Regina Ruivo, São Paulo
Para ser uma das principais empresas de energia do mundo,
Petrobras foca em 686 projetos em várias áreas
Ficou adiada para setembro a oferta pública de ações da Petrobras destinada à sua capitalização, a fim de conseguir caixa para levar adiante o plano de investimentos, agora confirmado em US$ 224 bilhões para o período 2010-2014. Com a previsão de 686 projetos, a companhia planeja tornar-se uma das cinco maiores companhias de energia do mundo. Os recursos são 28% superiores aos do plano para 2009-2013.
Exploração e produção fica com 53% do total – US$ 118,8 bilhões; refino e transporte, com 32,8% – US$ 73,6 bilhões; gás e energia, com 8% – US$ 17,8 bilhões; e biocombustível, com 2% – US$ 3,5 bilhões. Projetos no pré-sal ficam com US$ 33 bilhões e, os do pós-sal, com US$ 75,2 bilhões.
Navios
O Bloco BM-S-11, na região do pré-sal da Bacia de Campos, terá um navio-plataforma do tipo FPSO construído pela SBM Offshore e Queiroz Galvão Óleo e Gás, que será instalado na área de Tupi Nordeste, a 2.130 m de profundidade. Terá capacidade de produção de 120 mil barris/dia de petróleo leve e 5 milhões m3/dia de gás e será entregue em 34 meses. O bloco é operado pela Petrobras , BG E&P do Brasil e Petrogal Brasil/Galp Energia.
O navio Celso Furtado foi lançado ao mar no mês de junho, no Estaleiro Mauá. É o primeiro dos quatro navios do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a ser construído naquele estaleiro e o primeiro dos 16 que serão produzidos no Rio de Janeiro. Com o nome do economista que participou da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o navio tem 183 m de comprimento e será usado pela Transpetro para transporte de derivados claros de petróleo.
Sete navios que serão usados para afretamento por um período de 15 anos foram adquiridos para o programa Empresas Brasileiras de Navegação (EBN), cujo objetivo é diminuir a dependência do mercado externo de fretes marítimos. Três navios ficarão a cargo da Kingfish do Brasil e quatro, da Pancoast Navegação.
Novas refinarias
Um total de US$ 45 bilhões está sendo investido pela Petrobras na construção das refinarias Premium 1 (MA), Premium II (CE), Abreu e Lima – refinaria do Nordeste (PE) e na ampliação da refinaria Potiguar Clara Camarão (RN), onde está sendo também implantada uma unidade de produção de gasolina.
A Petrobras deflagrou os trabalhos para construção da Premium I, em Bacabeira (MA), que terá capacidade de processamento de 600 mil barris/dia e será implantada em duas fases – 2013 e 2015, cada uma com capacidade de 300 mil barris/dia. O orçamento inicial é de US$ 20 milhões e a empresa já recebeu as propostas das interessadas em participar das obras de terraplenagem e drenagem da área de 8 km2.
Já a construção da Premium II, no Complexo Portuário e Industrial de Pecém (CE), está em estudos de viabilidade em conjunto com a empresa japonesa Mitsui. Segundo o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, o projeto segue o curso normal, e por ser um investimento de alta complexidade, exige estudos mais minuciosos para implantação. "Os trabalhos da refinaria aqui no Ceará estão absolutamente dentro das previsões. Ao final de 2013 ela deve começar a operar, produzindo diariamente 150 mil barris de combustível refinado e duplicando sua produção em 2015. É como um parto, não se pode adiantar as etapas, senão dá problema", disse durante audiência pública na Assembléia Legislativa do Ceará.
Destinada a produzir óleo diesel para atendimento prioritário à demanda crescente de derivados de petróleo no Nordeste, a Abreu e Lima, também conhecida como Refinaria do Nordeste (:Rnest), está sendo construída em Pernambuco, no Complexo Portuário de Suape, em área de 6,3 milhões m2. De acordo com a Petrobras, esta será a mais moderna refinaria do País, adaptada para o processamento de 100% de petróleo pesado com o mínimo de impactos ambientais, tendo capacidade de 240 mil barris/dia.
A construção dos edifícios administrativos e de suporte foi iniciada em 2009 pelas empresas EIT e Engevix A execução dos tanques de armazenamento foi dividida em dois lotes: um para construção de 11 tanques, a cargo da Techint, Usiminas e Confab. Outro para 63 tanques, de responsabilidade de Alusa, Galvão e Tomé. Contrato global de elétrica foi firmado com a Orteng. A Estação de Tratamento de Água será executada por Enfil e Veolia.
Com entrada prevista inicialmente para o segundo semestre de 2013, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) continua a ser executado em Itaboraí (RJ). Idealizado para processar 150 mil barris/dia de óleo pesado nacional, abrigará no mesmo sítio unidade de refino e de 1ª. geração para produção de produtos básicos, e um conjunto de unidades de 2ª. geração para transformação dos básicos em petroquímicos. A unidade de coqueamento retardado é de responsabilidade das empresas Techint e Andrade Gutierrez.
Gasoduto
Foi inaugurado em junho o gasoduto Rio de Janeiro-Belo Horizonte II (Gasbel II), com extensão de 267 km, dutos com diâmetro de 18" e capacidade de transporte de 5 milhões m3/dia. Com essa obra, a companhia chega a um novo patamar com a interligação total da rede nacional de gasodutos. "A Petrobras se dedicou, nos últimos anos, a montar uma rede que permitisse o transporte no País inteiro, do gás que está no Ceará ou no Mato Grosso, ou o gás que está em Pelotas, no Rio de Janeiro ou em Santos. Fizemos o Gasene, que interliga a malha do Sudeste com a do Nordeste brasileiro. Hoje, a malha dentro de Minas Gerais é de 717 km em operação. Além destes, temos que somar mais 760 km da rede de distribuição estadual", explica o presidente Gabrielli.
Termelétrica
A Usina Termelétrica (UTE) Arembepe, construída em conjunto com a Nova Cibe Energia, foi inaugurada em maio. Com capacidade instalada de 150 MW e movida a óleo combustível, a usina está no Pólo Petroquímico de Camaçari (Salvador) e se destaca por ser 100% flexível. Com 60 unidades geradoras, pode gerar qualquer potência entre 2,5 e 150 MW.
Biodiesel
Dois novos projetos de produção de biodiesel a partir de óleo de palma (dendê) estão sendo desenvolvidos pela Petrobras Biocombustível. O primeiro é o projeto Biodiesel Pará, com usina própria com capacidade de 120 milhões
l/ano, para abastecimento da Região Norte. Outro, um projeto de produção em Portugal, em parceria com a Galp Energia, denominado projeto Belém, para produção de 250 mil t/ano de biodiesel para atendimento do mercado ibérico.
Fonte: Estadão