Porto de São Sebastião vem recebendo investimentos de melhoria e requalificação, incluindo reforço da estrutura do cais e da retroárea
Obras portuárias em Santos e São Sebastião e a Nova Tamoios melhoram logística
Carlos Brazil – Santos (SP)
Em relação às rodovias de acesso e de deslocamento no Litoral Paulista, destaque para o início da construção dos lotes 3 e 4 da Nova Tamoios Contornos, em São Sebastião. Já os investimentos em mobilidade urbana estão espalhados entre: a construção da linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Santos; o projeto do túnel submerso Santos-Guarujá; e a implantação do Sistema Metropolitano com corredor de ônibus entre Santos e São Vicente.
Há ainda um importante projeto na área ambiental. Desenvolvido pela Sabesp, companhia estatal que atende mais de 350 municípios no Estado, o Programa Onda Limpa vem realizando obras para adequar a destinação de efluentes dos esgotos sanitários no Litoral Paulista.
Investimentos da Petrobras
Em razão das descobertas de petróleo e gás na província do pré-sal, na Bacia de Santos, a Petrobras vem realizando investimentos significativos na região. Na cidade de Santos, a estatal está instalando sua nova sede da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS), em um complexo formado por três torres e custo de R$ 380 milhões. Encontra-se em fase de acabamento o primeiro edifício de 14 pavimentos das instalações.
Atualmente, oito sistemas de extração e produção sob gestão da UO-BS operam na Bacia de Santos. Agora para o segundo semestre de 2014, dois novos sistemas entrarão em operação na Bacia de Santos.
Em seus planos até 2018, a Petrobras está investindo US$ 153,9 bilhões em exploração e produção de petróleo e gás, sendo, desse total, cerca de US$ 80 bilhões para a área do pré-sal, que engloba a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, e a Bacia de Santos. Até 2018, a UO-BS ampliará sua mão de obra local dos pouco mais de 1 mil profissionais ao final de 2013 para quase 3.700 funcionários em 2018.
Até dezembro de 2014, a Petrobras deve também concluir o processo de construção de dois berços de atracação no Porto de Santos para atender embarcações a serviço das plataformas da Bacia de Santos. Na área da formação de mão de obra especializada, a companhia prepara investimento de R$ 77 milhões em um novo Centro de Tecnologia de Pesquisa na Baixada Santista, em parceria com USP, Unesp e Unicamp.
Portos de Santos e São Sebastião
O Porto de Santos passa por uma série de adequações e ampliações, além de projetar novos investimentos para breve. De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo, que administra o terminal portuário, o projeto em realização que tem consumido mais recursos é a unificação da dragagem do canal do porto, com investimentos de R$ 500 milhões. O alinhamento do Cais de Outeirinhos – obra que foi paralisada durante a Copa do Mundo, para permitir a atração de navios de passageiros – já foi retomado. Ali, estão sendo investidos R$ 289 milhões.
Encontra-se em fase de lançamento de licitação o reforço do cais para aprofundamento de berços, com investimentos previstos de R$ 204 milhões. Nesta mesma fase está o projeto de reforço de dois berços de atracação da Ilha Barnabé, ao custo de R$ 52 milhões, assim como programas ambientais exigidos para licenciamento, com desembolsos de R$ 59 milhões.
Com obras concluídas recentemente, por R$ 200 milhões, foi realizado o aprofundamento do canal do porto em seu trecho de número 4. Em fase final estão o reforço parcial e recuperação de píeres, ponte de acesso e tubovias do Terminal da Alemoa, ao custo de R$ 38 milhões.
Na área de mobilidade próxima do porto, serão investidos R$ 110 milhões em obras na Avenida Perimetral, entre os bairros de Macuco e Ponta da Praia. A iniciativa encontra-se em fase de definição de projeto executivo. Após a conclusão da primeira etapa das obras na Avenida Perimetral Margem Esquerda (em Santos), encontra-se também em fase de definição de projeto executivo a segunda etapa das intervenções naquela via, ao custo de R$ 5,3 milhões.
Para a modernização do Porto de Santos, encontra-se em fase de licitação o projeto de aquisição e instalação do sistema tecnológico de controle de tráfego de embarcações VTMIS (Vessel Traffic Management Information System), ao custo de R$ 36,5 milhões.
Após a conclusão de suas obras da primeira fase de implantação e do recente início de operações, serão retomados no futuro breve os investimentos privados para conclusão dos projetos da Embraport (Empresa Brasileira de Terminais Portuários), que consumirá R$ 2,3 bilhões em recursos totais até sua conclusão, e do BTP (Brasil Terminal Portuário), que deve empregar cerca de R$ 2 bilhões em recursos ao todo até ser finalizado.
