Laser scanning em canteiro de obras e polêmica sobre parque eólico offshore

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A 6ª edição da newsletter eletrônica quinzenal ENR Global Insider OE, das revistas ENR-Engineering News Record, da McGraw Hill, de Nova York, e O Empreiteiro, mostra: como o laser scanning está transformando o canteiro de obras; uma ponte à prova de abalo sísmico; o avanço dos chineses na Alemanha e Estados Unidos; o projeto do gasoduto TransCanada; a construção emperrada de parque eólico no estuário do rio Tâmisa e muito mais. A seguir, a última edição da Newsletter ENR Global Insider OE.

 

Tecnologia de "escaneamento" avança na construção

Em uma das poucas conferências no mundo voltadas à tecnologia de “escaneamento”, a SPAR, realizada recentemente no Texas, Estados Unidos, foi consensual entre os presentes que as soluções de laser scanning tiveram acentuada queda de custo, melhoria das capacidades e maior entendimento e aceitação do usuário à ferramenta. Este cenário tem criado uma onda de uso de point clouds (processo de uso de scanner em 3D para grandes dimensões) para documentar condições de obras em andamento.
Chad Rabitoy, sócio de uma empresa especializada em laser de “varredura”, prevê que a tecnologia será logo uma ferramenta fundamental na construção. “Nós estamos usando laser scanning há quase 12 anos. Nossa equipe o usa como instrumento eficaz para registrar mudanças no campo e ajuda na melhoria da qualidade do projeto”, afirma.
“O GPS foi igual”, adiciona Rabitoy. “O GPS teve que provar sua eficiência. E cresceu rápido. Eu vejo o mesmo na mudança dos desenhos em 2D para o CAD. Isso mudou a Engenharia, como nós sabemos. Eu vejo o laser scanning como a próxima etapa de como os negócios serão feitos dentro da indústria da construção”, avalia.
Pioneiros e veteranos que participaram desta conferência anual foram unânimes em afirmar o crescimento deste mercado. Cerca de 60 empresas expuseram no evento, representando um crescimento de 18% em seu tamanho. O número de participantes na conferência também aumentou.
S. Keith McNease, vice-presidente da SAM, empresa de engenharia, mapeamento aéreo e topografia, explica que usa a tecnologia desde 1998. “Você tem que ter a ferramenta certa e a combinação certa para as necessidades do cliente”, diz. A empresa usa a tecnologia para elevar de forma expressiva o nível de precisão nos seus trabalhos.

 

 

Ponte metálica foi reforçada contra sismos

Reconstruída em 1978, a ponte metálica Antioch, que mede 2,9 km e atravessa o rio San Joaquin, liga a cidade de Antioch, em Contra Costa, à ilha de Sherman, refúgio de vida selvagem em Sacramento, Estados Unidos. Ela tem uma via em cada direção, com acesso também para pedestres e bicicletas. O tráfego é de 15 mil veículos/dia.
Embora reconstruída atendendo aos critérios sísmicos pós-terremoto de 1971 em São Francisco, estudos posteriores sobre a integridade da sua estrutura indicaram a necessidade de obras de reforço.
Para tanto, a California Department of Transportation (Caltrans) assinou um contrato de US$ 35 milhões com a California Engineering Contractors (CEC) em abril de 2010. O trabalho estrutural foi completado em meados de abril e o fim dos serviços está previsto para julho.
Segundo a CEC, a ponte possui dois sistemas estruturais – o principal e o do vão. O projeto envolveu reforçar as vigas, erguer a ponte com macacos hidráulicos para substituição dos rolamentos e instalação de suportes de metal entre as colunas, para enrijecer a superestrutura da ponte.
A Caltrans informou que reforços cruzados foram colocados nas colunas de ferro verticais até a altura de 42 m. Também foram incorporadas peças de concreto pré-moldado em cada coluna.
A ponte não foi fechada durante os trabalhos. A Caltrans disse que identificou durante os serviços que cinco tipos de pássaros fazem ninhos na estrutura da ponte. Scott Sandkohl, biólogo da CEC, informou que outros tipos de espécies de pássaros usam a ponte para se abrigar.
Isso levou a ajustes no cronograma dos trabalhos para prevenir que as obras na ponte não atrapalhassem o período de construção dos ninhos.

