Conteúdo nacional: emprego e sobrevivência na crise

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Carlos Maurício Lima de Paula Barros*

O crescimento vertiginoso dos investimentos da Petrobras no Brasil só foi possível por que houve quem os transformasse em realidade. No ano de 2008 foram R$ 53 bilhões, aproximadamente oito vezes mais do que em 2000.
Em 2003, 57% dos produtos e serviços eram comprados no Brasil. Em 2008 fornecemos 75% representando mais US$ 31 bilhões no período, realizados no País, por empresas brasileiras. A engenharia industrial brasileira, representada pelas associadas da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) fez um grande esforço de mobilização, para reconstrução de nossa engenharia.
A obrigatoriedade de conteúdo nacional mínimo nos projetos, estabelecida por este governo, deu-nos a confiança para realizar os investimentos necessários em sistemas e processos, mas principalmente na capacitação de nosso pessoal.
A crise internacional, que interrompeu o processo de crescimento, desenhou um inesperado cenário de catástrofe, mas também de grandes oportunidades futuras.
Não podemos entregar o que duramente reconquistamos nos últimos anos, e temos que aproveitar, pela primeira vez, a posição vantajosa em que o Brasil se encontra nesta crise mundial!
Se escancararmos as nossas fronteiras comerciais, vamos ter oferta de capital barato, mas sempre atrelada a fornecimentos de produtos e serviços dos países financiadores.
O conceito do conteúdo nacional fortalece as empresas brasileiras frente a seus concorrentes estrangeiros, nos defende de dumpings e motiva as empresas a vir atuar no Brasil, trazendo sua capacidade financeira, mas também disponibilizando seu conhecimento, como fatores de emprego e desenvolvimento tecnológico.
A engenharia nacional é forte instrumento de combate à recessão, ao desemprego e, portanto, à crise.
A longo prazo, somente a competência pode nos abrigar em segurança, e temos que trabalhar para estarmos na vanguarda.
Em economia de crise, temos que jogar como fazem os países mais desenvolvidos: privilegiando o que é nosso, e garantindo a sobrevivência de nossas empresas, para podermos chegar aos dias melhores.

Carlos Maurício Lima de Paula Barros é presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi)

Fonte: Estadão


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