O anúncio do resultado levou a uma nova onda de revisões para cima das projeções de crescimento.
O banco Morgan Stanley já fala em “descolamento” da China do restante do mundo e aposta em expansão de 9% do PIB em 2009 e de 10% no próximo ano – até ontem, a instituição esperava índices de 7% e 8%, respectivamente.
O UBS elevou suas projeções para 8,2% neste ano e 8,5% em 2010, enquanto o Standard Chartered considera “cada vez mais provável” o cumprimento da meta de 8% em 2009.
Os 7,9% estão bem acima dos 6,1% registrados no período de janeiro a março, quando o crescimento chinês parece ter atingido o piso durante a atual crise. Com o bom resultado, a expansão do primeiro semestre foi de 7,1%, índice 3,5 pontos porcentuais abaixo dos 10,6% registrados em igual período de 2008.
O governo chinês não divulga o resultado do PIB em relação ao trimestre imediatamente anterior, mas o Morgan Stanley acredita que a expansão tenha sido de 4,5% no segundo trimestre em relação ao primeiro, o que se traduziria em um crescimento anualizado de 19%.
Terceira maior economia do mundo, a China se tornou neste ano o principal parceiro comercial do Brasil e seu crescimento terá influência na performance do PIB brasileiro.
A China usa toda a munição que tem para contrabalançar os efeitos da crise mundial.
Os bancos chineses concederam US$ 225 bilhões em financiamentos só no mês de junho, o que elevou o aumento do crédito no primeiro semestre a US$ 1,1 trilhão, acima dos US$ 732 bilhões previstos anteriormente pelo governo para o ano todo.
O US$ 1,1 trilhão em novos empréstimos equivale a cerca de 25% do PIB, uma expansão do crédito sem paralelo na história do país.
Os financiamentos deram impulso aos investimentos em ativos fixos, que tiveram alta de 33,5% na primeira metade do ano, 7,2 pontos porcentuais acima do registrado em igual período de 2008. Esses recursos são destinados a projetos como obras de infraestrutura e expansão da capacidade de produção das empresas.
Wang Tao, economista-chefe do UBS na China, acredita que um dos pontos mais positivos do resultado do primeiro semestre é a reação do setor imobiliário, com aumento de 12% no número de novas construções no mês de junho.
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“Consideramos a construção imobiliária como um fator chave e necessário para sustentar a recuperação da demanda doméstica na China, já que não acreditamos que o aumento no investimento em infraestrutura seria suficiente para neutralizar ao mesmo tempo o declínio na demanda por exportações e no investimento em residências”, escreveu a economista em análise sobre o resultado do PIB.
Há dois meses, os analistas do Morgan Stanley estavam entre os mais pessimistas em relação à economia chinesa. Agora, acreditam que o investimento no setor imobiliário vai se acelerar e contrabalançar a esperada redução nos gastos em infraestrutura no próximo ano.
Os economistas do banco esperam crescimento da confiança e dos gastos do consumidor, como resultado da melhor situação no mercado de trabalho.
A retomada do setor de construção também é um indício de reação do investimento privado, outro fator essencial para a sustentação do ritmo de crescimento.
Por enquanto, quase todos os recursos destinados a novos projetos saíram dos cofres do governo ou de estatais.
No período de janeiro a maio, os investimentos feitos por companhias controladas pelo Estado cresceram 50% na comparação com 2008, enquanto os feitos por empresas de capital estrangeiro ou de propriedade de pessoas de Hong Kong, Macau e Taiwan evoluíram 2% e -0,7%, respectivamente, de acordo com o Standard Chartered.
Os investimentos em infraestrutura tiveram alta de 57,4% no semestre, liderados pela expansão de 126,5% dos recursos destinados à construção de ferrovias.
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Depois de desacelerar para 3,8% no acumulado de janeiro e fevereiro, a produção industrial reagiu e teve alta de 10,7% em junho, 1,8 ponto porcentual acima dos 8,9% registrados em maio.
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Em média, a atividade industrial do primeiro semestre se expandiu 7% – em igual período de 2008, o indicador teve alta de 16,3%.
Fonte: Estadão