Em defesa da Petrobras

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Pode-se procurar à vontade.  Será muito difícil, quase impossível, encontrar alguém, nesse imenso território brasileiro, que seja contra a Petrobras. Ela está incrustada na história de nossos avanços em favor do desenvolvimento.  Faz até parte do nosso dia a dia. De modo que, qualquer movimento em defesa da Petrobras é chover no molhado.  O Brasil inteiro é a favor da estatal, desde os tempos em que ganhou força o dístico “O petróleo é nosso”.

 

Por isso, o ato de ontem, no Rio, em “defesa da Petrobras”, não teria outra razão de ser, caso fosse colocado em seu contexto natural.  E não haveria necessidade de brigas de rua, com pessoas de um lado e outro partindo para tapas e insultos. Sequer o ex-presidente precisaria sair por aí instigando a atual presidente a levantar a cabeça.

 

Imagino que defender a Petrobras, historicamente, ao longo das diversas administrações, mas em especial nas últimas, bastaria um simples ato: desaparelhá-la.  Eliminar os focos políticos,  deixá-la livre para o pleno exercício do que ela efetivamente sabe fazer: ajudar a desenvolver a engenharia nacional; ampliar o potencial da capacidade para fabricar plataformas; aprofundar as prospecções; cuidar dos programas de investimentos efetivamente viáveis, mas com os pés no chão – ou na água – e deixar que a inteligência técnica que a dirigiu ao longo dos anos volte a ter espaço privilegiado.

 

Defender a Petrobras é desaparelhá-la. O resto é lorota política e cenas de pugilato na rua.   

Fonte: Nildo Carlos Oliveira


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