Leio mensagem da presidência da Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) dando conta das atividades que a empresa desenvolveu ao longo de 2010 e de suas tarefas futuras, que são muitas. Afinal, houve um crescimento de 21,1% da demanda de passageiros, só em viagens domésticas, se levado em conta o registro do movimento de embarque e desembarque. E a Infraero não trabalhou apenas para fazer a necessária adequação de suas instalações, considerando esse aumento do movimento de passageiros; programou obras e serviços para atender ao aumento do transporte de cargas.
Além disso, segundo informa, planeja investir em obras, até 2014, nada menos que R$ 9 bilhões. Desse volume, R$ 5 bilhões se destinarão aos aeroportos que de uma forma ou outra se relacionarão com a Copa do Mundo de 2014 e com a Olimpíada de 2016, prevista para o Rio de Janeiro.
Independentemente desses investimentos futuros, ela relaciona os serviços que tem realizado nos aeroportos de São Gonçalo do Amarante (RN), Cofins (MG), Macapá (AP), Parnaíba (PI), Guararapes (PE), Santarém (PA), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP) e Viracopos, em Campinas, Afonso Pena (PR) e Tom Jobim (RJ).
Menciona publicação de editais para reformas de terminais, ampliação de pistas e complementação do sistema de pátios e lista uma série de ações adotadas "para garantir a fluidez nas operações e qualidade dos serviços prestados aos passageiros e usuários em 67 aeroportos durante a alta temporada 2010/2011."
Ela não esquece de relatar o uso do colete em que é estampada a frase "Posso ajudar?" e "May I help you?". E conclui: "Desta forma, o compromisso da Infraero é com a qualidade da infraestrutura e dos serviços que presta à sociedade brasileira".
Tudo bem com essa prestação de contas. Quanto mais informações e transparência, melhor. Mas a imagem que fica da Infraero – apesar desse balanço – não é essa. A imagem que fica é a da deputada federal Mara Gabrilli, tetraplégica, no Aeroporto Internacional "Franco Montoro", em Guarulhos, um dos mais movimentados do mundo, que dia 2 último ficou presa em um avião da TAM, porque a aeronave não teve como ser estacionada ao lado de um finger, para a operação de desembarque. A deputada, segundo ela informou, teve de aguardar durante duas horas, até que lhe fosse disponibilizado um ambulift (espécie de carrinho com elevador), para descer do avião em segurança. Uma imagem dessa embaça qualquer relatório.
Fonte: Estadão