Obras emergenciais na BR-381 recuperam 42 pontos críticos

Obras emergenciais na BR-381 recuperam 42 pontos críticos

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A Nova 381, que assumiu em janeiro a concessão de 303,4 km no trecho da BR-381 em Minas Gerais, anuncia a conclusão do plano de 100 dias, que previa obras emergenciais em uma das estradas federais com o maior registro de acidentes do País. Ao todo, foram 42 pontos críticos solucionados e 30 km de pavimento rígido recuperados, proporcionando mais segurança e conforto aos usuários, segundo a empresa.

De acordo com Marcelo Boaventura, diretor-presidente da Nova 381, os trechos mais críticos da BR-381 foram mapeados e logo tiveram as obras emergenciais iniciadas. “As melhorias incluíram a implantação e reforço da sinalização horizontal e vertical, ajustes em desvios de obras existentes, roçada das margens
da rodovia e instalação de guarda-corpos em Obras de Arte Especiais (OAE).

Os trechos prioritários foram identificados em um trabalho conjunto entre a Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o movimento Pró-Vidas, além da própria Nova Somado aos trechos críticos, foi realizada a pintura de solo em 210 km, priorizando os locais de maior demanda. Na área de sinalização,
foram instaladas 1.521 novas placas, além de 7.414 tachas refletivas, que ampliam a visibilidade, especialmente em condições de baixa luminosidade e durante a noite.

Entre as obras de emergência está a recuperação e ampliação dos sistemas de drenagem para evitar alagamentos. Boaventura revela que a equipe de conservação atua para fazer a limpeza de todos os dispositivos de drenagem da estrada. “Para as sarjetas estamos utilizando implementos de escavação específicos, visando o aumento da produtividade e da qualidade do serviço. Existem ao longo da rodovia
vários locais em que pudemos identificar severos problemas de assoreamento dos dispositivos de drenagem. Identificamos também diversos pontos de alagamento que estavam relacionados com o assoreamento total dos bueiros. Para esses locais utilizamos o hidrojateamento para desobstrução
e avaliaremos a necessidade de sua revitalização”, explica.

No que diz respeito à conservação, as equipes realizaram 630 km de roçada na faixa de domínio, o equivalente a 353 campos de futebol, além da remoção de 2.250 toneladas de resíduos, contribuindo para a limpeza e preservação do meio ambiente. Segundo Boaventura, as ações de segurança
também contemplaram a substituição de 186 trechos de guarda-corpos, reforçando a proteção ao longo da rodovia. “Um dos marcos importantes foi a recuperação das juntas de dilatação da Ponte Torta, garantindo a integridade estrutural e a segurança dos motoristas”, diz o diretor-presidente.

A reforma da Ponte Torta, em João Monlevade, compreendeu três etapas – a restauração dos guarda corpos danificados, a recomposição da junta de dilatação e a limpeza e pintura da ponte. A junta de dilatação da Ponte Torta era a que se encontrava em estado de desgaste mais avançado. Ao longo do plano de 100 dias foi feita a vistoria técnica da OAE que indicou a melhor alternativa de reparo. Além disso, será feito o monitoramento para avaliar suas condições estruturais ao longo do tempo. “Um plano
de intervenção mais abrangente, visando prolongar a vida útil da estrutura, será apresentado no decorrer de 2026”, revela Boaventura. “Além da ponte torta, todas as OAEs passarão por vistoria e serão contempladas com trabalhos similares”, garante.

Conforme o executivo, existem dois tipos de pavimento no trecho: o rígido (concreto) e o flexível (CBUQ). Para os trechos de pavimento rígido foi realizada a recomposição das placas danificadas, selagem de trincas e cepilhamento. Já no trecho de pavimento flexível, as intervenções variaram conforme a patologia identificada na fase de projeto. Foi realizada a fresagem das camadas deterioradas e a recomposição do pavimento com massa asfáltica, além da aplicação de microrrevestimento.

Nos últimos anos a rodovia não recebeu os investimentos necessários, acarretando maior quantidade e intensidade nos serviços a serem executados ao longo do primeiro ano da concessão, relata Boaventura.
“Além disso, o grande volume de tráfego de veículos aumenta o grau de dificuldade das intervenções.” Um dos pontos críticos está localizado no trecho homogêneo TH53, localizado na variante do município de Antônio Dias, no qual existem vários deslizamentos e quedas de taludes na pista, o que gerou a necessidade de realização de diversos desvios de tráfego visando manter a trafegabilidade no segmento. “Na primeira etapa, realizamos um trabalho intenso de revitalização da sinalização horizontal, sinalização
vertical, drenagem e conservação desse trecho, objetivando aumento da segurança viária ao usuário”, completa o diretor-presidente.

