Nildo Carlos Oliveira
As denúncias vieram em reportagem publicada no Estadão. Em algumas regiões do Ceará e do Rio Grande do Norte a instalação de usinas para captação de energia eólica está provocando problemas ambientais. A constatação é feita por moradores do entorno do Parque Eólico Aracati (CE), que opera com 67 torres, e da Ponta do Tubarão (RN).
No primeiro caso dunas foram destruídas por estradas de acesso.
E até sítios arqueológicos, segundo as denúncias, acabaram removidos do meio do caminho para dar espaços aos equipamentos que estão gerando energia.
Já no segundo caso, no RN, há uma lagoa que foi esvaziada. No local, hoje crestado pelo sol, foram construídas as usinas eólicas Alegria II e Miassaba II.
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Tanto em um quanto em outro exemplo, há informações de que os estragos são nefastos.
Inaceitável o paradoxo. Instalação de energia limpa, por princípio, pressupõe rigor nos cuidados ambientais.
Não se pode concordar que ela aproveite a energia da natureza, sacrificando a natureza.
Sobretudo porque esse segmento energético recebe recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para financiar os seus empreendimentos. Os desembolsos com essa finalidade, de 2005 até hoje, são da ordem de R$ 8,9 bilhões.
– Uma quantia nada desprezível. O suficiente, pelo menos, para não sacrificar a galinha dos ovos de ouro, ou seja, a própria natureza.
A reportagem, assinada por Wilson Tosta, reproduz expressões de um professor da Universidade Federal do Ceará, que questiona: “Que energia limpa é essa?”
Energia limpa, sim, mas com meio ambiente também limpo e impermeável ao vandalismo e às devastações.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira