A Mineração Onça Puma, instalada no município paraense de
Ourilândia do Norte, está se preparando para iniciar o processo de
produção que insere o niquel na producao mineral da Provincia de Carajás
OProjeto Onça Puma, que foi iniciado nos primeiros meses de 2006 somando um volume de investimento de US$ 2,5 bilhões, é considerado um dos maiores do mundo, para a produção de níquel. Terá produção anual de 250 mil t de ferroníquel, da qual resultarão 40 mil t t/ano de níquel contido, meta prevista pela empresa.
O nome com que o projeto vem sendo divulgado nacional e internacionalmente se explica pela localização geográfica: a mineração situa-se entre os morros do Onça e do Puma, duas formações geológicas típicas da região de Ourilândia, onde as reservas de níquel foram identificadas. O minério será explorado nos dois morros, até os limites de uma reserva indígena local, que está legalmente preservada.
As investigações geológicas da área começaram nos anos 1970, conduzidas pela empresa Minerasul, subsidiária da canadense Inco. A partir de 2001 a mineradora canadense Canico Resource Corp. assumiu o empreendimento, o qual acabou adquirido em 2006 pela Vale. A empresa brasileira tornou-se, assim, uma das maiores produtoras de níquel do mercado internacional. À época, as avaliações geológicas comprovaram o amplo potencial da reserva de minério laterítico naquela região, o que consolidou o estudo de viabilidade posterior.
Atualmente o cenário na paisagem local é outro. As grandes estruturas de concreto e as montagens eletromecânicas estão concluídas e os sistemas de operação se encontram na fase de testes. Tão logo venha a ser superada a etapa dos testes do sistema a frio e, depois, do condicionamento a quente, o complexo poderá começar a funcionar de acordo com o cronograma estabelecido.
A planta, destinada a produzir ferroníquel, matéria-prima importante para a qual ainda não se encontrou substitutivo para a produção de aço inoxidável, compreende um dos maiores projeto do mundo, no gênero.
A planta foi concebida para um processo de produção prático e eficiente. O minério chega da mina em caminhões, é basculado e submetido a processo de triagem numa moega que alimenta a britagem primária, progredindo, através de uma correia transportadora, para a britagem secundária, tendo-se em vista a obtenção da granulometria previamente definida.
O material segue depois, em outra correia, para uma torre de transferência de onde é transferido para dois pátios de estocagem de 650 m de extensão cada um. Dois equipamentos – as retomadoras – conduzem o minério para duas linhas de secagem a fim de que a umidade seja reduzida. A partir daí, ele é levado aos dois fornos calcinadores, onde é submetido a um processo de pré-redução. O processo de fusão posterior permite a separação do ferroníquel, da escória. Depois, ele é refinado, até alcançar a especificação comercial e levado de caminhão até o terminal, em Parauapebas e, de lá, pela Ferrovia de Carajás, ao Porto de Itaqui ou para o terminal da Ponta da Madeira, para ser exportado.
Dentre os trabalhos mais relevantes na fase das obras civis estão as fundações, quando houve o emprego de estacas-raiz em rocha fresca, que aflorava no solo ou se encontrava a alguma profundidade. As fundações tinham em vista a construção das bases de apoio dos fornos calcinadores, que são estruturas de concreto de grande porte. Houve cuidado especial também nos serviços de estaqueamento ao longo de todo o perímetro dos pátios de estocagem, onde foram cravadas mais de mil estacas para suporte dos equipamentos de transporte onde ficam as pilhas de minérios. A montagem eletromecânica compreendeu outra etapa difícil, por causa dos equipamentos de grandes dimensões.
A logística foi articulada de modo a não comprometer o cronograma. Os componentes dos sistemas operacionais chegavam, algumas, via rodovia, e outras, pelo porto de Itaqui. Muitos desses equipamentos foram adquiridas aqui ou nas praças da Europa e da China.
Fonte: Estadão