Já o Porto de São Sebastião vem recebendo R$ 176 milhões em investimentos em melhorias e qualificação do terminal portuário. De acordo com a Companhia Docas de São Sebastião, encontra-se em fase de conclusão o projeto de reforço da estrutura do cais e da retroárea, com investimento de R$ 110,8 milhões. Também deve ser entregue em 2014 a recuperação e adequação do pátio 1 e armazéns 4, 5 e 6, ao custo de R$ 11,7 milhões.
Outros R$ 44,8 milhões estão sendo destinados à elaboração de projetos de construção de pátios, com finalização prevista para outubro deste an
o. Nos armazéns dos pátios 4, 5 e 6, as lonas de cobertura estão sendo substituídas por placas de alumínio, ao custo de R$ 2,2 milhões. Outro R$ 1,6 milhão foi destinado à execução da estação de armazenamento temporário de resíduos.
Além das melhorias realizadas, o porto será ampliado. Realizada em etapas, e com projetos executivos já concluídos, a ampliação possibilitará que a área portuária de São Sebastião passe dos atuais 400 mil m², para 800 mil m² de operações. A previsão de investimentos soma R$ 2 bilhões.
Nova Tamoios
Pouco antes do início da Copa do Mundo, em junho, o governo do Estado de São Paulo anunciou o início das obras dos lotes 3 e 4 da Nova Tamoios Contornos. O trecho estende-se por 9,3 km, entre a Costa Norte de São Sebastião e o porto daquele município. Estão sendo investidos no projeto R$ 818 milhões. As obras dão continuidade aos lotes 1 e 2 da rodovia, localizados em Caraguatatuba e que seguem em obras desde outubro de 2013. Somados todos os trechos, os investimentos chegam a R$ 1,8 bilhão.
Mobilidade urbana na Baixada Santista
As maiores obras de mobilidade urbana do Litoral Paulista estão sendo realizadas ou projetadas para atender a população de Santos, São Vicente e Guarujá, beneficiando mais de 1 milhão de habitantes dessas três localidades.
Com a conclusão de cerca de 70% das obras de seu primeiro trecho (entre o Terminal Barreiros, em São Vicente, e a Avenida Conselheiro Nébias, em Santos), segundo a Gerência de Marketing Institucional da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista deverá atender a aproximadamente 70 mil passageiros/dia. Nesta fase das obras, são previstos investimentos de R$ 313 milhões. O projeto completo deve exigir R$ 980 milhões.
O primeiro dos 22 trens espanhóis que circularão na linha de VLT chegou ao Porto de Santos ao final do mês de maio. A previsão é de que o trecho inicial do novo transporte comece a operar nos primeiros meses de 2015. Quando concluído, o VLT ligará São Vicente às proximidades do porto santista.
Outro grande projeto histórico para a Baixada Santista está em fase de preparação para o lançamento de licitação. Trata-se do Túnel Submerso Santos-Guarujá. A proposta lançada ao final do ano passado prevê a construção, ao custo de R$ 2,7 bilhões, de um túnel de mais de 700 m de extensão entre o centro de Santos e o Guarujá, passando sob as águas do canal do porto. Vale lembrar que a Dersa revogou a licitação lançada em dezembro de 2013 para construção do Túnel Submerso, mas este mês (agosto) relançou concorrência.
Também no mês de junho, foi anunciada pelo governo federal, em parceria com a administração municipal santista, a liberação de recursos do Pacto de Mobilidade Urbana para obras de implantação do Sistema Metropolitano de Transporte Público, que prevê a criação de um corredor de ônibus entre Santos e São Vicente, incluindo a construção de túneis entre os dois municípios. Serão destinados R$ 456,3 milhões para a implantação do projeto.
Onda Limpa
De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o programa Onda Limpa, voltado à recuperação ambiental pela coleta, tratamento e destinação adequada de esgotos, foi lançado em 2007 na Baixada Santista, tendo recebido até o final de 2013 R$ 1,9 bilhão em investimentos.
Em novembro de 2013, foi lançada a fase complementar do programa em três cidades – Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém –, incluindo quase 200 km de redes coletoras e aproximadamente 25 mil novas ligações domiciliares de esgoto.
