EAS tem capacidade para processas até 160 mil T/ano de aço

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Fundado em novembro de 2005, para atender às encomendas do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), da Petrobras, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) tem como sócios as empresas brasileiras Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, PJMR e a sul coreana, Samsung Heavy Industries – segundo player mundial em construção naval e offshore – que também é a parceira tecnológica do empreendimento.

Com capacidade para processamento de 160 mil toneladas/ano, o EAS recebeu investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão e ocupa uma área de 162 hectares, estrategicamente, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Estado de Pernambuco, nordeste brasileiro, entre três grandes regiões produtoras de petróleo e gás natural: o Golfo do México, a costa ocidental do continente africano e a zona do pré-sal brasileiro.

A implantação do estaleiro nesse local representa a formação de um clusternunca existente na historia do Estado. Além disso, o ganho logístico que o porto oferece está na interligação com mais de 160 terminais marítimos no mundo e no rápido acesso às rodovias estaduais e federais.

Produção de navios

O Atlântico Sul pode atender a demandas por embarcações, unidades offshoree prestação de serviços em reparo de navios e plataformas petrolíferas para o mercado nacional e internacional.

Serão produzidos navios cargueiros de até 500 mil TPB (toneladas de porte bruto), entre eles petroleiros, graneleiros e conteineiros, além de navios de perfuração, plataformas offshore dos tipos semi-submersíveis, FPSO (Sistemas Flutuantes de Produção, Armazenamento e Transferência de Petróleo), TLP (Plataformas de Pernas Atirantadas), SPAR, e barcos de apoio à atividade petrolífera.

Construção simultânea

A construção do empreendimento ocorreu paralelamente à montagem dos navios 24 horas por dia. Quatro centrais de concreto processam 33 mil m³ por mês, o suficiente para levantar um prédio de 30 andares. Quatrocentos caminhões transitaram no canteiro de obras que também possuía mais de duzentos ônibus para o transporte de funcionários e operários da construção civil.

Dos 162 hectares ocupados pelo empreendimento, só de área coberta são 130 mil m². A infraestrutura do projeto divide-se em duas partes: edificações para produção efetiva de navios e suporte administrativo.

A primeira parte é composta das seguintes estruturas: oficina estrutural, jateamento e pintura, tubulação e de calderaria, dique seco e dois cais, o norte e o sul. A segunda é integrada pelo escritório central, refeitório, vestiário, ambulatório, heliponto, escritórios de apoio e estacionamento.

Segundo o diretor de Implantação e Suprimentosdo EAS, José Roberto Moraes, o acompanhamento das obras e o gerenciamento do projeto foram essenciais em um projeto desse porte. "Através do repasse de informações tais como prazos, custos, recursos e fornecedores, por uma equipe capacitada, asseguramos a plena execução das obras, dentro dos prazos previstos", assegura Moraes.

Dique Seco

A principal peça do estaleiro é o dique seco, onde os navios serão montados, surpreende por suas dimensões: 400 m de extensão, 73 m de largura e 13 m de profundidade. O dique é servido por dois pórticos Goliaths de 1,5 mil t cada um, dois guindastes de 50 t e dois de 35 t.

Esses equipamentos permitem a redução do prazo de edificação, possibilitando ao estaleiro a construção simultânea de duas embarcações e a montagem de navios do porte do VLCC que possui 380 m de comprimento e capacidade de movimentar 2,2 mil barris de petróleo.

Monitorada diariamente, a execução do dique empregou tecnologia de ponta, desde as fases do projeto técnico à armação, à produção de concreto e ao monitoramento dos avanços, o que assegurou padrões ótimos de qualidade.

O dique seco tem capacidade para receber até 3 milhões de m³ água, operação necessária para permitir a saída do navio já construído. Uma vez lançada a embarcação, a casa de bombas do dique esgota toda a água, que equivale a 150 piscinas olímpicas, e o estaleiro já pode dar início a um novo navio.

O Atlântico Sul possui dois cais: um de acabamento (Norte), com 730 m de extensão, equipado com dois guindastes de 35 t; e outro (Sul), com 680 m, que é utilizado para a construção e reparo de plataformas offshore.

Características técnicas

Na construção do estaleiro EAS, merecem destaque os sistemas de drenagem permanente e o de porta batel.

O primeiro foi instalado sob a laje do fundo do dique seco, através do qual as águas advindas do lençol freático serão conduzidas e coletadas para a casa de bombas, eliminando a pressão hidrostática nessa laje. Com isso, o estaqueamentoé projetado para suportar apenas às cargas de montagem dos navios,sendo desnecessáriosconsiderar os esforços detração que ocorreriamsem osistema de drenagem.Os ganhos também são notados na economia das estruturas de fundação.

Já sistema de porta batel, em caixão flutuante do tipo "T" invertido,promove a transferência de praticamente todo o empuxo recebido das águas do mar para a soleira, ao contrário do que acontece com as portas do tipo "vão", que transferem as cargas de empuxo para os encontros laterais.

Além davantagem deterquase a totalidade das cargasaplicadas ao nível da laje de fundo do dique, esse tipo de portaapresenta o diferencial depermitir a sua total manutenção mesmo estando em serviço. Atecnologiautilizada nesses sistemas foi trazida ao Brasil pela Royal Haskoning.

Fonte: Estadão


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