Novas soluções se adequamà mobilidade e colaboração Augusto Diniz Ouso de dispositivos pessoais no trabalho tem sido cada vez mais comum. E na medida em que evoluem, mais perto do uso profissional eles ficam. Assim, o setor de construção também se utilizará largamente desses benefícios. A projeção é da Bentley Systems, que depois de lançar solução que disponibiliza modelo de projeto pelo celular, coloca no mercado, em parceria com a Apple, aplicação que permite em um iPad não somente visualizar a execução do projeto, mas também alterá-lo no próprio canteiro de obras de acordo com as necessidades. Em linhas gerais, o equipamento possibilita a introdução de ajustes e correções de projeto virtual na própria obra, com o tablet iPad comparando o que está proposto na planta e a execução dos serviços previstos. “Os equipamentos móveis pessoais estão aí, fazendo downloads, acessando arquivos em cloud computing, utilizando várias aplicações. Eles devem ser instrumentos também a serviço da Engenharia”, justifica Greg Bentley, CEO da Bentley Systems, sobre o uso dos dispositivos pessoais no trabalho de campo. De acordo com o executivo, entrevistado pela revista O Empreiteiro em recente passagem pelo Brasil, não se deve esperar a criação de um formato específico para um ambiente de trabalho se por meio de equipamentos pessoais isso já se tornou possível. Dessa forma, o próximo passo da Bentley nessa direção será rodar seus softwares no aplicativo Android (já usado pelos tablets da Samsung), sistema operacional móvel do Google amplamente utilizado de forma pessoal. Para a empresa especializada em software para arquitetura, engenharia e construção, outro aspecto a ser relevado com relação à tecnologia é a capacidade de colaboração. “Tão importante quanto criar informação correta é distribuir informação correta. O projeto correto nem sempre chega no momento certo às mãos do executor. A colaboração online permite mudar essa realidade”, avalia Alfredo Castrejón Nava, vice-presidente para a América Latina da empresa. E para alcançar isso com grande eficiência, a aposta é permitir padrões abertos em suas plataformas para interagir com o maior número possível de agentes. É com essas duas vertentes — mobilidade e colaboração — que a Bentley Systems no Brasil pretende avançar ainda mais no campo de oferta de soluções de infraestrutura. “É sempre bom para uma empresa americana estar aqui no Brasil. Principalmente para oferecer soluções de infraestrutura. Em muitos países ela é importante. Mas no Brasil ela é essencial para sustentabilidade da economia”, argumenta Greg, que entrou em 1991 na Bentley, sete anos depois que quatro de seus irmãos criaram a empresa. Mas o caminho de expansão no Brasil não é tão simples, apesar do otimismo do mercado. De um lado, as questões políticas que emperram o andamento das obras essenciais e, do outro, a necessidade de superar o modelo tradicional de Engenharia onde a Tecnologia da Informação ocupa ainda tímido espaço em relação ao tanto que pode ser explorada em projetos e execuções de obra. Porém, esse cenário parece não preocupar o CEO. “O desafio é dar retorno ao investimento em infraestrutura”, afirma com relação à solução que oferece às empresas no País. O executivo reconhece o desafio da adoção do moderno Building Information Modeling (BIM), solução 3D de projetos de construção com enorme capacidade de desenvolver, gerar informação e simular projetos construtivos, permitindo se visualizar impactos e possíveis problemas nos diversos estágios de uma obra ainda na planta. “Mas há empresas de construção no mundo que estão mudando esse conceito rapidamente, modernizando a forma de atuar para serem mais competitivas”, esclarece sobre a moderna tecnologia. Greg Bentley acredita que o crescimento na venda de licenças de software da empresa no Brasil este ano será maior do que no ano passado (17%). Este resultado representa o dobro da média de expansão dos países que integram o Bric (além do Brasil, Rússia, Índia e China). BIM é mudança de paradigma A Autodesk, gigante mundial de software 3D para a área de engenharia, tem discurso muito semelhante ao da Bentley sobre a atuação no Brasil. Recentemente, a empresa realizou pela primeira vez no País o Autodesk University – antes, apenas Estados Unidos, Japão e China haviam promovido o evento que reúne por um dia especialistas na área e usuários. Com a presença de altos executivos da empresa no mundo, a Autodesk afirmou no encontro que o foco no Brasil é oferecer soluções para infraestrutura e construção, com mobilidade e colaboração, utilizando a capacidade infinita de armazenagem de dados da tecnologia de cloud computing. A aposta da empresa é crescer na oferta da tecnologia BIM (Building Information Modeling) – a empresa diz já ter vários clientes brasileiros usuários do processo. “O BIM é um mudança de paradigma. Estamos fazendo uma evangelização do sistema”, explicou Acir Marteleto, country manager da empresa no País. Sabesp reduz perda de água em 57% Com o uso da solução WaterCAD da Bentley Systems, a Unidade de Negócio Leste da Sabesp, reduziu a perda de água em 57% no Sistema de Distribuição de Passagem Funda (Setores Cidade Tiradentes e Santa Etelvina) de 272 km de comprimento. A aplicação visa à análise e modelagem de distribuição de água. O software também ajudou a Sabesp a reduzir sua produção mensal de água potável em 440 mil m³ – economizando US$ 170.000 por mês para a concessionária. Além disso, as mudanças no sistema de água eliminaram a necessidade de duas estações de bombeamento, reduzindo o consumo de energia em aproximadamente 8.000 kw/h por mês. O Sistema de Distribuição de Passagem Funda distribui água para 240.00 0 habitantes. Altas pressões, com diferenças topográficas de até 100 m, e conexões ilegais vinham contribuindo para a perda de 880 l de água por conexão de serviço/dia. O uso do software pela Sabesp ajudou a reduzir as perdas para 376 l por conexão de serviço/dia. O WaterCAD foi utilizado para identificar áreas de alta pressão no sistema; simular o impacto da implementação de válvulas redutoras de pressão em áreas vizinhas; analisar os segmentos afetados pelas obras em andamento; estabelecer parâmetros operacionais eficientes; e identificar áreas para prospecção de perda de água e para a detecção de vazamentos subterrâneos não visíveis. A Sabesp informa que pretende implementar modelo hidráulico para 100% do seu sistema de água, abrangendo toda a sua rede de distribuição de 6.000 km. Fonte: Estadão