir a meta de investimento para buscar a universalização dos serviços do setor.

A necessidade de recursos para os próximos anos aumentou especialmente por causa das descobertas do pré-sal, diz o presidente da Abdib, Paulo Godoy. O estudo da entidade mostra que o setor de petróleo e gás exigirá recursos de R$ 75,3 bilhões por ano nos próximos cinco anos.

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Isso inclui, além de exploração e refinaria, as redes de distribuição de gás natural, entre outras obras.

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Mas os outros setores da infraestrutura também tiveram as necessidades ampliadas. O setor de energia elétrica, por exemplo, precisará de R$ 28,3 bilhões por ano; transporte e logística, R$ 24,1 bilhões; saneamento, R$ 13,5 bilhões; e telecomunicações, R$ 19,7 bilhões.

Os cálculos da Abdib foram baseados no Plano Decenal de Energia Elétrica (2008-2017), Plano Nacional de Transporte e Logística (2008-2023), Plano de Negócios da Petrobrás (2009-2013) e no Estudo de Universalização dos Serviços de Abastecimento de Água e de Coleta de Esgoto Sanitário no Brasil (2003).

Em alguns casos, o aumento da necessidade de investimento deve-se ao fato de o País não ter conseguido tirar do papel projetos importantes no passado, o que provocou defasagem na ampliação e qualidade dos serviços. “Temos de investir um montante mínimo por ano e tudo aquilo que o País deixar de fazer em determinado período aumenta exponencialmente os recursos que precisam ser aplicados no futuro”, diz Godoy.

É o caso do saneamento básico. Embora o governo tenha conseguido aprovar o marco regulatório do País, os investimentos não andaram na velocidade desejada.

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Um dos motivos foi a falta de projetos executivos para conseguir os financiamentos oferecidos pelo Estado. “É claro que percebemos uma melhora, mas temos muito a fazer se quisermos universalizar os serviços de tratamento de água e esgoto no Brasil”, diz o diretor da EcoHab, Newton Azevedo.
Isso ocorre também com o setor rodoviário e ferroviário. Nos últimos anos, os governos federais e estaduais fizeram uma série de licitações para conceder trechos à iniciativa privada. “Mas o País tem potencial para ter quatro vezes mais ferrovias e estradas em melhores condições que as que temos.”

Desde 2003, os recursos públicos e privados investidos em infraestrutura têm apresentado trajetória crescente. Saíram de R$ 55,8 bilhões para R$ 106,8 bilhões. Apesar disso, apenas no ano passado o setor conseguiu investir o necessário para melhorar os níveis dos serviços.
Neste ano, entretanto, os esforços terão de ser redobrados.
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Além da necessidade de investimentos ter aumentado, o cenário de crédito está mais apertado. “A coisa mais importante agora é conseguir equacionar a concessão de empréstimos e financiamentos”, diz Godoy. Segundo ele, uma parte significativa dos investimentos que serão feitos no próximo ano dependerá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De janeiro a abril, a instituição aprovou R$ 15,5 bilhões para o setor. Em 12 meses, foram R$ 49,1 bilhões.

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Esses valores incluem financiamentos concedidos também para a Petrobrás. Com a dificuldade de crédito no mercado mundial, a estatal contará com os recursos do BNDES para tirar boa parte de seus projetos do papel.

Nesse caso, no entanto, além das questões de crédito, o andamento dos investimentos também dependerá de questões políticas, afirma o diretor da Câmara Brasileira de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Outro fator é resolver questões ligadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), que suspendeu, por exemplo, as obras da Refinaria Abreu Lima por suspeita de superfaturamento.

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Para Pires, ao contrário do que parece, os investimentos da Petrobrás sempre extrapolam os cronogramas estabelecidos. “A empresa fala muito do futuro e pouco do presente. Se você pegar as metas de produção de petróleo e gás, elas não foram cumpridas na data prevista.”

No setor rodoviário, os investimentos também deverão sofrer alguns atrasos. A terceira etapa de concessões de rodovias federais, por exemplo, só deverá sair do papel no ano que vem, ao contrário da expectativa inicial do Ministério dos Transportes de fazer a licitação este ano. Os documentos ainda estão sendo analisados pelo TCU e a expectativa de lançamento do edital é apenas para novembro.

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O leilão deverá conceder as rodovias BR-040, BR-116 e BR-381, em Minas Gerais. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Fonte: Estadão


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