PAC, Copa e Olimpíadas levam tensão à indústria de cimento

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Se não houver investimento no aumento da produção de cimento no País, a indústria não atenderá à demanda crescente dos próximos oito anos. Grandes obras de infraestrutura previstas no Plano de Aceleração do Desenvolvimento (PAC), somadas ao projeto Minha Casa, Minha Vida e, principalmente, a construção das instalações exigidas para a realização da Copa do Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, em 2016, consumirão uma quantidade ainda não estimada de cimento, mas que impactará a produção interna.

Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), divulgados no início do ano, o Brasil possui capacidade instalada de 63 milhões de toneladas por ano, em 68 fábricas, pertencentes a dez grupos nacionais e estrangeiros. Em 2008, foram produzidos quase 52 milhões de toneladas. A margem de folga fica em aproximadamente 13 milhões de toneladas.

Uma obra de médio porte, como a Usina Hidroelétrica de Santo Antonio, que está sendo construída em Rondônia, consumirá cerca de 800 mil toneladas de cimento. Num raciocínio básico é possível concluir que, com a quantidade correspondente à atual margem de folga, seria possível construir cerca de 16 usinas do mesmo tamanho de Santo Antonio. Os grandes projetos até 2016, provavelmente, serão maiores do que isso.

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Investimentos
Nos últimos cinco anos, a indústria do cimento manteve investimentos constantes, sendo que houve um crescimento de praticamente 50% na produção. Segundo do SNIC, a retomada do crescimento se deu, basicamente, em função do aumento do emprego e da renda real, a expansão do crédito imobiliário e as obras de infraestrutura. Este ano, no entanto, o volume de aportes foi reduzido em função dos impactos da crise financeira mundial.

Como parte de seu plano de investimentos de R$ 2 bilhões até 2011, a Votorantim Cimentos inaugurou, ontem, uma nova linha de produção em sua unidade de Aratu, na Bahia. Empresa investiu R$ 50 milhões na expansão para atender ao mercado da Grande Salvador.

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Em recente entrevista, o diretor Comercial da Votorantim Cimentos, Marcelo Chamma, declarou à imprensa que “o mercado é muito dinâmico, não tem como fazer uma previsão para os próximos anos”. Na época, o Ceará passou a demandar mais cimento e, se a situação se mantivesse constante, com a execução do programa Minha Casa, Minha Vida e dos projetos da Copa do Mundo de 2014, a Votorantim poderia antecipar projetos de ampliação de fábricas e até a instalação de novas unidades na região. “Se o momento for adequado e houver necessidade, a gente vai abrir novas unidades. O que tiver que ser feito, será, como forma de suprir a demanda”, afirmou Chamma, na ocasião.

Para Aratu, há ainda planos para a instalação de um segundo silo e um novo moinho, conforme o crescimento do mercado.
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A ampliação da produção de cimento também poderá impactar o setor energético, já que, segundo o SNIC, os níveis médios de consumo de energia térmica e elétrica giram em torne de 825 kcal por kg de clínquer e 107 kWh por tonelada de cimento, respectivamente, conforme o último levantamento oficial, realizado no ano de 2003.

De acordo com a entidade, “esses valores encontram-se abaixo daqueles apresentados pelos EUA e principais produtores da União Europeia, demonstrando a eficiência energética da indústria nacional”.
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As despesas com combustíveis e energia elétrica representam mais de 50% na formação do custo direto de produção em uma fábrica de cimento.
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Por isso, o produto final sofre forte impacto da variação dos preços. Além disso, por ser um produto transportado basicamente por modal rodoviário, também é onerado pelo frete. De acordo com a SNIC, 94% da produção de cimento é transportada pelas rodovias brasileiras. “Em média, somente para retirá-lo das fábricas, circulam diariamente em todo o Brasil mais de oito mil caminhões carregados de cimento.

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Fonte: Estadão


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