 

TransCanada pede nova autorização para construir gasoduto

Uma nova luta pelo gasoduto Keystone começou. A TransCanada pediu nova autorização aos Estados Unidos para realizar o projeto de US$ 7,6 bilhões. O controverso gasoduto tem 1.600 km de extensão e levaria petróleo produzido das areias betuminosas da província de Alberta, no Canadá, até o Golfo do México, atravessando o território americano de Norte a Sul.
O pedido de empresa de energia canadense, com sede em Calgary, recebido pelo Departamento de Estado americano nesse início de maio, é diferente da petição anterior, quando o presidente Barak Obama rejeitou a proposta. O novo pedido prevê a ligação do gasoduto de Hardisty, em Alberta, a Steele City, em Nebraska, estado localizado na região central dos Estados Unidos.
A TransCanada havia se manifestado em fevereiro que, de qualquer forma, construirá o trecho do gasoduto de Oklahoma ao Texas, já que não há necessidade de permissão presidencial para isso pelo fato da seção não cruzar a fronteira internacional entre os dois países. O trabalho nesse trecho deve se iniciar neste verão ao custo de US$ 2,3 bilhões.
O Departamento de Estado se pronunciou sobre a segunda petição, dizendo que tem o compromisso de avaliá-la de forma rigorosa e transparente.
O ponto sensível do projeto original do gasoduto foi na parte em que a tubulação previa atravessar a região de Sand Hills, reserva ecológica de Nebraska. Assim, a TransCanada mudou o plano original e resolveu criar uma rota alternativa junto com as autoridades locais. A nova proposta foi apresentada neste segundo pedido de autorização da obra.
O projeto já entrou na pauta do Congresso americano e há divergências de todos os lados. Se aprovado, o gasoduto poderá estar concluído no final de 2014 ou início de 2015.

 

 

Caminhão híbrido bate recorde de velocidade

Provando mais uma vez que tecnologia verde e performance podem vir a coexistir, a Volvo quebrou seu próprio recorde de caminhão híbrido mais rápido do mundo. O caminhão da empresa sueca, apelidado de “Mean Green”, equipado com um motor diesel-elétrico, de potência de 2.100 cavalos e torqu
e de 5.000 ftlb, alcançou 236,5 km/h. No ano passado, o veículo já havia quebrado o recorde com a marca de 218,7 km/h.
O caminhão possui transmissão automatizada e conjunto de eixo traseiro com relação de transmissão 1.85:1.
O recorde de velocidade foi sancionado pelo United States Auto Club, membro da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

 

Desafio no sistema de abastecimento de água de Nova York

Construtoras começaram uma corrida contra o tempo para desviar água de um dos aquedutos que servem a cidade de Nova York. O trabalho deve durar três meses ao custo de US$ 1,3 bilhão.
O desafio é mudar o antigo sistema sem interromper a distribuição de 85% da água que abastece 9 milhões de pessoas na cidade e áreas vizinhas.
Enquanto isso, para atender a Agência de Proteção Ambiental, deverá ser instalado um novo tratamento da água no sistema. Serão colocadas 28 unidades de desinfecção de água por raio ultravioleta, cada uma com 60 milhões de l/dia de capacidade de tratamento, com início de operação prevista para 2 de julho. No total, serão instaladas 56 unidades até agosto.
Os testes de pressão na nova tubulação e nas unidades de tratamento instaladas, incluindo o sistema elétrico, são motivo de preocupação, já que há vários outros projetos em andamento na cidade relacionados ao abastecimento de água.
“Não podemos nos dar ao luxo de errar. Há uma grande quantidade de pessoas que dependem desta água”, explica George Schmitt, gerente do escritório de Projeto, Engenharia e Construção do Departamento de Proteção Ambiental de Nova York.
Os aquedutos Delaware e Catskill são os principais fornecedores de água na cidade. Inicialmente, apenas o fluxo de água do aqueduto de Delaware está sendo desviado.

 

Chineses compram outra empresa alemã

A XCMG tornou-se sócia majoritária do grupo Schwing, após adquirir ações da empresa. O negócio, anunciado na última Intermat, realizada em abril, em Paris, é a segunda aquisição chinesa de uma empresa de máquinas alemã. Recentemente, a Putzmeister foi comprada pela Sany.
A marca Schwing, de 78 anos de existência, tem importância crucial para expansão dos negócios da XCMG no mercado asiático de concreteiras, de acordo com a companhia. A empresa chinesa sempre se posicionou atrás das rivais Zoomlion e Sany neste segmento. No setor mundial de máquinas de concreto, a Sany e a Zoomlion alcançam cerca de 50% do mercado, com faturamento de US$ 16,7 bilhões. Já o faturamento da XCMG nesta área ficou em apenas US$ 312,5 milhões (2011).
“Os fabricantes chineses estão expandindo sua presença, especialmente na Europa”, afirma Lawrence De Maria, um dos principais executivos do grupo de infraestrutura global William Blair & Company. “Eles estão adquirindo tecnologia a um preço razoável e ganhando posição no mercado”, avalia.
Embora o preço da transação seja desconhecido, a XCMG está buscando um empréstimo de três anos, no valor de US$ 210 milhões, como parte do pagamento da compra da Schwing. Enquanto isso, a Schwing já cortou despesas e 170 postos de trabalho — um quinto do quadro de trabalhadores em sua sede, em Herne, Alemanha. A medida faz parte do acordo para aquisição pelo grupo chinês. A Schwing emprega no mundo 3.300 funcionários.