Contando com os três municípios iniciais, a segunda fase do Onda Limpa encontra-se em processo de elaboração dos projetos executivos para construção total de 600 km de redes coletoras de esgoto, oito estações de tratamento de efluentes e 50 mil ligações domiciliares, com conclusão programada para 2017 e investimentos de cerca de R$ 700 milhões, dos quais R$ 300 milhões para a construção de emissário submarino da Praia Grande, que responde por R$ 300 milhões desse montante.
No Litoral Norte, o programa já demandou recursos da ordem de R$144 milhões. Até 2016 ainda estão previstos investimentos de mais R$ 510 milhões naquela região.
Litoral Paulista – investimentos
Projeto | Valor | Fase atual | Empresas responsáveis |
Nova sede Petrobras | R$ 380 milhões | Em conclusão 1ª torre | Construcap |
Exploração e produção de petróleo da Petrobras |
US$ 80 bilhões até 2018 |
Em execução | – |
Contratação de dois berços de atracação no Porto de Santos |
Não divulgados | Em licitação | -</str ong> |
Novo Centro de Tecnologia de Pesquisa na Baixada Santista |
R$ 77 milhões | Em estudo | – |
Unificação da dragagem do canal – Santos | R$ 500 milhões | Em licitação | – |
Alinhamento do Cais de Outeirinhos – Santos | R$ 289 milhões | Em execução | Consórcio formado pelas empresas Serveng-Civilsan, Empresas Associadas de Engenharia, Constremac e Constran |
Reforço do cais para aprofundamento de berços – Santos |
R$ 204 milhões | Lançamento de licitação | – |
Reforço de 2 berços – Ilha de Barnabé – Santos | R$ 52 milhões | Lançamento de licitação | – |
Programas ambientais | R$ 59 milhões | Lançamento de licitação | – |
Aprofundamento do canal do Porto de Santos – trecho 4 |
R$ 200 milhões | Concluída | – |
Reforço e recuperação de píeres – Santos | R$ 38 milhões | Em finalização | Consórcio formado pelas empresas Engrest Engenharia Estrutural e Dratec Engenharia |
Obras Av. Perimetral entre Macuco e Ponta da Praia – Santos |
R$ 110 milhões | Definição de projeto executivo | – |
Obras Av. Perimetral Margem Esquerda – Santos | R$ 5,3 milhões | Definição de projeto executivo | – |
Sistema VTMIS – Santos | R$ 36,5 milhões | Em licitação | – |
Embraport | R$ 2,3 bilhões | Obras de conclusão de projeto em andamento | – |
BTP | R$ 2 bilhões | Obras de conclusão de projeto em andamento | – |
Reforço de estruturas do cais e retroáreas – Porto de São Sebastião | R$ 110,8 milhões | Em finalização | Serveng-Civilsan e Empresas Associadas de Engenharia |
Recuperação de pavimentos – Porto de São Sebastião |
R$ 11,7 milhões | Em finalização | Construção Brasília Guaíba |
Construção de pátios – Porto de São Sebastião | R$ 44,8 milhões | Em finalização | Planave – Estudos e projetos de Engenharia |
Obras de expans&ati lde;o – Porto de São Sebastião |
R$ 2 bilhões | Projetos executivos concluídos | – |
Nova Tamoios
Contornos – Lotes 1 e 2 |
R$ 800 milhões | Obras iniciadas | Serveng-Civilsan |
Nova Tamoios
Contornos – Lotes 3 e 4 |
R$ 1 bilhão | Obras iniciadas | Queiroz Galvão |
VLT Santos-São Vicente – Lote 1 | R$ 313 milhões | 70% de obras do 1º trecho executadas |
Consórcio Expresso VLT Baixada Santista – Construtora Queiroz Galvão e Trail Infraestrutura |
Túnel submerso Santos-Guarujá | R$ 2,7 bilhões | Pré-licitação | – |
Sistema Metropolitano de Transporte Público Santos-São Vicente |
R$ 456,3 milhões | Pré-licitação | – |
Onda Limpa – Emissário submarino de Praia Grande | R$ 300 milhões | Em elaboração de projetos executivos |
– |
Onda Limpa – 600 km de redes coletoras, 50 mil ligações domiciliares, estações elevatórias e de tratamento etc. | R$ 400 milhões | Em elaboração de projetos executivos |
– |
Onda Limpa – Litoral Norte | R$ 510 milhões | Em pré-projeto | – |
Plataformas articuladas
A General Motors do Brasil contratou a locação de quatro plataformas articuladas a diesel modelo Z45/25 RT e uma plataforma elevatória tesoura GS3246 para sua fábrica de São Caetano do Sul (SP), fornecidas pela empresa Tópico. Essas estruturas podem ser utilizadas para instalação de iluminação, distribuição de força, detecção e combate a incêndios.