Ainda segundo ele, a sinalização está sendo substituída ou implantada de acordo com as normas brasileiras e as melhores práticas da engenharia. “A nova sinalização utiliza materiais de alta refletividade para melhorar a visibilidade, especialmente em condições adversas”, diz, destacando também as intervenções na iluminação. “Além da recuperação completa dos sistemas já existentes, implantamos novos pontos de iluminação em vias marginais, interseções e nos principais acessos, proporcionando mais segurança e conforto para motoristas e pedestres.”

O contrato de concessão prevê a implantação de câmeras de monitoramento em até 36 meses da assinatura do Termo de Arrolamento. Já os sistemas de guinchos e ambulâncias estão previstos para o segundo semestre de 2025. Segundo o diretor-presidente, a frota será composta por 12 viaturas de inspeção ou remoção, dois guinchos pesados, dois caminhões pipa, dois boiadeiros, seis ambulâncias de resgate, duas UTI móveis, quatro motos de inspeção e duas motos de resgate.

“Além das melhorias operacionais, a Nova 381 também impulsionou a geração de empregos na região, com 1.500 postos de trabalho criados até o momento. Esses resultados demonstram o comprometimento da concessionária em transformar a BR-381 em uma rodovia mais segura, eficiente e sustentável para todos”, assinala Boaventura.

INVESTIMENTOS DE R$ 9,3 BILHÕES

O contrato de concessão do trecho mineiro da BR-381 exigirá, ao longo de 30 anos, investimentos da ordem de R$ 9,3 bilhões do consórcio vencedor do leilão realizado em agosto de 2024 – o fundo 4UM Investimentos, controlado pelo grupo paranaense J.Malucelli e que reúne ações das empresas MLC, Aterpa e Senpar. O trecho abrange 13 cidades às margens da estrada e outras que dependem indiretamente dela, resultando em um tráfego médio de 24,7 mil veículos por dia.

A duplicação, que compreende 103 km de extensão, deverá ser entregue no terceiro ano da concessão e já está em fase de projeto. “A fase de projetos foi iniciada com os levantamentos de campo, incluindo estudos topográficos, sondagens e ensaios de solo, sendo o projeto executivo dos primeiros segmentos contratado em fevereiro”, revela Boaventura.

Ainda segundo ele, a prioridade de duplicação nos próximos 36 meses é o trecho TH53, que atualmente apresenta interdições devido a diversos deslizamentos de taludes e trechos inacabados de duplicação. “A conclusão dessa etapa será fundamental para a melhoria da segurança e fluidez do tráfego na região. Os demais segmentos serão duplicados, conforme previsto em contrato, até o sexto ano da concessão”, afirma Boaventura.

Está planejada também a construção de viadutos, passarelas e marginais. Dentro das obras de ampliação de capacidade estão previstas a construção de 23 passarelas, nove km de vias marginais, 82 km de faixas
adicionais, 248 regularizações de acessos, nove interseções em desnível, 25 retornos em nível, 160 pontos de ônibus e 15 passagens para fauna.

A concessão da Nova 381 tem início em Belo Horizonte, no entroncamento com a BR-262 (sentido Sabará) até o entroncamento com a BR-116, em Governador Valadares. Contudo, há trechos que não fazem parte da concessão, como a ligação entre Caeté e Belo Horizonte. Dois lotes próximos à capital mineira ficarão a cargo do DNIT e receberão cerca de R$ 1 bilhão do governo federal, segundo o Ministério dos Transportes.

Apesar disso, a Nova 381 irá trabalhar em parceria com o governo, como revela Boaventura. “A interface de comunicação com o DNIT está sendo conduzida com o apoio da ANTT. A concessionária será responsável pela operação dos guinchos e ambulâncias nos cerca de 30 km a capital Belo Horizonte e Caeté. Os investimentos nesse trecho rodoviário serão realizados pelo DNIT por meio de licitações públicas que foram realizadas nos últimos meses de 2024.”

Além da BR-381, a 4UM participa, junto com o Opportunity, da chamada Rota Agro Norte – trecho da BR-364 em Rondônia, entre Porto Velho e Vilhena, município situado na divisa com o Mato Grosso. O trecho tem esse nome por sua importância para o agronegócio e ele foi o primeiro leilão de uma rodovia federal na região Norte. Os investimentos previstos ultrapassam os R$ 10 bilhões. O trecho concedido compreende pelo menos dez municípios e abrange importantes pontos de Rondônia, desde o entroncamento com a BR-435 até a BR-319, além de acessos estratégicos em Ji-Paraná e Porto Velho. Essa rodovia é um importante corredor logístico, facilitando o escoamento de grãos entre a região Centro-Oeste e os portos do Norte do País.


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