O Porto de Santa Vitória do Palmar, localizado às margens da lagoa Mirim, está prestes a ser reativado após 40 anos de inatividade. Graças a investimentos federais de R$ 10 milhões, o terminal passará por uma série de obras que prometem impulsionar a economia regional e o transporte de cargas por via fluvial.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deve iniciar em 90 dias a contratação das primeiras obras, que incluem a pavimentação do acesso e a recuperação do cais. Para que o processo seja deflagrado, é necessário finalizar estudos técnicos de viabilidade econômica e obter a licença ambiental da Fepam.
O projeto total de reativação inclui:
- Recuperação e pavimentação do cais: com extensão de 750 metros.
- Dragagem da hidrovia: para garantir calado de 2,5 metros.
- Sinalização do trecho: até o canal de São Gonçalo, em Pelotas.
A primeira fase, orçada em R$ 5 milhões, já tem os recursos garantidos por meio de uma emenda parlamentar. A segunda fase, que cobre a dragagem e a sinalização, ainda depende de liberação do Ministério dos Transportes.
O Papel Estratégico da Hidrovia e a Conexão com o Mercosul
A reativação do porto é vista como um passo crucial para viabilizar a navegação de cargas na região. O município, cuja economia é baseada principalmente na lavoura de arroz, aposta na atração de transportes de produtos para a construção civil.
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Além de ser uma alternativa à rota terrestre, a hidrovia da lagoa Mirim é essencial para a criação de uma hidrovia do Mercosul. Atualmente, cerca de 80% das cargas que chegam ao Rio Grande do Sul vindas do Uruguai utilizam a via terrestre. A navegação entre Santa Vitória e o porto de Pelotas soma 230 km, e se estende até o porto de Estrela por 650 km, mostrando o grande potencial logístico.
A parceria com a Intendência de Cerro Largo, no Uruguai, reforça a meta de integração. A empresa Fadisol, por exemplo, planeja instalar um terminal no rio Tacuari, no lado uruguaio, para transportar cargas pelo sistema fluvial até o porto de Rio Grande, reforçando o papel da hidrovia como um novo corredor de transporte e comércio entre os países do bloco.