Cobertura da Arena Corinthians
Uma parceria entre duas empresas brasileiras (Alufer S.A. e Brafer Construções Metálicas S.A.) é responsável pela fabricação da cobertura de aço com 32,3 mil m² utilizada na Arena Corinthians, estádio que recebeu em junho o jogo de abertura da Copa do Mundo da FIFA 2014, em São Paulo (SP).
O projeto da cobertura foi concebido pelo escritório alemão Werner Sobek, tendo como escritório de arquitetura responsável CDCA Arquitetos. A construtora contratada para a obra foi a Norberto Odebrecht.
Nova usina gravimétrica no mercado
A usina tipo gravimétrica modelo JustBlack da suíça Ammann já está disponível na sede da empresa em Gravataí, Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). O equipamento foi projetado para atender as mais variadas demandas de infraestrutura viária. Com alto grau de padronização e opcionais claramente definidos, oferecem ao mercado elevado retorno de investimento.
Os modelos JustBlack (com as capacidade de 80, 160, 200 e 240 t/h) utilizam as principais soluções e componentes da marca, como: misturador, secador, filtro e peneira vibratória. O maquinário conta também com tecnologia de ponta quanto ao controle, sensores e aparelhos eletrônicos que possibilitam a montagem de um produto de fácil operação, alta qualidade e consistência. Todos os módulos da torre de mistura são projetados com total mobilidade para transporte e para um carregamento com medidas de 20 pés. Na versão Quick (rápida) a JustBlack é apoiada sobre estruturas de aço, sem a necessidade de utilizar bases de concreto. O componente facilita a realocação rápida da usina em um curto período de tempo.
Torre instala terceira passarela
A WTorre realizou este mês (agosto) o içamento da terceira passarela suspensa (no total de cinco) que vai interligar as alas da torre do WTorre Morumbi. O empreendimento é o primeiro no mundo a possuir cinco dessas estruturas no mesmo edifício.
O processo de elevação é extremamente complexo. A própria estrutura da torre serve de elemento para a fixação de vigas, posicionadas na 31ª laje e em balanço. Nessas vigas, macacos hidráulicos, controlados por computadores por meio de um software específico, permitem a elevação de 6 m por hora, sem utilização de guindastes.
O WTorre Morumbi é um empreendimento “triple A” e está localizado na Marginal Pinheiros, próximo à Chucri Zaidan, em uma das regiões de São Paulo em que o mercado imobiliário corporativo e de entretenimento mais crescem. O projeto contempla duas alas com 31 andares interligadas por passarelas suspensas, totalizando mais de 172 mil m² de área construída.
As obras foram iniciadas em abril de 2012 e serão concluídas em dezembro de 2014. O projeto arquitetônico é da Aflalo & Gasperini e segue todas as recomendações para obtenção do certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, na categoria Silver.
Obra reforça rede da Comgás
A obra de reforço da Rede Tubular de Alta Pressão (Retap), executada para a Comgás, trouxe aumento da capacidade de transporte de gás natural para a região metropolitana de São Paulo. Ao longo de 11 meses foram construídos 27 km de tubulação, para interligar um novo ponto de entrega, no município de São Bernardo do Campo, até a Usina Termoelétrica Fernando Gasparian, em São Paulo, sendo 25 km submersos na Represa Billings, representando grande obra de engenharia.
Com 20 polegadas de diâmetro, a tubulação, na parte terrestre, partiu do Citygate, cruzou a rodovia Anchieta com um furo direcional e entrou na vala de transição. Um dos pontos notáveis desta obra foi a execução de um furo direcional, totalizando 1,7 km, que partiu da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e encontrou a outra parte da tubulação já posicionada na represa.
A solução subaquática foi escolhida por ser a de menor impacto socioambiental, mas trouxe novidades para a equipe de engenharia no planejamento e na execução da obra, como a montagem de embarcações de grande porte numa represa, o transporte e fechamento de tie-in em balsas apropriadas, entre outras.
O trecho aquático apresentou diversos desafios, desde a preparação da infraestrutura apropriada para a montagem da tubulação nos canteiros, que funcionou como um processo de linha de montagem industrial, possibilitando o deslizamento da tubulação pelo canteiro até chegar na água, até o perfeito assentamento da tubulação no leito da represa.
Com o novo gasoduto, o abastecimento para a Usina Fernando Gasparian passa a ter uma segunda fonte de suprimento. Essa usina é uma das 13 termelétricas que compõem o parque gerador da Petrobras.
Fonte: Revista O Empreiteiro