 

Cinco projetos de transporte obtêm financiamento nos EUA

O Departamento de Transportes selecionou dois projetos na Califórnia e um no Colorado, um no Texas e outro em Virgínia, para se candidatar a empréstimo com base na Lei de Inovação e Infraestrutura de Transporte (TIFIA).
Os cinco vencedores, anunciados recentemente, foram escolhidos entre 26 projetos concorrentes.
Os dois projetos da Califórnia, no valor de US$ 1,3 bilhão, refere-se a uma pista adicional para Rota 91, entre Orange e Riverside; e uma ponte em Long Beach ao custo de US$ 960 milhões.
Também fazem parte dos contemplados, projeto no valor de US$ 140 milhões para a Rota 36, em Colorado; um pacote de US$ 1,5 bilhão para modernização da estrada I-35W, perto de Fort Worth, Texas; e um programa de US$ 927 milhões para diminuição de tráfego em vias na Virgínia.

 

Parque eólico parado na Inglaterra

Proprietário para um dos maiores parques eólicos do mundo, localizado a mais de 20 km da costa da Inglaterra, entrou com representação contra a empresa Fluor, devido a problemas na obra. Por outro lado, a Fluor cobra US$ 480 milhões da Greater Gabbard Offshore Wind por atrasos no pagamento. O projeto, localizado no estuário do Tâmisa, prevê a geração de 504 MW.
Previsto de ter sido terminado no ano passado, o parque eólico deverá entrar em operação somente no final deste ano.
A empresa escocesa SSE, que divide com a RWE o investimento no negócio, atribui o atraso a uma série de defeitos ainda não explicados nas 52 das 140 estacas metálicas que atingem até 32 m de profundidade e sustentam as turbinas. Este trabalho a cargo da Fluor tem um custo total de US$ 1,8 bilhão.
SSE afirma que encontrou o problema em 2009, depois que uma subcontratada da Fluor começou a instalar as estacas. Cada estaca tem 6,3 m de diâmetro, com o peso de 700 t. As estacas possuem em sua base peça de transição que suporta a torre das turbinas.
Segundo investigações feitas pela SSE, as 52 estacas tinham sido reparadas antes da sua instalação em alto-mar. O fabricante das estacas é a chinesa Shanghai Zhenhua Heavy Industries e a dinamarquesa Ramboll Group desenvolveu o projeto.

 

 

Empresa chinesa constrói fábrica de tubos no Texas

Tianjin, da China, abriu recentemente uma fábrica de tubos em Gregory, Texas, Estados Unidos, ao custo de US$ 1,3 bilhão. A unidade representa um dos maiores investimentos em uma fábrica nos EUA.
“Este é um mercado muito grande para tubos sem costura, e a Tianjin viu aqui uma oportunidade, dada a proximidade com o mercado de produção de petróleo e gás”, diz Leah Olivarri, porta-voz da empresa chinesa. A fábrica vai produzir cerca de 500.000 t de tubulações utilizadas nos processos de perfuração de petróleo e gás.
Sendo construída em área de 253 ha, a planta é prevista para ser concluída em 34 meses, empregando 2 mil trabalhadores. A Jacobs Engineering Group, da Califórnia, gerenciará o projeto.

 

Os padrões americanos em obras de oleoduto

A construç&ati
lde;o de gasoduto nos Estados Unidos pode levar 18 meses, nos projetos entre estados, e seis meses, em iniciativas menores, para distribuição em cidades. O projeto geralmente é dividido em lotes, criando uma linha de montagem que pode se estender por até 100 km cada uma.
Depois que cada extensão é preparada, seções de tubo são instaladas numa vala. Normalmente entre 13 e 26 metros de comprimento, os segmentos de tubo têm de 20 a 40 polegadas de diâmetro para as linhas interestaduais, e de 6 a 16 polegadas de diâmetro para as linhas de distribuição local de gás.
O Departamento de Transporte dos Estados Unidos recomenda que as valas para a passagem de gás natural tenham pelo menos 30 polegadas de profundidade, o que requer, por vezes, explosivos para remover formações rochosas. Antes de o tubo ser colocado no subsolo, os segmentos são soldados em conjunto. O tubo deve ser pré-revestido com um material anticorrosão. Como este material interfere com a solda, as extremidades dos segmentos devem ser deixados sem revestimentos. Antes de tubo ser baixado na trincheira e coberto, as porções não revestidas mas já soldadas são terminadas à mão com produto anticorrosão.

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A ENR é uma publicação da McGrawHill, editora com mais de 100 anos de atividades e a principal no mundo com foco em Construção, Infraestrutura e Arquitetura. A revista O Empreiteiro é parceira editorial exclusiva da ENR no Brasil. Mais informações: www.enr.com
 

 

Fonte: Padrão


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