Estações de metrô

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Sempre se imagina que a escolha de um sítio para a construção de uma estação de metrô, em qualquer cidade, mas, sobretudo, em uma metrópole como São Paulo, resulte de cuidadosos estudos realizados na etapa da definição do traçado e da elaboração dos projetos. A seleção jamais é aleatória. É feita por arquitetos, urbanistas, estudiosos do fluxo maior ou menor de passageiros, das atividades necessidades básicas locais.

Mas não é isso que parece estar acontecendo, quando o governo desiste de estações de metrô Três Poderes, na região do Jardim Guedala, perto do Morumbi, e, agora, da estação Higienópolis, região predominantemente entupida de carros particulares. Os moradores bateram o pé, protestaram contra a construção das estações nos lugares previamente escolhidos e fizeram o governo recuar.

Ao menos no caso da estação Três Poderes, a desistência não se justifica. Acolher o argumento de que ela provocaria a concentração de comércio e transeuntes indesejáveis, significa, na prática, para o governo, o reconhecimento de que ele não dispõe de uma eficiente política de segurança para garantir tranqüilidade no movimento na estação e ao longo das amplas áreas do entorno. Diante dos protestos dos mais ricos, o governo preferiu adotar uma política de exclusão, que vai sacrificar aqueles que precisam desse meio de transporte.

Nas imediações do local onde seria construída a estação Três Poderes há comércio regular, uma população que, se não mora no Jardim Guedala, mora do outro lado da avenida Francisco Morato ou trabalha ao longo da avenida Eliseu de Almeida. Além disso, funciona ali, a alguns metros do local originalmente escolhido para a obra, o Hospital Iguatemi.

Uma estação de metrô, seja ela construída onde quer que seja, desde que inserida no conjunto dos estudos do traçado e considerando as necessidades da população, é um meio de inserção social e de estímulo ao uso do transporte público, no processo da interligação dos bairros e, dos bairros, com o núcleo da metrópole. O recuo do governo é lamentável.

Fonte: Estadão


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