Nildo Carlos Oliveira
Certamente haverá informações sigilosas. Dados de empresas, questões de endividamento. Coisas que não carecem de extrapolações. E que, a rigor, não seriam de interesse maior do público. Nesse sentido, concordamos com a posição do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o professor Luciano Coutinho. Alguns sigilos são compreensíveis. Mas, a própria sigla atrai curiosidades. O Banco vincula sua atuação com a prioridade para o social. Daí, a curiosidade com o que o Banco faz com os recursos do público.
Os empréstimos – e há uma fartura deles – não precisam de sigilo. Mesmo aqueles direcionados para facilitar operação de serviços no exterior, por parte de empresas brasileiras. O público, que lê e ouve notícias sobre a migração de recursos do Banco para aqueles serviços, quer saber o volume de dinheiro que sai e em que condições de negócios ele é empregado pelas empresas que executam obras. Por que segredos?
Os financiamentos devem merecer esclarecimentos claros. Afinal, trata-se de dinheiro público. E, se ele sai daqui, é para assegurar a eficiência das empresas brasileiras que desenvolvem exportação de serviços alhures. Nesse caso, qualquer tentativa de subterfúgio pode parecer ao olho público como uma tentativa de brincar de esconde-esconde.
As empresas médias
Elas estão se preparando. Asseguram espaço e se estruturam em grupos. Pretendem disputar os próximos leilões de rodovias e ferrovias. E até aeroportos. Basta observar, ao longo dos anos, as atividades que elas desenvolvem. Na retaguarda das grandes, são as construtoras médias e pequenas que operam os serviços pesados na construção das obras rodoviárias e ferroviárias; que executam serviços de saneamento; fazem habitações e por aí em diante.
Para elas, essas atividades não têm mistério. Sabem como fazê-las e como operar máquinas e equipamentos. E sabem como movimentar equipes com diálogos diretos, sem interferências de terceiros. Atuam com os pés no chão. Sobretudo, sabem em que chão estão pisando. E, é com a experiências da realização de trabalhos menores, no dia a dia, que estão fazendo propostas claras: obras grandes, podem ser fragmentadas em pequenos lotes. Obviamente nem todas as obras podem ser feitas assim. Mas, a maior parte, por que não? São de pequenas porções que o conjunto se compõe. Além disso, consorciadas, em grupos, as empresas médias podem oferecer as garantias de que o governo necessita para cuidar de obras públicas. As pequenas podem ficar grandes.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira