A gigante espanhola Ferrovial considera o realinhamento dos preços dos ativos em infraestrutura como um novo atrativo no programa brasileiro de concessões, informa o jornal Valor Econômico. O grupo, que tem interesse nos próximos leilões de aeroportos e de rodovias, segundo o jornal, está inseguro com o panorama político e ainda não tomou nenhuma decisão concreta sobre participar dos certames.
“Se os leilões foram acontecer mesmo neste ano, vamos estudar, mas nada chegou à minha mesa”, disse ao Valor o presidente do conselho de administração da multinacional, Rafael del Pino.
De acordo com informações do Valor, Del Pino avalia que a crise provocou uma espécie de choque de realidade de nos preços de ativos. Não é tanto pela desvalorização do real que os projetos se tornaram mais interessantes, segundo ele, já que as receitas em pedágios e tarifas aeroportuárias também ficam automaticamente mais baixas em moeda estrangeira.
Outra distorção que tende a ser corrigida, segundo Del Pino disse ao jornal, são os elevados ágios observados nos leilões realizados quando o Brasil registrava taxas maiores de crescimento.
Ele lembra o caso do aeroporto de Guarulhos: o preço mínimo era de R$ 3,2 bilhões.
“Oferecemos o dobro. Um lance bastante ousado”, observa.
A ferrovial montou um consórcio com a Queiroz Galvão.
O lance vencedor, da Invepar, atingiu R$ 16 bilhões. “Impossível.”
Com uma modesta operação no Brasil, que são dois contratos de prestação de serviços para a concessionária de rodovias Abertis, Del Pino frisa que crescer no País é importante. “O mercado brasileiro é gigantesco e tem a classe média emergente.
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Fonte: Valor Econômico